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Nota do PCdoB: Solidariedade à Revolução Bolivariana ante novo ataque dos EUA

15/02/2017

A Secretaria de Política e Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil divulgou, nesta quarta-feira (15), uma nota de solidariedade à República Bolivariana da Venezuela diante dos fatos ocorridos no dia anterior, quando o governo de Donald Trump incluiu o vice-presidente venezuelano em uma lista de narcotraficantes. Leia a íntegra do pronunciamento do PCdoB sobre a questão.

Nota da Secretaria de Política e Relações Internacionais do PCdoB em Solidariedade à Revolução Bolivariana ante novo ataque dos EUA

Nesta terça-feira (14) o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções econômicas contra o vice-presidente da República Bolivariana da Venezuela, Tareck El Aissami, incluindo-o em uma lista de supostos “narcotraficantes”.

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) posta-se ao lado do povo venezuelano e do governo de Nicolás Maduro em prontidão contra mais esta sórdida investida que sinaliza uma nova onda de ataques contra a Revolução Bolivariana por parte de Donald Trump e de sua equipe.

A falsa acusação acontece apenas 42 dias após El Aissami assumir a vice-presidência e sete dias depois de 34 congressistas estadunidenses pressionarem Donald Trump no sentido de continuar a política de Barack Obama de promoção constante de hostilidades contra a Venezuela.

O vice-presidente venezuelano qualificou de “agressão miserável” as sanções econômicas, e afirmou que as recebe como “um reconhecimento de minha condição de revolucionário anti-imperialista”.

Respeitado perito criminologista, El Aissami foi responsável pela pasta de Segurança Cidadã, durante a gestão do presidente Hugo Chávez e levou à cadeia mais de 100 chefes do narcotráfico, inclusive tendo entregue aos EUA 21 narcotraficantes cujas extradições foram solicitadas internacionalmente.

Como lembra a firme nota do governo venezuelano, “a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu-nos como um dos seis países que mais confiscam drogas no mundo e livre de cultivos ilícitos em território nacional”.

A mesma nota informa que o governo bolivariano “rechaça, protesta e condena energicamente as ações arbitrárias e extraterritoriais perpetradas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América contra o vice-presidente da República Bolivariana da Venezuela, Tareck El Aissami” e diz que estas ações “carecem de legalidade internacional e violam flagrantemente o Direito Internacional Público, as instituições internacionais e os princípios fundamentais que regem a comunidade de nações, tais como o respeito à igualdade soberana e o princípio de imunidade dos Estados, constituindo uma grave agressão à Venezuela. Constituem, além disso, uma infâmia contra uma altíssima autoridade de Estado e, sem dúvida, um falso positivo contra um venezuelano decente e digno, cujas acusações não encontram sustentação alguma na realidade, conformam uma mentira grotesca do Império estadunidense para agredir e formam parte de uma trama internacional para atentar contra uma alta investidura e impedir o exercício de suas funções”.

Existem muitas razões para o ódio do imperialismo contra a experiência venezuelana. Atacada ferozmente por todos os lados, resistiu e venceu a onda mais poderosa da ofensiva conservadora que recentemente assola a América Latina. Contrariando os desejos e previsões dos imperialistas e seus lacaios o chavismo e seus aliados seguem resistindo, apostando na mobilização popular, na elevação da consciência política e no aprofundamento da democracia.

A Venezuela, desde a presidência de Hugo Chávez, faz da defesa da integração latino-americana e da soberania nacional uma de suas principais políticas. Foi inclusive durante a gestão de Hugo Chávez que o novo secretário de Estado dos EUA, nomeado por Donald Trump, Rex Tillerson, viu o braço de sua empresa na Venezuela, Exxon Mobil, ser nacionalizada pela Revolução Bolivariana.

A lista na qual foi incluída o vice-presidente venezuelano carece de total credibilidade. Uma lista mais veraz e fácil de fazer seria com as mentiras que o imperialismo impinge ao mundo para justificar suas ações, o que formaria uma verdadeira enciclopédia.

Quem não lembra, por exemplo, em 2003, do então secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, em plena ONU, mostrando “provas cabais” que seu governo coletou sobre a existência de “armas de destruição de massa” em mãos de Saddam Hussein? As “provas” eram falsas, mas o Iraque foi invadido, o país destruído, e foram assassinados direta ou indiretamente mais de 600 mil iraquianos. Como saldo do ato criminoso, o imperialismo conseguiu o controle do petróleo iraquiano, que hoje é majoritariamente de empresas estadunidenses ou de países satélites, e a indústria bélica, que movimenta parte significativa da economia americana, lucrou bilhões de dólares com a carnificina.

É método, portanto, já conhecido da máquina de propaganda imperialista ser alimentada com calúnias e falsas denúncias contra seus adversários visando pavimentar o caminho para a desestabilização interna do país que se busca dominar.

No caso da Venezuela, encontram como obstáculo maior a determinação de uma nação que afirma com dignidade: “Somos um povo de paz, amante dos princípios da autodeterminação e do respeito à soberania, assim como apegados à ordem e ao Direito Internacional. Com a mesma determinação, dizemos que não toleramos nem toleraremos agressão alguma contra nosso território, contra o nosso direito a sermos livres, nem contra nenhum irmão nascido nesta terra de homens e mulheres dignos e herdeiros da glória de Simón Bolívar e Hugo Chávez”.

O PCdoB, partido que pratica o internacionalismo de forma militante, expressa sua indeclinável solidariedade ao povo venezuelano na luta contra o imperialismo, pela integração latino-americana, em defesa da paz e da justiça no mundo.

 

José Reinaldo Carvalho

Secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB

São Paulo, 15 de fevereiro de 2017

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