Terrorismo
Vingança contra EUA por trás de atentados na Somália
Contra as hipóteses que apontavam o Estado Islâmico (EI) como autor dos devastadores atentados ocorridos na Somália há alguns dias, investigadores afirmaram nesta quarta-feira (18) que foram realizados por um ex-soldado cujos familiares foram mortos por tropas dos Estados Unidos.
Na semana passada dois caminhões carregados de explosivos explodiram em frente a um hotel em uma rua no centro de Mogadíscio, capital do país, e em um distrito próximo e causaram a morte de mais de 300 pessoas, ferindo um número ainda maior, neste que é considerado o ataque mais mortífero que já ocorreu no continente africano.
Indícios apontam que o autor foi um ex-soldado cuja aldeia natal foi atacada por uma força conjunta de soldados estadunidenses e do Exército somaliano há dois meses, a partir de uma informação falsa, o que deixou 10 mortos, cujos cadáveres permaneceram insepultos por vários dias em um protesto dos familiares e dos idosos do clã, que pediram vingança.
Informações posteriores levaram a crer que a operação conjunta foi ordenada depois do recebimento de uma informação falsa de um clã rival que buscava se beneficiar.
No início, os atentados foram atribuídos ao Shabab (Os Jovens, em árabe), o grupo armado islâmico leal à rede Al Qaeda que tem seu quartel-general neste país, mas chamou a atenção o fato de que o mesmo não tivesse sido reivindicado.
Segundo as investigações, nos ataques do sábado foram utilizados uma caminhonete e um caminhão, o último carregado com 350 quilos de explosivos de uso militar e outros de fabricação doméstica e os alvos foram edifícios da ONU, sedes de embaixadas e o quartel geral das forças da União Africana neste país.
O suposto autor ingressou no Exército em 2010, mas desertou cinco anos depois para se juntar ao EI.
Em meados deste ano, os Estados Unidos enviaram a Mogadíscio um contingente de especialistas militares com a tarefa de treinar ao Exército somaliano em táticas antiterroristas, somando-se a outro grupo lotado nesta capital há meses.
Fonte: Prensa Latina