Opinião
Solidariedade com Venezuela, contra as ameaças de guerra
Por Socorro Gomes (*)
Em diversos países a última semana foi marcada por manifestações, sempre silenciadas pela mídia empresarial, de solidariedade com o povo venezuelano. O Brasil foi palco de algumas delas. Na última sexta-feira (8), centenas de pessoas, lideradas por partidos políticos e movimentos sociais, foram até o Consulado Geral da Venezuela em São Paulo, externar sua solidariedade com o governo legítimo e constitucional do presidente Nicolás Maduro e com o povo irmão, que é vítima de uma tentativa de golpe de Estado e encontra-se sob ameaça de intervenção militar.
Como presidenta do Conselho Mundial da Paz, somo-me a essas vozes de protesto contra a política de mudança de regime e a tentativa criminosa de derrubar o governo legítimo da Venezuela, A guerra em preparação, comandada por Donald Trump e seus fantoches do cartel de Lima, tem o objetivo de controlar e apropriar-se das maiores reservas de petróleo conhecidas do planeta, além de outras importantes fontes de recursos naturais.
Os Estados Unidos agem como Estado fora da lei buscando através da sabotagem, das sanções econômicas, da guerra midiática e diplomática, impor o terror no país através de um fantoche que se autoproclamou “presidente encarregado”, totalmente a serviço de sua política de ingerência, violando as leis internacionais, e levando o continente à beira da guerra e devastação.
São falsos os pretextos de que os imperialistas estadunidenses defendem a democracia e os direitos humanos na Venezuela. O que querem é o controle das imensas riquezas petrolíferas e outros recursos do país. Querem impor seus interesses e domínio no continente e impedir pela força a afirmação de nações soberanas.
Se o mundo permitir a concretização do ataque dos Estados Unidos contra a Venezuela, estará dando carta branca à repetição de crimes de lesa-humanidade, típicos do nazismo de Hitler e do imperialismo em crise dos tempos atuais. Não se pode, sob nenhum pretexto, permitir a repetição de guerras como as que destruíram a Iugoslávia e dilaceraram o Afeganistão, o Iraque, a Líbia, a Síria.
Para ser livre, justo e equilibrado, o mundo não pode permitir tais desatinos, mas ater-se sempre à autodeterminação das nações e povos, como direito inalienável e sagrado, reconhecido pela Carta das Nações Unidas.
Não se pode admitir as intervenções de um país sobre outro, os golpes antipopulares, a violação da soberania nacional, a guerra imperialista.
O povo venezuelano é vítima de ameaças, golpes e agressões, inclusive a ameaça de intervenção armada pelo governo Trump, seus lacaios internos e no entorno latino-americano.
Os povos devem levantar a voz e condenar a ingerência dos Estados Unidos e da União Europeia que, ao arrepio do Direito Internacional, fomentam a instabilidade, ao legitimar um autoproclamado “presidente interino” ou “presidente encarregado”, num ato que ignora as instituições democráticas do país.
Agora, esse “presidente”, num gesto de covardia e traição nacional, afirma que vai solicitar a intervenção externa.
Para além dos pretextos sobre a “defesa dos direitos humanos” e da “democracia” na Venezuela, invoca-se a “crise humanitária”. Contando com aliados servis, os Estados Unidos iniciaram uma operação fraudulenta de envio de “ajuda humanitária”, que não passa da instalação de um corredor para guerra. Já conta com o beneplácito do governo colombiano e espera a adesão do Brasil.
Apoiamos o povo venezuelano e seu governo legítimo nos esforços para seguir adiante na construção do sistema político e econômico que corresponde aos interesses nacionais e populares.
Defendemos o diálogo nacional e as iniciativas diplomáticas em favor da paz na Venezuela, para impedir a realização dos criminosos planos agressivos do imperialismo.
Renovamos a nossa convicção de que vale a pena lutar pela paz, a soberania nacional e a autodeterminação dos povos.
(*) Socorro Gomes é presidenta do Conselho Mundial da Paz
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