Guerra

Rússia rebate mentiras sobre Aleppo: “Não acreditem nos terroristas”

13/12/2016
Foto: © AFP 2016/ GEORGE OURFALIAN

Em resultado da grande ofensiva das últimas três semanas, o Exército sírio e seus aliados têm sob controle mais de 99% do território de Aleppo Oriental que estava em poder dos terroristas desde 2012, tendo libertado cerca de 100 mil residentes. No entanto, uma ofensiva midiática acusa o exército sírio de estar cometendo atrocidades contra civis. A França, “em face da alegação de execuções em Aleppo”, solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

Numa conferência de imprensa realizada nesta terça-feira (13), o major-general Igor Konashenkov, do Ministério da Defesa russo, afirmou que “Todas as declarações feitas a partir das altas tribunas ocidentais com referências a ‘mensagens dos ativistas’, assim como os ‘filmes’ sobre alegados ‘bombardeios russos’, ‘fuzilamentos’ e outras encenações, foram filmados por grupos de televisão especiais de ‘militantes’. Por que foram eles aceitos pela mídia com prazer e sem controle – são eles que têm de responder. E faço uma recomendação – não acreditar na propaganda dos terroristas”. O general garantiu que a operação de libertação dos bairros de Aleppo Oriental foi conduzida pelas tropas sírias “de forma humana, em todos os sentidos, no que diz respeito aos civis” e que mostrou “várias coisas importantes”, nomeadamente que “não havia 250 mil civis encurralados” em Aleppo Oriental, tal como diversos representantes ocidentais tentaram enfatizar.

O representante russo refutou esse número, tendo precisado que os terroristas usaram “mais de 100 mil civis como escudos humanos”. “Todos eles deixaram o enclave assim que puderam e entraram em áreas controladas pelo governo, por questões de segurança, de verdadeira ajuda e comida”, disse.

Konashenkov disse ainda que “em Aleppo Oriental não foi encontrada nenhuma ‘oposição’, ‘conselhos locais’ ou ONG (organizações não governamentais) defensoras dos ‘valores ocidentais’, tão apreciadas por Londres e outras capitais, como os ‘capacetes brancos’, ‘associações de médicos’ ou ‘defensores dos direitos humanos’” e acrescentou que, de acordo com os testemunhos dos residentes libertados, “havia apenas a fome e o terror total, como castigo dos militantes por quaisquer tentativas de expressão de descontentamento ou de abandono do enclave”.

Os sapadores russos “não encontraram um único hospital ou escola que tivessem sido usados para os respectivos fins nas áreas controladas pelos ‘militantes’”, disse, precisando que foram antes utilizados como tribunais islâmicos, depósitos de munições e fábricas de mísseis artesanais.

Crítica ao desconhecimento da ONU

O norueguês Jan Egeland, conselheiro do enviado especial da ONU para a Síria, já havia acusado, nesta segunda-feira (12) a Rússia e a Síria de serem responsáveis pelas atrocidades que, alegadamente, estavam a ser cometidas por membros de milícias aliadas, “vitoriosas”, na libertação de Aleppo.

Nesta terça-feira, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, acusou Egeland de não estar a par do que se passa no terreno e de “não possuir toda a informação sobre a situação” na grande cidade do Norte da Síria. “De outra forma, (o representante da ONU) prestaria atenção às atrocidades cometidas pelos grupos terroristas. O fato de não as mencionar evidencia, infelizmente, que não possui informação sobre o que é a realidade na Síria e em Aleppo”, disse Peskov à comunicação social.

Festejos nas ruas de Aleppo

Nesta segunda-feira, ao fim do dia, muitos habitantes dos bairros ocidentais de Aleppo vieram para as ruas festejar a libertação iminente da cidade, depois de fontes militares sírias terem anunciado que “estavam a poucos momentos de declarar a vitória”. A PressTV e a HispanTV dão conta da grande emoção vivida pela população e pelos militares sírios, que disparam tiros para o ar, em sinal de alegria.

Os bairros libertados pelo Exército sírio na segunda-feira, nas imediações da Cidade Velha, estão hoje a ser passados “a pente fino”; e os últimos terroristas apoiados pelas potências ocidentais e seus aliados regionais estão entrincheirados em três ou quatro bairros, revela a PressTV. Uma fonte militar síria não identificada disse que Aleppo será “completamente” libertada ainda hoje (terça) ou amanhã (quarta).

Com AbrilAbril e Sputnik News

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