Marcha Patriótica da Colômbia

Ultradireita assassina para sabotar processo de paz

14/03/2016

O Movimento Marcha Patriótica da Colômbia denuncia que nos últimos quatro anos 102 militantes da esquerda foram assassinados por paramilitares que buscam sabotar o processo de paz. Leia abaixo os principais trechos do documento emitido pela organização.

CHAMADO INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE PELA VIDA E OS DIREITOS HUMANOS DA ESQUERDA COLOMBIANA

O Movimento Político e Social Marcha Patriótica faz um chamado a todos os partidos do Foro de São Paulo, aos governos progressistas e democráticos do mundo, a Unasur, a Celac, a OEA, ao Parlamento Europeu, a ONU e a todos os organismos de direitos humanos para se pronunciarem com a devida contundência de modo a conseguir parar os sistemáticos assassinatos de dirigentes sociais e de partidos ou movimentos de esquerda na Colômbia.

Neste ano 2016, quando se aproxima um acordo de paz, se intensificaram os assassinatos de destacadas pessoas do movimento social, especialmente daqueles que apoiam o processo de paz e reconciliação da sociedade colombiana. Essa lúgubre situação acontece ao mesmo tempo em que são ativados outros grupos paramilitares em várias regiões do país, que vem semeando o terror nas comunidades e mostrando abertamente sua rejeição ao eventual acordo de paz entre o Governo e a guerrilha das FARC-EP.

É bem conhecida, por todo mundo, a história de outros processos de paz, em que o Governo e a guerrilha assinaram acordos, mas que foram destruídos pelas ações criminosas de grupos de ultradireita. Estes últimos buscam perpetuar a guerra porque com ela obtêm benefícios econômicos e políticos. Assim, lembramos com muita dor o extermínio da União Patriótica, assim como de A Luchar e a Frente Popular, três forças políticas que foram apagadas do cenário político diante do olhar indiferente da comunidade internacional e das instituições colombianas.

Com o assassinato de nossos companheiros William Castillo e Klauss Zapata já são 102 militantes de Marcha Patriótica assassinados entre 2012 e 2016. Isso não pode continuar a acontecer nunca mais, portanto, propomos ativar um plano de acompanhamento e proteção internacional a fim garantir as condições de trabalho das organizações sociais e de partidos de esquerda em todo o território nacional.

Porque a Paz com Justiça Social na Colômbia é a paz do continente.

Assinam, Porta-vozes do Movimento Político e Social Marcha Patriótica:

Piedad Córdoba Ruiz,  Gloria Inés Ramírez, Patricia Ariza, David Florez, Andrés Gil, Carlos Lozano. 

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