China
Veja como foi o ano econômico da China
Se a China fosse uma empresa gigante, teria impressionado o público com seus principais resultados anuais para 2017, diz a agência noticiosa chinesa Xinhua.
Ao manter um crescimento estável, melhorou a qualidade dos ativos, reduziu os riscos do endividamento, e trouxe novo ímpeto para o crescimento a longo prazo e sustentável.
Crescimento sustentável
O PIB da China se expandiu 6,9% anualmente nos primeiros três trimestres, superior à meta do governo de cerca de 6,5% para o ano.
O FMI revisou sua previsão pela quarta vez este ano, para 6,8% em 2017 e 6,5% em 2018.
“Sob a pressão da reforma estrutural, a China conseguiu manter o crescimento médio-alto com poucas flutuações. Isto é algo raro tanto no mundo como na própria história de desenvolvimento da China”, disse Pan Jiancheng, do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).
O crescimento foi alcançado com a ajuda de política monetária prudente e neutra, assim como a política fiscal mais proativa e efetiva, de acordo com o que foi determinado pela reunião central de trabalho econômico no ano passado.
Em vez de ajustar taxas de juros ou reservas obrigatórias, o banco central da China dependeu cada vez mais de operações no mercado aberto este ano para a gestão de liquidez.
A forte dinâmica econômica ajudou os fluxos de capitais transfronteiriços a se tornarem mais estáveis e equilibrados, contribuindo para uma acumulação gradual em reservas de divisas, que aumentaram pelo 10º mês consecutivo, chegando a US$ 3,1193 trilhões no fim de novembro.
Progresso estrutural
Apenas três minutos depois da começo do Dia dos Solteiros da China, em 11 de novembro, as vendas no site de compras online TMall, da Alibaba, atingiram 10 bilhões de yuans (US$ 1,5 bilhão).
O entusiasmo dos consumidores pelas compras demostra como o país está fazendo a transição para uma economia impulsionada pelo consumo e abastecida pelo investimento.
Wang Tao, economista-chefe do UBS China, estimou que o consumo crescerá a uma taxa anual de pelo menos 7% nos próximos dois anos graças ao crescimento da renda e a busca por uma vida de alta qualidade.
Para atender à demanda, a fábrica do mundo está atualizando o que coloca nas prateleiras. A produção dos bens de consumo de baixo valor agregado está sendo substituída gradualmente pela manufatura de alto nível, com as remessas de smartphones da China respondendo por um quarto do total do mundo.
O “‘Made in China ‘ não mais significa ‘barato’. As ferrovias de alta velocidade, energia nuclear, e produtos eletrônicos da China estão todos fazendo rupturas nas indústrias mundiais de nível médio e alto”, disse Chen Dongqi, economista da Academia de Pesquisa Macroeconômica.
Enquanto a manufatura de alta tecnologia registra rápido crescimento, o país também fez progresso em eliminar a capacidade de produção excessiva, uma das principais tarefas na atual reforma estrutural no lado da oferta.
A China realizou seus planos de cortar a capacidade anual de produção de aço em cerca de 50 milhões de toneladas e carvão em pelo menos 150 milhões de toneladas este ano, segundo o DNE.
Controle de riscos
Talvez uma das realizações mais notáveis que a China fez em 2017 não tenha sido a taxa de crescimento em si, mas como realizá-la com regulamentos mais rigorosos para conter riscos.
No último ano, os líderes da China colocaram a estabilidade financeira como uma máxima prioridade e fizeram progresso notável em evitar os maiores “rinocerontes cinzentos”, geralmente levados pelos bancos-sombra e que representam uma ameaça significativa para a economia.
As autoridades endureceram a administração em atividades interbancárias e produtos de gestão de riqueza de elementos extrapatrimoniais e expandiram restrições em compras de casas para combater as bolhas do mercado imobiliário.
Ao mesmo tempo, o país também está tentando ter um balanço geral mais saudável, cortando a alavancagem ao reduzir o endividamento. Estabeleceu tetos de dívidas para os governos locais, e introduziu um programa de troca de dívida a bônus.
Segundo a agência mundial de avaliações Moody’s, o desempenho econômico e fiscal dos governos locais chineses eram estáveis nos primeiros três trimestres de 2017, e a meta para o ano inteiro será cumprida.
Resistência, com Xinhua