ONU
Vitória palestina: ONU adota resolução histórica condenando ocupação israelense
O Conselho de Segurança da ONU adotou nesta sexta-feira (23) uma resolução que condena a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia, e exige que a potência ocupante cesse essa prática.
A iniciativa apresentada pela Venezuela, o Senegal, a Malásia e a Nova Zelândia reafirma o caráter ilegal da colonização dos territórios ocupados e adverte que a Organização das Nações Unidas não reconhecerá nenhuma mudança nas fronteiras de junho de 1967.
No Conselho de Segurança da ONU, órgão com 15 membros, 14 países apoiaram a resolução 2334, enquanto os Estados Unidos se abstiveram, em uma postura que tornou possível a aprovação do texto, o primeiro que é aprovado no Conselho de Segurança sobre o tema palestino-israelense nos últimos oito anos.
Washington havia bloqueado com seu veto projetos de resolução anteriores contrários aos interesses de seu aliado estratégico no Oriente Médio, entre eles um similar, em 2011, que condenava os assentamentos.
A resolução reclamando que cesse a colonização israelense foi inicialmente apresentada na última quarta-feira (21) pelo Egito, que diante das pressões de Tel Aviv e do presidente estadunidense eleito, Donald Trump, decidiu retirá-la.
Apenas umas horas depois do cancelamento da votação prevista paraa quinta-feira (22), a Venezuela, o Senegal, a Malásia e a Nova Zelândia decidiram introduzí-la.
Repercussão na Palestina
A Palestina afirmou nesta sexta-feira no Conselho de Segurança da ONU que a adoção no seio desse organismo de uma resolução para exigir que cesse a instalação de assentamentos israelenses na Cisjordânia retifica uma vergonha histórica.
Durante muito tempo, o Conselho ignorou nossos reclamos, apoiados pela comunidade internacional, oito anos sem rechaçar a colonização. Isto era vergonhoso, assinalou o observador permanente palestino nas Nações Unidas, Riyad Mansour.
O diplomata agradeceu o apoio do Conselho de Segurança à resolução 2334, apresentada pela Venezuela, a Malásia, a Nova Zelândia e o Senegal, que exige que Israel não construa assentamentos na Cisjordânia, inclusive em Jerusalém Oriental, por se tratar de uma prática violadora do Direito Internacional.
A votação desta sexta-feira (23) estabelece um novo rumo, e esperamos que o Conselho de Segurança se mantenha firme e esteja no lado correto da história, disse o embaixador.
Essa iniciativa considera a colonização o principal obstáculo para a solução dos dois Estados, exige o fim da violência e chama ao compromisso das partes com o processo de paz.
Mansour manifestou expectativas de que o documento adotado neutralize a situação negativa no terreno, pelo que insistiu na importância de velar zelosamente por sua aplicação.
Igualmente, reiterou a urgência de que a potência ocupante se retire dos territórios arrebatados aos palestinos em 1967, a fim de abrir o caminho à paz.
Seguimos firmes em nossa crença de que a paz, o propósito central da ONU, merece todas as ações e leis necessárias, razão pela qual têm valor os esforços globais para alcançar, sem demoras, o fim da ocupação israelense que começou em 1967, disse o diplomata palestino.
Em sua intervenção, Mansour recordou que aos palestinos assiste o direito inalienável à autodeterminação e a viver em liberdade, dignidade e soberania em um Estado independiente, com Jerusalém Oriental como capital e fronteiras reconhecidas internacionalmente.
Fonte: Prensa Latina; tradução da redação de Resistência