Protesto em São Paulo pede boicote ao governo de Israel
Representantes dos vários partidos e movimentos sociais fizeram discursos para condenar o sionismo, ideologia racista e colonialista em que se fundou o Estado de Israel, em 1948, com a promoção das potências imperialistas, no seio da Organização das Nações Unidas (ONU). Como resultado, a história dos palestinos é preenchida por massacres e por uma política genocida destinada a impossibilitar a autodeterminação do povo e o estabelecimento do Estado da Palestina.
No atual episódio, em que uma ofensiva repressiva contra a Cisjordânia, que já resulta em dezenas de mortes e centenas de detenções arbitrárias, os bombardeios contra a Faixa de Gaza têm sido realizados por ar, terra e mar pelas forças israelenses, que conformam um dos exércitos mais tecnologicamente avançados do mundo, financiado diretamente pelos Estados Unidos, com bilhões de dólares anuais.
Entre as mil vítimas fatais de 20 dias da “operação Margem Protetora”, cerca de 80% eram civis, de acordo com as Nações Unidas, e mais de 200 eram crianças. A ofensiva tem destruído lares, hospitais, escolas, mesquitas e até poços de água sob o pretexto de combater o “terrorismo”, ou seja, a resistência armada contra a ocupação israelense.
Crimes de guerra e impunidade
Os milhares de manifestantes, que já haviam protestado também de forma massiva no sábado anterior (19), pediram ao governo brasileiro que rompa imediatamente relações comerciais, militares e até diplomáticas com Israel, saudando o importante passo tomado durante a semana passada pelo Itamaraty, que expressou condenação a mais um episódio de violência brutal contra os palestinos.
Vários dos oradores rechaçaram veementemente a resposta da chancelaria israelense e do porta-voz Yigal Palmer, com ofensas ao Brasil, e pediram ao governo brasileiro que aprofunde as medidas condenatórias da política sionista de ocupação e de repetidos massacres dos palestinos.
Socorro Gomes, presidenta do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e do Conselho Mundial da Paz, também apelou pelo fim imediato da ocupação israelense, que submete os palestinos às políticas opressivas e impede a sua autodeterminação e libertação. Socorro enviou uma carta à presidenta Dilma Rousseff na semana passada pedindo medidas mais concretas e saudando o posicionamento do governo brasileiro.
Os protestos massivos têm se proliferado por todo o mundo e inclusive em Israel para denunciar os crimes de guerra e crimes contra a humanidade perpetrados repetidamente pelos sucessivos governos sionistas, que contam com o apoio incondicional dos Estados Unidos e das potências europeias. Também na semana passada o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, do qual o Brasil é membro, aprovou uma resolução para instituir uma comissão de investigação das denúncias. Apenas os EUA votaram negativamente, enquanto vários países europeus abstiveram-se.
A medida de investigação já foi tomada em 2009, após uma ofensiva de 22 dias contra a Faixa de Gaza que resultou em mais de 1.400 mortes entre os palestinos (inclusive com o uso de armas químicas, proibidas pelo direito internacional humanitário, como o fósforo branco e o tungstênio), mas o relatório resultante, publicado em setembro daquele ano, acabou engavetado.
A impunidade das autoridades israelenses pelos repetidos crimes de guerra e contra a humanidade também esteve nos discursos dos manifestantes, que exigiram o fim da ocupação israelense sobre a Palestina. Veja na página do evento no Facebook a lista de organizadores e entidades presentes no segundo ato unificado.
Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho