Encerrou-se com grande êxito, depois de quatro dias de intensa atividade em comissões e plenárias, o 7º Congresso do Partido Comunista de Cuba. As palavras de encerramento foram pronunciadas pelo primeiro secretário reeleito, Raúl Castro Ruz. Leia a íntegra
Querido companheiro Fidel,
Companheiras e companheiros,
Tivemos intensas jornadas neste 7º Congresso próximo a se encerrar, no qual se adotaram acordos de transcendência estratégica para o presente e o futuro da nação.
O Congresso aprovou o Informe Central e diversas resoluções sobre os principais assuntos analisados, passou em revista o cumprimento das Linhas da Política Econômica e Social do Partido e da Revolução e decidiu sobre sua atualização, que se expressa em 274 Linhas.
Igualmente, debateu-se o informe sobre o cumprimento dos Objetivos da Primeira Conferência Nacional do Partido e se adotaram decisões para continuar fortalecendo seu papel como força dirigente superior da sociedade e do Estado, consagrado na Constituição da República.
No devido tempo, o Congresso acolheu favoravelmente os projetos apresentados acerca da Conceituação do Modelo Econômico e Social e as bases do Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social até 2030, e tendo em conta sua importância aprovou iniciar um debate amplo e democrático sobre estes documentos programáticos com a militância do Partido, a UJC, representantes das organizações de massas e de diversos setores da sociedade.
Esperamos concluir este processo antes do final do ano, de modo que o Comitê Central, em correspondência com a faculdade que o Congresso lhe outorgou, aprove-os definitivamente.
Pela grande complexidade dos citados projetos se faz necessário adotar todas as medidas requeridas no interesse de assegurar, em primeiro lugar, sua compreensão, o que pressupõe efetuar uma rigorosa preparação prévia daqueles que conduzirão sua discussão.
Em um assunto desta natureza é essencial conquistar o apoio consciente da grande maioria, para isso é imprescindível escutar, argumentar e ter em conta a opinião da militância e do povo em geral.
Considero conveniente recordar que o processo de atualização do modelo econômico que iniciamos desde o 6º Congresso não é uma tarefa de um ou dois quinquênios. O rumo já está traçado. Prosseguiremos com passo firme, sem pressa, mas sem pausa, tendo muito presente que o ritmo dependerá do consenso que sejamos capazes de forjar no interior de nossa sociedade e da capacidade organizativa que alcancemos para introduzir as mudanças necessárias sem precipitações nem muito menos improvisações que só nos conduziriam ao fracasso.
O progresso rumo à atualização do Modelo e à construção de um socialismo próspero, sustentável e irreversível em Cuba exige que sejam preservados e potenciados os princípios de justiça e igualdade que serviram de base à Revolução.
Uma Revolução dos humildes, pelos humildes e para os humildes, como a definiu o companheiro Fidel, com uma inegável obra social construída, jamais encontrará solução para os seus problemas de costas para o povo, nem com a restauração do capitalismo, que levaria à aplicação das terapias de choque às camadas com menos recursos e destruiria a unidade e a confiança da maioria de nossos cidadãos em torno da Revolução e do Partido. Em Cuba, reitero uma vez mais, ninguém ficará desamparado.
Os acordos deste histórico Congresso tampouco serão engavetados, ao contrário, devemos assegurar seu cumprimento com ORDEM, DISCIPLINA e EXIGÊNCIA, com visão de futuro e muita intencionalidade; contribuirá para isso ter ratificado a decisão de que nos plenos do Comitê Central se verifique a marcha da atualização do modelo econômico e do plano da economia, ao menos em duas ocasiões anuais, os dias e também as vezes que sejam necessários.
Igualmente nos propomos prosseguir a análise destes temas nas sessões de nosso Parlamento, cujo papel na aprovação do marco legislativo associado a este processo, continuará sendo decisivo.
Na manhã de hoje foi apresentado o novo Comitê Central, o Secretariado e o Birô Político como expressão da continuidade do processo paulatino de renovação e rejuvenescimento empreendido pelo 6º Congresso.
Por inexorável lei da vida, este 7º Congresso será o último dirigido pela geração histórica, a qual entregará à nova geração as bandeiras da Revolução e do Socialismo (aplausos), sem o menor traço de tristeza ou pessimismo, com o orgulho do dever cumprido, convencida de que os novos saberão continuar e engrandecer a obra revolucionária pela qual entregaram as melhores energias e a própria vida várias fornadas de compatriotas, como dizíamos no Informe Central, desde 1868.
O Comitê Central ficou constituído por 142 membros, deles, algo mais que dois terços nasceram depois do triunfo da Revolução e se reduz a média de idade a 54,5 anos, inferior à de 2011.
No devido tempo, o Congresso decidiu manter na direção do Partido um reduzido grupo de veteranos da geração histórica com idade avançada e que por sua longa trajetória revolucionária gozam de autoridade perante o povo.
Como explicamos no Informe Central, os próximos cinco anos serão definidores para garantir a transferência paulatina e ordenada das principais responsabilidades do país às novas gerações, processo de especial transcendência que esperamos executar e concluir com a celebração do 8º Congresso no ano de 2021.
Não deixa de ser impressionante o dado de que mais de 98% dos membros do Comitê Central tem nível universitário.
A representação das mulheres cresceu e agora atinge 44,37% e também a dos negros e mestiços, com 35,92%. Este resultado é superior ao do Congresso anterior, mas não nos damos por satisfeitos; impõe-se que todos os dirigentes do Partido, do Estado e do Governo trabalhemos com sistemática na criação de uma reserva de substitutos maduros e com experiência para assumir as principais responsabilidades da nação em justa correspondência com a composição por cor da pele e de gênero da população cubana.
Os 55 novos membros do Comitê Central têm todos menos de 60 anos, cumprindo-se a idade máxima estabelecida por este Congresso para ingressar nesse organismo superior do Partido; como já dissemos, com o ânimo de garantir sempre o constante rejuvenescimento de sua Direção.
O limite de 60 anos levou a excluir da candidatura valiosos quadros que ocupam altas responsabilidades partidárias, estatais e governamentais com trajetória e capacidade provada para integrar este organismo superior.
As normas que fixam os limites de idade deverão estabelecer-se, com racionalidade, nos documentos reitores do Partido e das organizações de massas e, por decisão da Assembleia Nacional, abarcar igualmente os organismos do Estado e do Governo, de maneira que sejam definidos com precisão os cargos cujo desempenho não deveria ser exercido por pessoas acima de 70 anos.
O Congresso, ao mesmo tempo, aprovou empregar regulamentos mais flexíveis que permitirão neste período de transferência de responsabilidades contar com reservas para a ulterior renovação do Comitê Central, sem ter que esperar o 8º Congresso.
Considero necessário ademais, seguir reforçando o funcionamento dos diversos órgãos colegiados de que dispomos tanto no Partido, no Estado como no Governo, de modo que as principais decisões sempre sejam fruto da análise coletiva, que não exclua as discrepâncias honestas nem as opiniões diferentes.
O Birô Político se compõe de 17 membros. Ingressaram cinco novos integrantes, as companheiras Miriam Nicado Garcia, Teresa Amarelle Boué e Marta Ayala Ávila e os companheiros Ulisses Guilarte de Nascimento e Roberto Morales Ojeda.
Não são nada fortuitas nem improvisadas estas promoções.
No caso da companheira Miriam Nicado, é doutora em Ciências Matemáticas e exerce desde há quatro anos o cargo de Reitora da Universidade das Ciências Informáticas (UCI). Anteriormente, na Universidade Central de Las Villas “Marta Abreu”, dava aulas e foi ascendendo gradualmente a responsabilidades superiores até se tornar vice-reitora. Estudou cinco anos na União Soviética e posteriormente um ano mais da especialidade.
A companheira Teresa Amarelle é a Secretária Geral da Direção Nacional da Federação de Mulheres Cubanas desde o ano de 2012. Foi professora do ensino secundário básico, passando a realizar funções profissionais na UJC, onde desempenhou as funções como segunda e primeira secretária do comitê municipal dessa organização em Amancio Rodríguez. Mais adiante foi promovida de modo paulatino no Partido do próprio município e ocupou o cargo de Primeira Secretária, depois do qual foi eleita para igual responsabilidade na província de Las Tunas.
A Doutora em Ciências Biológicas Marta Ayala —creio que é a mais jovem, embora que entre mulheres não se deve falar dessas coisas (risos)— desenvolveu uma trajetória ascendente no Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia, que a conduziu desde o posto de aspirante a pesquisadora, chefe de laboratório, vice-diretora até ser promovida recentemente a vice-diretora geral deste importante centro científico, onde realizou pesquisas voltadas para a criação de vacinas para o tratamento do câncer. Na atualidade é membro do Comitê Provincial do Partido em Havana.
Por sua parte, o companheiro Ulisses Guilarte atua desde 2013 como Secretário Geral da Central de Trabalhadores de Cuba. Ocupou diversas responsabilidades como dirigente sindical em Cienfuegos e Secretário Geral do Sindicato da Construção em Havana. Posteriormente passou ao trabalho do Partido como funcionário profissional e exerceu as funções de vice-chefe do Departamento de Industria e Construções do Comitê Central e foi promovido a Primeiro Secretário do Comitê provincial em Havana e depois na nascente e experimental província de Artemisa.
Finalmente, o companheiro Roberto Morales foi ministro da Saúde Pública durante os últimos seis anos. Ao graduar-se trabalhou como médico de policlínica no município de Rodas, Diretor de Saúde Pública e mais tarde na província de Cienfuegos. No Partido foi funcionário em nível municipal e provincial e Primeiro Secretário em Cienfuegos até sua designação para integrar o Secretariado do Comitê Central.
Os cinco novos membros do Birô Político têm também idades inferiores a 60 anos, mostra do que poderá ser toda a nossa direção, de origem humilde, com pessoas que trabalharam na base, que foram dirigentes políticos em diferentes níveis até chegar à máxima direção do Partido com uma rara e profunda experiência (aplausos). Naturalmente, essas mesmas condições estão presentes em uma grande parte ou na maioria do restante do Birô Político, embora não tenham tido o mesmo trânsito de forma metódica como os anteriormente assinalados. Alguns de nós nos desenvolvemos sem carreira, mas na corrida (aplausos), e, como poderão apreciar, acumulam uma rica folha de serviços desde a base, exercendo as profissões em que se graduaram na universidade, não como se faz muitas vezes, obtendo o diploma para pendurá-lo na parede da sala de nossa residência, para exibí-lo, mas nunca trabalhamos na especialidade. Já corrigimos isso no Congresso passado e creio que isso deu bons resultados. Deve trabalhar-se na base, não pode haver dirigentes preconcebidos, todo aquele que se gradue pelo menos deve trabalhar cinco anos na base, na especialidade pela qual foi à universidade, e gradualmente, segundo suas possibilidades, ser promovido, sem nunca deixar de estudar, como sempre nos ensinou Fidel, muito especialmente aos militares; um militar tem que estudar toda a vida, igualmente um quadro profissional do Partido, um dirigente de nosso Estado, por uma razão ou por outra, em um lugar ou outro e não viver do diploma pendurado na parede da sala de casa.
Em meu caso agradeço a honra que significa ter sido eleito, pela segunda vez, Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, com a certeza de que minha missão principal é defender, preservar e continuar aperfeiçoando o socialismo cubano e não permitir jamais o retorno ao capitalismo (aplausos).
Dentro do conjunto de tarefas principais a meu encargo, dedicarei o tempo necessário ao processo de reforma da Constituição da República — que com um grupo de companheiros avançamos em algo ou pelo menos intercambiamos opiniões — para introduzir os ajustes pertinentes, depois de 40 anos de vigência, em sintonia com as mudanças ocorridas no plano internacional e as modificações resultantes do processo de atualização do modelo econômico e social que, naturalmente, há que definir primeiro antes de propormo-nos levar à nova Constituição.
O desenvolvimento da economia nacional, junto à luta pela paz, a unidade e a firmeza ideológica, constituem as missões principais do Partido.
Este conceito não pode ficar como uma simples frase, é preciso preenchê-lo de conteúdo concreto, ações e medidas que permitam tornar realidade a visão de uma nação soberana, independente, socialista, democrática, próspera e sustentável (aplausos).
Antes de terminar, em nome dos participantes no Congresso e de todos os cubanos, desejo transmitir nosso apoio aos povos irmãos do Terceiro Mundo, em particular os da América Latina e Caribe, que enfrentam as pretensões da direita e do capital transnacional de enterrar as conquistas sociais alcançadas em décadas de luta.
Reiteramos a solidariedade de Cuba com o povo brasileiro e a presidenta constitucional Dilma Rousseff, que enfrenta um golpe de Estado parlamentar organizado pela direita oligárquica e neoliberal alentada pelo imperialismo contra os avanços políticos e econômicos e as conquistas sociais alcançadas durante os governos do Partido dos Trabalhadores.
Que chegue também nossa saudação fraterna aos partidos comunistas e outras forças e partidos políticos, movimentos sociais e classes trabalhadoras do planeta que lutam contra o hegemonismo imperialista, empenhados em alcançar uma justiça social inclusiva e convencidos de que um mundo melhor é possível.
Ratifico todo o nosso respaldo ao povo equatoriano, ao presidente Rafael Correa e ao governo da Revolução Cidadã nestas dolorosas circunstâncias. Nossa equipe de socorristas e o reforço de pessoal médico enviados no próprio domingo se somaram aos mais de 700 colaboradores que trabalham nesse país irmão nas atividades de atenção à população afetada.
Manter-nos-emos em comunicação com as autoridades equatorianas, dispostos a incrementar nosso apoio em tudo o que for possível.
Não nos esqueçamos de que hoje, 19 de abril, se comemora o 55º aniversário da vitória sobre a invasão mercenária em Playa Girón, sob a direção direta no teatro de operações do líder da Revolução Cubana, o companheiro Fidel Castro Ruz (aplausos prolongados), que se manteve a par de todo o desenvolvimento deste acontecimento.
Rendemos merecida homenagem aos caídos nesta gesta histórica, assim como a todos os que ofereceram suas vidas em defesa da Pátria, a Revolução e o Socialismo.
Poucas jornadas nos separam do 1º de maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, ocasião que servirá para mostrar ao mundo, com a entusiástica e massiva participação dos compatriotas ao longo de todo o país, a unidade e o apoio aos acordos adotados por este Congresso e ao rumo socialista e independente da Pátria.
Finalmente, queremos agradecer de todo o coração ao companheiro Fidel pelo esforço que fez e a satisfação com que leu suas brilhantes palavras para nós.
Muito obrigado. (Ovação).
Fonte: Granma; traduzido por José Reinaldo Carvalho para Resistência[:es]Discurso del General de Ejército Raúl Castro Ruz, Primer Secretario del Comité Central del Partido Comunista de Cuba y Presidente de los Consejos de Estado y de Ministros en la clausura del 7mo. Congreso del Partido, en el Palacio de Convenciones, 19 de abril de 2016, “Año 58 de la Revolución”.
Querido compañero Fidel;
Compañeras y compañeros:
Hemos tenido intensas jornadas en este 7mo. Congreso próximo a concluir, en el cual se adoptaron acuerdos de trascendencia estratégica para el presente y el futuro de la nación.
El Congreso aprobó el Informe Central y diversas resoluciones sobre los principales asuntos analizados, se pasó revista al cumplimiento de los Lineamientos de la Política Económica y Social del Partido y la Revolución y se acordó su actualización, expresada en 274 lineamientos.
Igualmente se debatió el informe sobre el cumplimiento de los Objetivos de la Primera Conferencia Nacional del Partido y se adoptaron decisiones para continuar fortaleciendo su papel como fuerza dirigente superior de la sociedad y del Estado, consagrado en la Constitución de la República.
Al propio tiempo, el Congreso acogió favorablemente los proyectos presentados acerca de la Conceptualización del Modelo Económico y Social y las bases del Plan Nacional de Desarrollo Económico y Social hasta el 2030, y teniendo en cuenta su importancia aprobó iniciar un debate amplio y democrático sobre estos documentos programáticos con la militancia del Partido, la UJC, representantes de las organizaciones de masa y de diversos sectores de la sociedad. Esperamos concluir este proceso antes de que finalice el presente año, de modo que el Comité Central, en correspondencia con la facultad que le otorgó el Congreso, los apruebe definitivamente.
Por la gran complejidad de los citados proyectos se hace necesario adoptar todas las medidas requeridas en interés de asegurar, en primer lugar, su comprensión, lo que presupone efectuar una rigurosa preparación previa de quienes conducirán su discusión.
En un asunto de esta naturaleza es esencial lograr el apoyo consciente de la gran mayoría, para ello es imprescindible escuchar, razonar y tener en cuenta la opinión de la militancia y del pueblo en general.
Considero conveniente recordar que el proceso de actualización del modelo económico que iniciamos desde el 6to. Congreso no es una tarea de uno o dos quinquenios. El rumbo ya está trazado. Proseguiremos a paso firme, sin prisas, pero sin pausas, teniendo muy presente que el ritmo dependerá del consenso que seamos capaces de forjar al interior de nuestra sociedad y de la capacidad organizativa que alcancemos para introducir los cambios necesarios sin precipitaciones ni mucho menos improvisaciones que solo nos conducirían al fracaso.
El progreso hacia la actualización del Modelo y la construcción de un socialismo próspero, sostenible e irreversible en Cuba, exige que sean preservados y potenciados los principios de justicia e igualdad que han servido de base a la Revolución.
Una Revolución de los humildes, por los humildes y para los humildes, como la definió el compañero Fidel, con una innegable obra social construida, jamás encontrará solución a sus problemas de espaldas al pueblo, ni con la restauración del capitalismo, que conllevaría a la aplicación de terapias de choque a las capas de la población con menos recursos y destruiría la unidad y la confianza de la mayoría de nuestros ciudadanos en torno a la Revolución y al Partido. En Cuba, reitero una vez más, nadie quedará desamparado.
Los acuerdos de este histórico Congreso tampoco serán engavetados, todo lo contrario, debemos asegurar su cumplimiento con ORDEN, DISCIPLINA y EXIGENCIA, con visión de futuro y mucha intencionalidad; a ello contribuirá haber ratificado la decisión de que en los plenos del Comité Central se verifique la marcha de la actualización del modelo económico y del plan de la economía, al menos en dos ocasiones anuales, los días y también las veces que sean necesarios.
Igualmente nos proponemos proseguir con el análisis de estos temas en las sesiones de nuestro Parlamento, cuyo papel en la aprobación del marco legislativo asociado a este proceso, continuará siendo decisivo.
En la mañana de hoy fue presentado el nuevo Comité Central, el Secretariado y el Buró Político como expresión de continuidad del proceso paulatino de renovación y rejuvenecimiento emprendido por el 6to. Congreso.
Por inexorable ley de la vida, este 7mo. Congreso será el último dirigido por la generación histórica, la cual entregará a los pinos nuevos las banderas de la Revolución y el Socialismo (Aplausos), sin el menor atisbo de tristeza o pesimismo, con el orgullo del deber cumplido, convencida de que sabrán continuar y engrandecer la obra revolucionaria por la cual entregaron las mejores energías y la vida misma varias hornadas de compatriotas, como decíamos en el Informe Central, desde 1868.
El Comité Central quedó integrado por 142 miembros, de ellos, algo más de dos tercios nacieron después del triunfo de la Revolución y se reduce el promedio de edad a 54,5 años, inferior que en el 2011.
Al propio tiempo, el Congreso acordó mantener en la dirección del Partido a un reducido grupo de veteranos de la generación histórica con elevada edad y que por su larga trayectoria revolucionaria gozan de autoridad ante el pueblo.
Como explicamos en el Informe Central los próximos cinco años serán definitorios para garantizar el tránsito paulatino y ordenado de las principales responsabilidades del país a las nuevas generaciones, proceso de especial trascendencia que esperamos ejecutar y concluir con la celebración del 8vo. Congreso en el año 2021.
No deja de ser impresionante el dato de que más del 98% de los miembros del Comité Central cuenta con nivel universitario.
La representación de las mujeres creció y ahora alcanzan el 44,37% y también la de los negros y mestizos, con el 35,92%. Este resultado es superior al Congreso anterior, pero no nos damos por satisfechos; se impone que todos los dirigentes del Partido, el Estado y el Gobierno trabajemos con sistematicidad en la creación de una reserva de sustitutos maduros y con experiencia para asumir las principales responsabilidades de la nación en justa correspondencia con la composición por color de la piel y de género de la población cubana.
Los 55 nuevos miembros del Comité Central son todos menores de 60 años, dándose cumplimiento a la edad máxima establecida por este Congreso para ingresar a ese organismo superior del Partido; como ya hemos dicho, en el ánimo de garantizar siempre el constante rejuvenecimiento de su Dirección.
El límite de 60 años conllevó a excluir de la candidatura a valiosos cuadros que ocupan altas responsabilidades partidistas, estatales y gubernamentales con trayectoria y capacidad probada para integrar este organismo superior.
Las normas que fijan los límites de edades deberán establecerse,conracionalidad,enlos documentos rectores del Partido y las organizaciones de masa y por decisión de la Asamblea Nacional abarcar igualmente a los organismos del Estado y el Gobierno, de manera que sean definidos con precisión los cargos cuyo desempeño no debiera ejercerse por personas mayores de 70 años.
El Congreso, al mismo tiempo, aprobó emplear regulaciones más flexibles que permitirán en este período de tránsito contar con reservas para la renovación ulterior del Comité Central, sin tener que esperar al 8vo. Congreso.
Considero necesario además, seguir reforzando el funcionamiento de los diversos órganos colegiados de que disponemos tanto en el Partido, el Estado y el Gobierno, de modo que las principales decisiones siempre sean fruto del análisis colectivo, que no excluya las discrepancias honestas ni las opiniones diferentes.
El Buró Político se compone de 17 miembros. Ingresaron cinco nuevos integrantes, las compañeras Miriam Nicado García, Teresa Amarelle Boué y Marta Ayala Ávila y los compañeros Ulises Guilarte de Nacimiento y Roberto Morales Ojeda.
No son nada fortuitas ni improvisadas estas promociones.
En el caso de la compañera Miriam Nicado, es doctora en Ciencias Matemáticas y ejerce desde hace cuatro años el cargo de Rectora de la Universidad de las Ciencias Informáticas (UCI). Con anterioridad, en la Universidad Central de Las Villas Marta Abreu, impartió la docencia como profesora y fue ascendiendo gradualmente a superiores responsabilidades hasta vicerrectora docente. Estudió cinco años en la Unión Soviética y posteriormente un año más de la especialidad.
La compañera Teresa Amarelle es la Secretaria General de la Dirección Nacional de la Federación de Mujeres Cubanasdesdeelaño2012.Fueprofesoradesecundaria básica pasando a realizar funciones profesionales en la UJC, donde se desempeñó como segunda y primera secretaria del comité municipal de esa organización en Amancio Rodríguez. Más adelante promovió de modo paulatino en el Partido del propio municipio y ocupó el cargo de Primera Secretaria, tras lo cual fue elegida paraigualresponsabilidadanivelprovincialenLas Tunas.
La Doctora en Ciencias Biológicas Marta Ayala —creo que es la más joven, aunque entre mujeres de esas cosas no se deben hablar (Risas)— ha desarrollado una trayectoria ascendente en el Centro de Ingeniería Genética y Biotecnología, que la condujo desde la plaza de aspirante a investigadora, jefa de laboratorio, vicedirectora hasta ser promovida recientemente a vicedirectora general de este importante centro científico, donde ha realizado investigaciones encaminadas a la creación de vacunas para el tratamiento del cáncer. En la actualidad es miembro del Comité Provincial del Partido en La Habana.
Por su parte, el compañero Ulises Guilarte se desempeña desde el 2013 como Secretario General de la Central de Trabajadores de Cuba. Ha ocupado diversas responsabilidades como dirigente sindical en Cienfuegos y Secretario General del Sindicato de la Construcción en La Habana. Posteriormente pasó al trabajo del Partido como funcionario profesional y ejerció las funciones de vicejefe del Departamento de Industria y Construcciones del Comité Central y fue promovido a Primer Secretario del Comité provincial en La Habana y después en la naciente y experimental provincia de Artemisa.
Finalmente, el compañero Roberto Morales ha sido ministro de Salud Pública durante los últimos seis años. Al graduarse trabajó como médico de policlínico en el municipio de Rodas, Director de Salud Pública a ese nivel y más tarde en la provincia de Cienfuegos. En el Partido fuefuncionarioprofesionalaniveldemunicipioyprovincia y Primer Secretario en Cienfuegos hasta su designación para integrar el Secretariado del Comité Central.
Los cinco nuevos miembros del Buró Político tienen también edades inferiores a 60 años, muestra de lo que podrá ser toda nuestra dirección, de origen humilde, que trabajaron en la base, que fueron dirigentes políticos en diferentes niveles hasta llegar a la máxima dirección del Partido con una exquisita y profunda experiencia (Aplausos). Naturalmente, esas mismas condiciones están presentes en una gran parte o la mayoría del resto del Buró Político, aunque no han tenido el mismo tránsito de forma metódica como los anteriormente señalados.Algunos nos desarrollamos sin carrera, pero a la carrera (Aplausos), y, como podrán apreciar, acumulan una rica hoja de servicios desde la base, ejerciendo las profesiones de las que se graduaron en la universidad, no como se ha hecho muchas veces, que obtenemos el título universitario, lo colocamos en la pared de la sala de nuestra residencia para exhibirlo, pero nunca hemos trabajado en la especialidad. Ya eso lo corregimos en el Congreso pasado y creo que ha dado buenos resultados. Debe trabajarse en la base, no puede haber dirigentes preconcebidos, todo el que se gradúe por lo menos debe trabajar cinco años en la base en la especialidad por la que fue a la universidad, y gradualmente, según sus posibilidades promover, sin nunca dejar de estudiar, como siempre nos enseñó Fidel, muy especialmente a los militares; un militar tiene que estudiar toda la vida, igual que un cuadro profesional del Partido, un dirigente de nuestro Estado, por una razón o por otra, en un lugar u otro y no vivir del título colgado en la pared de la sala de nuestras casas.
En mi caso agradezco el honor que significa haber sido elegido, por segunda vez, Primer Secretario del Comité Central del Partido Comunista de Cuba, con la certeza de que mi misión principal es defender, preservar y continuar perfeccionando el socialismo cubano y no permitir jamás el retorno al capitalismo (Aplausos).
Dentro del conjunto de tareas principales a mi cargo, dedicaré el tiempo necesario al proceso de reforma de la Constitución de la República — que con un grupo de compañeros algo hemos avanzado o por lo menos intercambiado opiniones— para introducirle los ajustes pertinentes, luego de 40 años de vigencia, a tono con los cambios acaecidos en el plano internacional y las modificaciones resultantes del proceso de actualización del modelo económico y social que, naturalmente, hay que definir primero antes de proponernos llevarlo a la nueva Constitución.
El desarrollo de la economía nacional, junto a la lucha por la paz, la unidad y la firmeza ideológica, constituyen las misiones principales del Partido.
Este concepto no puede quedarse como una simple frase, es preciso llenarlo de contenido concreto en acciones y medidas que permitan hacer realidad la visión de una nación soberana, independiente, socialista, democrática, próspera y sostenible (Aplausos).
Antes de terminar, en nombre de los participantes en el Congreso y de todos los cubanos, deseo trasmitir nuestro apoyo a los pueblos hermanos del Tercer Mundo, en particular los de América Latina y el Caribe, que se enfrentan a las pretensiones de la derecha y el capital transnacional de enterrar los logros sociales alcanzados en décadas de lucha.
Reiteramos la solidaridad de Cuba con el pueblo brasileño y la presidenta constitucional Dilma Rousseff, que enfrenta un golpe de Estado parlamentario organizado por la derecha oligárquica y neoliberal alentada por el imperialismo en contra de los avances políticos y económicos y las conquistas sociales alcanzadas durante los gobiernos del Partido de los Trabajadores.
Llegue también nuestro saludo fraternal a los partidos comunistas y otras fuerzas y partidos políticos, movimientossociales y clases trabajadoras del planeta que luchan contra el hegemonismo imperialista, empeñados en alcanzar una justicia social incluyente y convencidos de que un mundo mejor es posible.
Ratifico todo nuestro respaldo al pueblo ecuatoriano, al presidente Rafael Correa y al gobierno de la Revolución Ciudadana en estas dolorosas circunstancias. Nuestro equipo de rescatistas y el refuerzo de personal médico enviados el propio domingo ya se han unido a los más de 700 colaboradores que trabajan en ese hermano país en las labores de atención a la población afectada.
Nos mantendremos en comunicación con las autoridades ecuatorianas dispuestos a incrementar nuestro apoyo en todo lo posible.
No olvidamos que hoy 19 de abril se conmemora el 55 aniversario de la victoria sobre la invasión mercenaria en Playa Girón, bajo la dirección directa en el teatro de operaciones del líder de la Revolución Cubana, el compañero Fidel Castro Ruz (Aplausos prolongados), quien se ha mantenido al tanto de todo el desarrollo de este evento.
Rendimos merecido homenaje a los caídos en esta gesta histórica, al igual que a todos los que ofrendaron sus vidas en defensa de la Patria, la Revolución y el Socialismo.
Pocas jornadas nos separan del 1ro. de mayo, Día Internacional de los Trabajadores, ocasión que servirá para mostrar al mundo, con la entusiasta y masiva participación de los compatriotas a lo largo de todo el país, la unidad y el apoyo a los acuerdos adoptados por este Congreso y al rumbo socialista e independiente de la Patria.
Finalmente queremos agradecer de todo corazón al compañero Fidel por el esfuerzo que hizo y la satisfacción con que leyó sus brillantes palabras ante nosotros.
Muchas gracias a todos (Ovación).
