Resistência

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, inaugurou nesta quinta-feira (7) em Montevidéu uma conferência internacional sobre a Venezuela, com a expectativa de que seja possível impulsionar um diálogo entre o governo e a oposição.

Compartilhando este objetivo com seu par mexicano, Andrés Manuel López Obrador, quando em comunicado conjunto convocaram este encontro em 30 de janeiro último, ao dar as boas vindas aos participantes, reiterou essa meta em breve discurso.

Seus respectivos chanceleres, Rodolfo Nin Novoa e Marcelo Ebrad, apresentaram na quarta-feira (6) sua proposta de Mecanismo de Montevidéu para o diálogo, que se estrutura em quatro etapas, para que as partes em conflito protagonizem um processo de conversações em um clima pacífico.

Por sua vez, a alta representante da União Europeia para Assuntos Exteriores e Política de Segurança, Federica Mogherini, coincidiu com os países convocantes em assuntos essenciais, como o de evitar uma intervenção estrangeira e uma situação caótica pelo risco de desestabilizar a região.

Ela também convergiu em não impor soluções aos venezuelanos, e que o chamado Grupo de Contato europeu, cujos integrantes se encontram na reunião de Montevidéu, buscará um entendimento comum.

Mas, diferentemente da proposta uruguaia e mexicana, contrária a pressões e ingerências sobre o governo constitucional da Venezuela, Mogherini defendeu que o diálogo desemboque na antecipação das eleições presidenciais.

Estão presentes, pela Europa, delegações da União Europeia, Espanha, Itália, Portugal, Suécia, França, Reino Unido, Alemanha e Holanda.

Pela América Latina, além de Uruguai, México e a representação do Caricom, estão representados Bolivia, Costa Rica e Equador.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou que apoia a iniciativa dos governos do México, Bolívia, Uruguai e das nações da Comunidade do Caribe (Caricom) de ativar um mecanismo de diálogo entre o governo nacional e a oposição para resolver a situação política da Venezuela.

“Saúdo a reunião que realizaram os 14 países do Caricom, México, Bolívia e Uruguai, em Montevidéu. Subscrevemos sua proposta de Quatro Fases para o Diálogo na Venezuela. Estamos prontos para participar em uma agenda aberta de entendimento pela Paz”, escreveu o mandatário na rede social Twitter.

A reunião de Montevidéu como propósito estabelecer um mecanismo de diálogo que ajude a manter a estabilidade e a paz no país.

A iniciativa do diálogo está contemplada em quatro etapas para criar e fomentar condições ideais para encontrar soluções à crise política que a Venezuela atravessa.

A primeira delas corresponde à geração de condições para o contato direto entre os atores envolvidos, “ao amparo de um ambiente de segurança”.

Depois se passaria à etapa de negociação, na qual se fará a apresentação estratégica dos resultados da fase de diálogo às contrapartes.

A terceira fase, de compromisso, consistiria na “construção e assinatura de acordos a partir dos resultados da fase de negociação, com características e temporalidade previamente estabelecidas.

Finalmente, se procederia à implementação, correspondente à “materialização dos compromissos assumidos”, com o acompanhamento internacional.

Resistência, com Prensa Larina e Agência Venezuelana de Notícias