Síria

Síria denuncia que os Estados Unidos estão por trás do massacre de civis em Manbaj

04/08/2016

Carta, em duas vias de igual teor, datada em 29/07/2016, encaminhada pelo Governo da República Árabe da Síria ao Presidente do Conselho de Segurança e ao Secretário Geral das Nações Unidas

Conforme instruções do Governo da República Árabe da Síria, vimos colocá-los a par dos terríveis e sangrentos massacres, que tiveram como alvo os civis sírios da região norte da República Árabe da Síria, ocorridos em 28 e 29 de julho do corrente.

Mais uma vez, os aviões dos chamados “aliados internacionais”, liderados pelos Estados Unidos da América, perpetraram um massacre, nas proximidades da cidade de Manbaj, localizada ao norte de Aleppo. Os aviões destes ‘aliados’ promoveram um violento bombardeio contra o vilarejo de Ghandoura, provocando, segundo relatos locais, a morte de cerca de 45 civis inocentes e ferindo outros 50, alguns deles em estado gravíssimo. Este bombardeio ocorreu no âmbito de uma ação contínua dos aviões aliados, que atacaram, em 19 de julho de 2016, o vilarejo de Grande Tokhan, que teve um número elevado de vítimas, desde aquela data e até 29/07/2016, chegando a mais de 300 civis e mais de 100 feridos, alguns com ferimentos gravíssimos. As vítimas, como em todos os bombardeios, são crianças, mulheres e idosos. Isso sem falar na grande destruição causada pelos aviões ‘aliados’ ao patrimônio público e privado.

Estes massacres perpetrados pelos ‘aviões aliados’ foram acompanhados de um novo massacre, perpetrado pela organização terrorista Al Qaeda, contra os moradores do vilarejo de Boer, localizado, também, nas proximidades da cidade de Manbaj, onde os criminosos do ISIS assassinaram 34 pessoas.

Este bombardeio americano e, antes dele, o bombardeio francês e outros tantos injustificados, assemelham-se aos crimes que continuam sendo cometidos pelos grupos terroristas armados em várias cidades e vilarejos sírios, no âmbito das tentativas acaloradas de esquentar a situação nas mais diferentes cidades da Síria, em resposta à grande reviravolta protagonizada pelo Exército Árabe Sírio, ao expulsar os terroristas remanescentes dos bairros residenciais de Aleppo. A última destas conquistas foi a expulsão dos terroristas dos bairros de Bani Zaid e Liarmoun, em Aleppo.

O Governo da República Árabe da Síria condena, com as mais veementes expressões, os ataques ao civis inocentes, à infraestrutura econômica e de serviços e ao patrimônio público e privado, tanto por parte dos aviões inimigos dos chamados ‘aliados internacionais’, liderados pelos Estados Unidos da América, quanto pelos grupos terroristas armados, à exemplo do ISIS, do ‘Exército Fath’, do ‘Exército Livre’, dos ‘Livres da Síria’, da ‘Brigada Nour Eddin el Zenki’, da ‘Brigada Tawhid’, da ‘Brigada Mártires de Badr’, da ‘Brigada dos Imigrantes’, da ‘Frente Islâmica’ e da ‘Frente al Nusra’. A Síria exige o fim imediato destas agressões e destes massacres e a punição de seus autores. O Governo da República Árabe da Síria reafirma que o único caminho para o combate ao terrorismo, com êxito, deve passar pela coordenação com o Governo sírio, no âmbito do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas.

O Governo sírio ressalta, neste sentido, que a recente troca de pele da Frente al Nusra, que trocou seu nome para ‘Movimento Fath da Síria’, é uma tentativa desesperada de encobrir os seus pecados e crimes e apagar a cor vermelha que se imprimiu nestes crimes, pela quantidade excessiva de sangue dos inocentes que foi derramada. O Governo da Síria assinala, ainda, que a continuidade das mais diferentes formas de apoio dado pela França, Estados Unidos da América, Grã Bretanha, Turquia, Arábia Saudita e Qatar aos grupos terroristas ‘moderados’, como são chamados, com a continuação do patrocínio e defesa destes grupos através da troca de nomes e peles, não é somente um financiamento e um apoio flagrante ao terrorismo na Síria, mas também em todos os países do mundo.

O Governo da República Árabe da Síria afirma que os massacres, crimes, destruições e vandalismos não o deterá de cumprir com a sua obrigação de combater o terrorismo e de trabalhar para alcançar a solução política que a Síria precisa, através do diálogo sírio – sírio, sob uma liderança síria e sem interferência externa, de modo a acabar com o terrorismo na Síria.

O Governo da Síria insta o Conselho de Segurança a assumir suas responsabilidades em preservar a paz e a segurança internacionais e a dar um basta aos crimes da aliança americana contra os civis sírios, através da adoção de medidas punitivas contra os países e regimes apoiadores, financiadores e patrocinadores do terrorismo, especialmente os regimes de Riad, Ancara, Paris e Londres, impedindo-os de prolongar a crise na Síria e de sua ingerência na paz e na segurança internacionais e comprometendo-os a cumprir, integralmente, o que está previsto nas resoluções do Conselho de Segurança relativas ao tema, Nºs 2170 (2014), 2178 (2014), 2199 (2015) e 2253 (2015).

Fonte: Embaixada da República Árabe da Síria

Tradução: Jihan Arar

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