Resistência
Venezuela rechaça resolução da OEA
O chanceler da República Bolivariana da Venezuela, Jorge Arreaza, rechaçou nesta terça-feira (5) uma resolução aprovada na Organização dos Estados Americanos (OEA) que abre o caminho ao intervencionismo contra o país.
Durante uma assembleia da OEA, Arreaza rejeitou o documento promovido pelo governo dos Estados Unidos, que obteve 19 votos a favor. Ainda não são os 24 votos necessários para suspender a Venezuela desse organismo.
“Nós vamos com nosso povo enfrentar nossas dificuldades e entre os venezuelanos vamos resolver nossos problemas sem que a ingerência e o intervencionismo prejudiquem nosso país. A Venezuela é livre e soberana. Viva a Pátria Grande!”, enfatizou.
Arreaza denunciou que a resolução contra a Venezuela viola os princípios de não intervenção da Carta Interamericana da OEA e põe em risco a segurança do país.
“Esta aprovação, em teoria, dá carta branca aos Estados Unidos para continuar agredindo a Venezuela”, advertiu, e recordou que o presidente dos Estados Unidos afirmou publicamente que adotará ações militares contra o país.
“Os Estados Unidos disseram que estão na mesa todas as opções”. “Isto inclui a opção militar”, disse, referindo-se às declarações de Trump. “Os países que aprovaram esta resolução estão aprovando também a possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela”, alertou.
Por isso, o chanceler venezuelano fez um chamado à consciência pela unidade latino-americana e condenou as pressões que o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pince, exerce contra governos no seio da OEA para atacar a Venezuela. “É lamentável que estsas coisas ocorram”, disse.
Arreaza destacou que os venezuelanos só se regem pela Constituição da República. “É a única lei que importa ao povo venezuelano além do Direito Internacional Público que respeitamos plenamente”.
Em seu discurso, Arreaza indicou que a única coisa de que a Venezuela necessita é que cessem as sanções e a agressão política. “Levantem as sanções, desbloqueiem os fundos da Venezuela”, demandou.
O chanceler venezuelano expôs como as sanções unilaterais dos Estados Unidos e seus aliados como o Canadá e a União Europeia provocam um cerco financeiro contra a Venezuela e golpeiam a vida cotidiana dos venezuelanos.
Devido a estas sanções, desde há dois anos se dificultou ao país o acesso a insumos e medicamentos para a população, tal como ocorreu em 2017, quando o Citibank se negou a receber recursos venezuelanos para a importação de 312 mil doses de insulina destinadas a atender a demanda de 450 mil pacientes.
Este bloqueio também impediu que se tornassem efetivas as transações que o país fez com a Organização Panamericana de Saúde (OPS) para a compra de insumos em matéria de saúde.
O governo colombiano fez algo parecido contra a Venezuela. O presidente Juan Manuel Santos proibiu a um laboratório a venda ao Estado venezuelano de medicamentos contra a malária, insumos que agora são adquiridos através de convênios com a Índia.
“A Venezuela se retira desta organização (a OEA) precisamente porque ela não ajuda em absoluto os povos de nossa América e mais, como ficou demonstrado hoje, o que ela faz é gerar condições para o intervencionismo, a ingerência e violar o Direito Internacional Público”, disse Arreaza.
Resistência, com Agência Venezuelana de Notícias