Otan
Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz: Otan, grave ameaça à paz mundial
Nesta sexta-feira (8) inicia-se a Cúpula da Otan em Varsóvia. Nesta ocasião, reproduzimos artigo da presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, publicado no Portal português Abril Abril. Leia abaixo.
Há muito que o movimento internacional da paz denuncia a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como a máquina de guerra do imperialismo, difundindo informações e opiniões que ajudam a esclarecer os povos sobre o que representa esta aliança. Atuando em cada país e conjuntamente, as quase 100 organizações que constituem o Conselho Mundial da Paz (CMP), em aliança com diferentes forças democráticas pelo mundo, empenham-se numa campanha por sua dissolução.
Rumo à cúpula da Otan, em Varsóvia, capital polaca, as entidades que integram o CMP e seus aliados reforçam a campanha “Sim à Paz! Não à Otan!”, que tem buscado transmitir a mensagem clara de rechaço completo à maquinaria que ameaça os povos mundo afora.
O Conselho Mundial da Paz lançou uma campanha e convidou seus membros e amigos para ações por todo o planeta, especialmente em Varsóvia, onde os chefes de estado e governos dos países-membros da Otan reúnem-se em 8 e 9 de julho. Diversos movimentos que integram o CMP já têm respondido ao apelo organizando ações junto à população, entre eles o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC).
A iniciativa é expressão e reforço da nossa luta pela dissolução da aliança belicosa, que não se detém ao realizar ações intervenvionistas que resultam em massacres e deixa claro que sua principal estratégia, sua lógica de política externa, é a ameaça. Chamam-na, aliás, “dissuasão”, ainda que inclua, sem qualquer pudor, até mesmo arsenais nucleares.
Os 28 membros da Otan, em período de crise internacional, de arrocho e políticas agressivas contra trabalhadores, cortes em direitos sociais e todo o tipo de retrocesso visto nos últimos anos, têm gasto bilhões de euros nas agressões e guerras contra povos inteiros.
Mesmo nesta conjuntura de empobrecimento das massas trabahadoras, os membros da Otan comprometeram-se com a destinação de 2% dos seus PIB nacionais ao chamado setor militar. Ainda há países que fazem um esforço extra, como os EUA, a Grécia, o Reino Unido e a Estônia, garantindo maiores fatias. Em 2016, segundo relatório publicado em 4 de Julho pela aliança, a Otan gasta 918 bilhões e 298 milhões de dólares. Os Estados Unidos, maiores propulsores desta locomotiva da morte, gastam 664 bilhões e 58 milhões de dólares, um aumento de 22 bilhões e 823 milhões de dólares desde 2015. Os membros europeus, somados, gastaram 238 bilhões e 844 milhões de dólares. O aumento total dos gastos da Otan, de 2015 para 2016, é de 26 bilhões e 186 milhões.
A consequência é a preparação constante para a guerra e a agressão, violando o direito internacional e substituindo o diálogo e a negociação pela militarização das relações internacionais.
Na busca pelo controle de rotas, recursos estratégicos ou zonas de influência, na afirmação da hegemonia do poder agressor e no avanço imperialista que as resume, a Otan não poupa esforços para tentar subjugar nações, derrubar governos legítimos e bombardear países a seu bel-prazer. Mas os povos resistem.
O espetáculo dantesco em que se transformou a militarização do Leste europeu e o agravamento das tensões com a Rússia é também revelador do papel dos meios de comunicação na promoção da guerra. A propaganda em que a expansão da Otan e a ameaça aos povos se sustentam precisa ser contraposta nas ruas e nos meios de comunicação críticos do circo de horrores posto diante de nós.
A ameaça de guerra é grave e se coloca contra os povos de todo o mundo. Não bastassem as agressões ou ameaças regionais, a Otan promete agora envolver o planeta num manto de destruição e morte. Mas os movimentos membros e amigos do Conselho Mundial da Paz reforçam sua mobilização, em solidariedade aos povos que resistem, na denúncia contundente e determinada desta máquina de guerra imperialista.
Juntamo-nos nesta campanha e nas ações internacionais porque acreditamos que unidos podemos derrotar o imperialismo e suas guerras, lutando pela dissolução da Otan ou pelo direito dos seus membros de se retirarem. Por isso, afirmamos: “Sim à Paz! Não à Otan!”.