Síria

Pedro Garcia Hernandez: Quem tenta impor as regras do jogo na Síria?

30/09/2016

No dia 30 de setembro do ano passado, a pedido do presidente Bashar al Assad, a Rússia iniciou o apoio aéreo a uma nação assediada pelas grandes potências ocidentais que promovem ações de centenas de grupos terroristas.

Por Pedro García Hernández, na Prensa Latina

Simultaneamente, Rússia, Iraque, Síria e Irã estabeleceram em Bagdá um centro de inteligência compartilhada para a luta antiterrorista e inclusive convidaram os que lealmente quisessem lutar por iguais objetivos.

Com precisão organizativa e uma ética militar jamais empregada pelos Estados Unidos e seus aliados, tanto a Rússia como a Síria informaram à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre o início das operações.

Muito pelo contrário, e ainda que não se produzissem incidentes significativos, as respostas nunca chegaram e a partir de Washington, Londres e Paris, com o apoio da Arábia Saudita, Turquia e Catar, se intensificaram as ações contra o governo legítimo sírio.

Após um ano destes fatos, a realidade mostra os êxitos obtidos no terreno de combate, os avanços das Forças Armadas sírias e a inquietação entre as fileiras de organizações terroristas como o chamado Estado Islâmico e a Frente para a Conquista do Levante, antes Al Nusra, entre muitos outros.

O bloqueio comercial e econômico contra a Síria, os contínuos fornecimentos de armas, dinheiro e homens aos terroristas não cessaram e no terreno apareceram equipamentos bélicos altamente sofisticados, fornecidos pelo Ocidente e através das fronteiras com a Turquia, Israel e Jordânia.

Líderes do ex-Al Nusra reconheceram o respaldo público dos Estados Unidos, o regime sionista de Israel e os serviços de inteligência desses Estados, somados aos do Reino Unido e França.

Na mesma medida que os triunfos contra os terroristas eram obtidos nas frentes de combate, intensificaram-se a propaganda midiática contra a Rússia, a Síria e o Irã, aumentou o número de navios na costa mediterrânea do Oriente Médio, assim como a verborragia para satanizar e bloquear toda tentativa negociadora em busca da paz.

Para as grandes potências ocidentais e sua saga de colaboradores na região do Oriente Médio, a utilização de uma linguagem e uma prática com duplo critério é insistentemente desenvolvida e jamais valorizaram com objetividade os avanços contra o terrorismo da Rússia, Síria e Irã.

A destruição de milhares de pontos fortificados e objetivos terroristas, o ataque efetivo contra suas linhas de roubo de petróleo e a eficaz política negociadora da Rússia e da Síria, são claramente ignoradas, e insistem na utilização da demagogia e nas artimanhas manipuladas sobre os direitos humanos e os refugiados ou deslocados.

Depois de um ano da assistência russa, a situação na Síria atinge níveis de alta periculosidade prática e que inclui a frágil ação das Nações Unidas e seu Conselho de Segurança, o qual segue, quase ao pé da letra, as indicações prepotentes estadunidenses e de seus nostálgicos aliados colonialistas.

Os Estados Unidos tratam então de impor as regras de um jogo sujo, típico dos piores cassinos de Las Vegas, ao estilo mafioso e sem nenhuma opção que permita ao adversário, pelo menos, recuperar algo da aposta inicial.

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