Mercosul
Uruguai se opõe a Brasil, Paraguai e Argentina e descarta ‘Presidência coletiva’ do Mercosul
O chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, disse nesta segunda-feira (15) que “não está prevista em nenhum lugar” uma “Presidência coletiva” do Mercosul, como propuseram Brasil, Paraguai e Argentina, que não reconhecem a Venezuela à frente do bloco.
“Não está prevista (a Presidência coletiva) e, se estivesse, precisaríamos de um consenso. Além disso, a Venezuela não aceitaria (essa proposta)”, afirmou o chanceler uruguaio ao jornal local El País.
Ele reiterou a posição manifestada pelo Uruguai desde antes do fim de seu mandato, de que atualmente corresponde à Venezuela a Presidência rotativa do Mercosul. “Não há nenhuma pré-condição para assumir a Presidência”, disse Novoa, afirmando que o bloco se encontra em um “vazio jurídico”. “Tudo pode ser interpretado. Quero ajudar para que isso funcione”, afirmou, acrescentando que o Uruguai tem a intenção de comparecer às reuniões convocadas pela Venezuela sobre a questão.
“A situação é complexa. Nós queremos que o Mercosul funcione. Não queremos uma paralisia. Daqui até o dia 23 continuaremos trabalhando”, disse o ministro em referência à reunião convocada pelo Paraguai que será realizada no dia 23, quando haverá uma “revisão jurídica” do protocolo de adesão da Venezuela.
Venezuela rejeita acusações de “Tríplice Aliança” e diz ter cumprido protocolo de adesão a Mercosul
Por outro lado, o governo da Venezuela rechaçou, também nesta segunda-feira, as afirmações de Brasil, Argentina e Paraguai de que não teria cumprido compromissos do protocolo de adesão do Mercosul e afirmou que país foi “insigne no processo de incorporação” ao bloco.
Nesse contexto, a chancelaria venezuelana, por meio de comunicado, classificou como “manobras falsárias e antijurídicas” as afirmações dos três países. A Venezuela “não só incorporou grande parte do compêndio normativo do Mercosul” como “igualou, e na maioria dos casos superou, os Estados Partes, que estando desde o início da fundação do Mercosul não internalizaram todo seu acervo normativo”, diz a chancelaria.
O governo venezuelano também “denuncia ante a comunidade internacional a persistência destes governos em vulnerar os tratados constitutivos do Mercosul, fazendo prevalecer suas preferências políticas e ideológicas neoliberais sobre os genuínos interesses dos povos e seus processos de integração”, diz o comunicado.
Fonte: Opera Mundi