Resistência

Com atos festivos e o apoio de figuras da política sul-americana, os candidatos à Presidência do Chile encerraram na quinta-feira (14) a campanha eleitoral. Sebastián Piñera, candidato da coalizão e Vamos, Chile, e Alejandro Guillier, pela Nova Maioria, pediram o voto de seus compatriotas para o segundo tirno eleitoral do próximo domingo (17).

“Os chilenos necessitamos de mudanças, mas mudanças bem feitas, baseadas no diálogo e nos acordos e não na confrontação ou na retroescavadora. O Chile necessita superar este clima de estancamento e recuperar o caminho do progresso”, disse o direitista Piñera em um teatro da capital Santiago.

O ex-presidente, de direita, (2010-2014) prometeu que duplicará o crescimento da economia do maior produtor mundial de cobre e deixará a nação sul-americana às portas do desenvolvimento.

Piñera publicou em sua conta do Twitter um vídeo do presidente direitista argentino, Mauricio Macri, que descreve o candidato chileno como “muito bom amigo” que “admira” por ser um “grande dirigente”.

Por sua vez, Guillier, um jornalista de 64 anos, encerrou sua campanha no Paseo Bulnes, no centro da capital, em manifestação que contou com a presença de 20 mil pessoas e na companhia do ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, cuja presença no país “é uma lição de humildade, de aonde queremos ir”, disse Guillier.

“Por issos me sinto lisonjeado, amigo Pepe. Tua presença nos revitaliza e nos ajuda na unidade do progressismo. Tua presença ajuda a construir esse Chile unido e essa força da mudança que nos ajude a derrubar uma direita conservadora que não tem futuro para o Chile”, enfatizou o senador candidato a presidente da República.

No primeiro turno, Piñera obteve 36 por cento das preferências, Guillier 22 por cento e Beatriz Sánchez, a candidata da Frente Ampla, de esquerda, alcançou um surpreendente terceiro lugar com 20 por cento dos votos.

Em pouco menos de un mês os candidatos tentaram convencer os cidadãos para se tornar o sucessor da atual chefe de Estado, Michelle Bachelet.

Frente Ampla

Os deputados e líderes da Frente Ampla chilena, Gabriel Boric e Giorgio Jackson, anunciaram que votarão no candidato presidencial da Nova Maioria, Alejandro Guillier.

“Com a profunda convicção de que a Frente Ampla é a melhor alternativa para mudar o Chile, votarei neste domingo contra o candidato de direita Sebastián Piñera, votando em Guillier”, anunciou Boric em um comunicado difundido na redes sociais.

Ambos se valeram dessa via para, com poucos minutos de diferença, difundir os comunicados com os quais informaram que apoiarão Guillier. Coincidiram também na necessidade de apoiá-lo para “impedir que Sebastián Piñera governe com José Antonio Kast (o candidato da extrema direita no primeiro turno) no Palácio de La Moneda”.

“Um triunfo da direita política seria um retrocesso em várias matérias sociais, posto que afetaria as condições materiais de vida de milhares de chilenos que se veriam seriamente afetados em sua dignidade como pessoas”, argumentou Boric.

No caso de Jackson, mesmo considerando as posturas de Guillier “ambíguas, confusas e às vezes contraditórias”, espera “que tais erros e indefinições não lhe custem a eleição”.

Na semana passada, a ex-candidata presidencial da Frente Ampla, Beatriz Sánchez, anunciou que apoiaria Guillier, que tenta acumular o maior apoio possível da esquerda chilena.

Resistência, com Telesul