Opinião
Venezuela denuncia violência dos golpistas: um saldo de mortes e destruições
O povo venezuelano encara uma espiral de violência golpista, denunciada pelo Estado, que deixou durante os dias transcorridos até aqui do mês de abril um saldo de 20 mortes, ataques a bens públicos e estabelecimentos privados, produto de ações promovidas por grupos que buscam fomentar um clima de ingovernabilidade.
As perdas humanas são utilizadas por porta-vozes da direita para instrumentalizar um discurso midiático sobre “a brutal repressão” das forças de segurança contra os opositores, como ocorreu com o caso de Jairo Johan Ortiz Bustamante, assassinado no dia 6 de abril, no setor Montanha Alta de Carrizal, capital de Miranda.
A manipulação foi repudiada energicamente pelo pai de Ortiz, que esclareceu que seu filho não estava em nenhum protesto e que nem sequer militava em nenhum partido.
Depois do homicídio de Ortiz, morreram outros 19 venezuelanos, em diversas circunstâncias motivadas pelos atos violentos de grupos oposicionistas.
Estes fatos são usados por dirigentes da extrema direita, com apoio das corporações midiáticas, para alimentar o discurso de suposta ingovernabilidade e de que o governo lança ataques contra a população civil. Mas, esses mesmos meios de comunicação silenciam sobre a vinculação de dirigentes como Júlio Borges com a coordenação do plano golpista, como denunciou esta semana o presidente da República, Nicolás Maduro.
Vandalismo contra bens públicos
O emprego do vandalismo e os atos terroristas começaram especificamente no dia 4 de abril, com a agressão a oficiais dos corpos de segurança que prestavam seus serviços para manter a ordem interna em Caracas. Contudo, foi dois dias depois que essas táticas começaram a ser usadas abertamente.
No dia 6 de abril grupos apoiados por setores de oposição saquearam o Liceu Gustavo Herrera, situado em Chacao, Miranda, o que viola o direito constitucional da educação. Assim, começaram a ocorrer as primeira ações contra espaços públicos e, como em 2014, os municípios de Chacao e Altamira foram alguns dos principais cenários para isso. Até o momento, esses atos contaram com o silêncio e a indiferença das autoridades locais.
Outros eixos da espiral golpista são os danos à propriedade privada, que começaram em Carrizal, estado de Miranda, em 7 de abril, onde um grupo de encapuzados saqueou a loja do Fresco Market. Nos dias seguintes, semelhantes cenários se verificaram em Lara, contra uma sorveteria (9 de abril); em Vale Arriba, Caracas, com o incêncio dos campos de golfe (10 de abril); El Paraíso, Caracas, onde foi incendiada a sede do Instituto Universitário de Tecnologia Industrial Rodolfo Loero Arismendi (10 de abril) e foram atacados estabelecimentos comerciais na última quarta-feira (19); em Guarenas, Miranda, onde foram atacados 24 estabelecimentos comerciales (11 de abril); Los Teques, Miranda, onde foram depredados 14 estabelecimentos (12 de abril); e a paróoquia El Valle, em Caracas, onde houve ataques a 17 lojas (20 e 21 de abril).
Serviços públicos, outro alvo de ataque
Em 8 de abril, a convocação dos radicais para uma marcha em Chacao abriu as comportas aos danos e prejuízos ao patrimônio público, com o ataque à sede da Direção Executiva da Magistratura (DEM) do Tribunal Supremo de Justiça, onde detonaram um explosivo e incendiaram o lugar.
Em 9 de abril, grupos de vândalos incendiaram a sede da Corporação Venezuelana de Alimentos (CVAL), vários caminhões que distribuíam alimentos e a única clínica móvel da Missão Nevado existente no estado de Lara; enquanto isso, em 10 de abril grupos de choque incendeiam o Centro de Operações do Metrô de Caracas, em Altamira, e ocorreram arremetidas contra unidades do sistema de transporte superficial de Metrobus em Santa Fé, município de Baruta, do estado de Miranda.
Em 11 de abril foi incendiada a sede do Instituto Nacional de Nutrição (INN), em Quinta Crespo, Caracas; em 14 de abril ocorreu outra situação de vandalismo que terminou na queima de um consultório médico, uma ótica popular e um estabelecimento de armazenamento de mercadorias de uim Mercado Popular no setor El Paso, de Los Teques, estado de Miranda; e em horas da noite de 20 de abril foi cercado por grupos armados o hospital materno-infantil “Comandante Supremo Hugo Chávez”, em El Valle.
Toda esta espiral de violência deixou enormes perdas financeiras e materiais.
Redação de Resistência, com Agência Venezuelana de Notícias