Milhares de pessoas manifestaram-se nesta quarta-feira (9) na França, contra um projeto de reforma trabalhista impulsionado pelo governo e criticado pelos sindicatos e organizações juvenis.
A polícia municipal calculou a presença de 224 mil pessoas na mobilização, enquanto que os organizadores afirmaram contar com 500 mil manifestantes.
Em Paris, as autoridades informaram que foram mobilizados 30 mil indivíduos, e os sindicatos computam cem mil.
Segundo a informação divulgada, o plano prevê uma maior flexibilidade no código e no mercado de trabalho. Por exemplo, a organização das horas trabalhadas ou remuneração de horas extras, até agora enquadradas por lei, seriam decididas em acordos feitos empresa a empresa.
O novo projeto também facilita as dispensas por motivos financeiros e limita o pagamento de indenizações concedidas pelos tribunais do trabalho.
Por sua parte, a ministra do trabalho, Myriam El Khomri, em uma entrevista concedida ao jornal Les Echos, disse que com esta iniciativa o governo pretende avançar o país, por meio do diálogo social, garantir ainda mais os direitos reais, tornar as empresas mais competitivas, além de desenvolver e preservar o emprego.
Nesta quarta-feira, os manifestantes clamaram pela eliminação do projeto, considerando que não atende as necessidades do mercado de trabalho francês que conta com uma taxa de desemprego de cerca de 10 por cento.
Alguns entrevistados pela Prensa Latina foram unânimes na demanda pelo “fim da precarização do trabalho, sob o pretexto de lutar contra o desemprego”.
Cabe agora ao governo, consciente da rejeição do seu projeto, extrair as consequências. O Sindicato Força Operária [1] declarou, em um comunicado, que o respaldo recebido da população à manifestação foi um apoio bem sucedido dos cidadãos e afirmou que pretende manter a pressão a este respeito.
A Confederação Geral do Trabalho denominou o protesto como uma resposta forte e unida do mundo do trabalho.
Segundo a entidade, se adotado, esse plano será um retrocesso histórico dos direitos dos trabalhadores, salientando que oferece total liberdade para o empresariado, levando em conta os interesses financeiros das empresas e seus acionistas, e não a proteção dos trabalhadores.
O documento será apresentado em 24 de março, ao Conselho de Ministros. Posteriormente, deverá ser examinado no Parlamento num contexto de persistentes dificuldades no setor do trabalho.
As manifestações desta quarta-feira coincidiram com as greves, por aumento de salários e aposentadorias, na empresa ferroviária estatal (SNCF [2]) e na dos transportes metropolitanos (RATP [3]).
Essas paralisações provocaram complicações no transporte de toda a França, com cerca de 300 km de engarrafamento, apenas nas estradas do entorno parisiense.
[1] CGT-FO – Central Geral dos Trabalhadores – Força Operária (França) (N.T.)
[2] Société Nationale des Chemins de fer Français (Sociedade Nacional das Estradas de Ferro Francesas) (N.T.)
[3] Régie Autonome des Transports Parisiens ( Administração Autônoma dos Transportes Parisienses) (N.T.)
Fonte: Prensa Latina
Tradução: Maria Helena D’Eugênio, para o Resistência
[:es]Miles de personas se manifestaron hoy en Francia contra un proyecto de reforma laboral impulsado por el gobierno y criticado por los sindicatos y las organizaciones juveniles.
La prefectura de policía ubicó en 224 mil la cantidad de personas que se movilizaron, mientras que los organizadores de las protestas manejan la cifra de 500 mil.
En París, las autoridades informaron que se movilizaron 30 mil individuos, al tiempo que los sindicatos hablan de cien mil.
Según la información divulgada, el plan contempla una mayor flexibilidad del código y el mercado de trabajo. Por ejemplo, la organización del tiempo de trabajo o la remuneración de las horas extraordinarias, hasta ahora enmarcadas por la ley, serán decididas por acuerdos de empresa.
También prevé facilitar los despidos por motivos económicos y poner topes a las indemnizaciones por despido otorgadas por los tribunales laborales.
Por su parte, la ministra de Trabajo, Myriam El Khomri, en entrevista con el diario Les Echos, expresó que con esa iniciativa el gobierno quiere hacer avanzar al país a través del diálogo social, garantizar más derechos reales, hacer a las empresas más competitivas y desarrollar y preservar el empleo.
Los manifestantes pidieron este miércoles la eliminación del proyecto al considerar que no se ajusta a las necesidades del mercado laboral francés con una tasa de desempleo ubicada en torno al 10 por ciento.
Algunos entrevistados por Prensa Latina coincidieron en demandar el “fin de la precarizaron del trabajo con el pretexto de luchar contra el desempleo”.
Le corresponde ahora al gobierno tomar conciencia del rechazo a su proyecto y extraer las consecuencias, dijo el sindicato FO en un comunicado, en el que calificó de éxito el respaldo ciudadano y aseguró que prevé mantener la presión al respecto.
La Confederación General del Trabajo llamó a una respuesta fuerte y unida del mundo del trabajo.
Según la organización, si fuera adoptado, ese plan constituiría un retroceso histórico de los derechos de los empleados, al apuntar que ofrece una libertad total al empresariado.
Toma en cuenta los intereses financieros del empresariado y de los accionistas, por encima de la protección de los empleados, enfatizó.
El documento será presentado el 24 de marzo al Consejo de Ministros. Posteriormente, debe comenzar su examen en el Parlamento en un contexto de persistentes dificultades laborales.
Las movilizaciones de este miércoles coincidieron con huelgas en la compañía estatal ferroviaria SNCF y en la entidad de transporte metropolitano RATP, donde los empleados pidieron la subida de sus salarios y pensiones.
Las mismas provocaron perturbaciones en el transporte en todo el país, con unos 300 kilómetros de embotellamientos sólo en las carreteras de la región parisina.
