Opinião
Tempos tempestuosos
Um quarto de século após a destruição da União Soviética e do sistema socialista mundial, o capitalismo conduziu a Humanidade a uma das suas maiores crises, com consequências potencialmente trágicas. As guerras e agressões do imperialismo destruíram numerosos países, com dramáticas consequências humanas. Longe de estar resolvida, a crise econômica do capitalismo que eclodiu em 2007-2008 conhece novos episódios. As suas causas permanecem e tendem mesmo a agravar-se. A crise foi pretexto para o grande capital financeiro intensificar a exploração dos trabalhadores e a rapina de todas as classes não monopolistas (como ficou patente nos países da União Europeia). A tudo isto se junta a alteração da correlação de forças econômicas no planeta, com as velhas potências imperialistas em declínio a recusarem a ascensão de novos concorrentes.
Por Jorge Cadima
A crescente deriva autoritária e a cada vez mais descarada promoção de forças fascistas e xenófobas, bem como o alastrar dum terrorismo com ligações importantes aos governos e serviços secretos das grandes potências imperialistas (patente na Síria e na Líbia) são reflexo da opção de vastos setores do grande capital pelo uso da força e da violência para impor a sua dominação.
As causas de fundo das duas guerras mundiais no século XX estão de novo presentes, neste planeta hegemonizado pelo grande capital financeiro.
Não é inevitável uma nova guerra mundial, que seria catastrófica na era nuclear. Nem é inevitável o desenlace do fascismo – sob velhas ou novas formas. Mas a tragédia só pode ser evitada se as grandes massas ganharem consciência da gravidade da situação e das suas causas. Essa é condição necessária para que a luta pela paz e contra os fautores da guerra imperialista e do fascismo possa atingir a força e a dimensão que os perigos do momento reclamam.
Os perigos de guerra
Uma entrevista do General Loureiro dos Santos ao Diário de Notícias, no ano 2000, mereceu a manchete principal “Guerra mundial é inevitável” (DN, 13.3.2000). O General foi claro nas causas da futura guerra por ele antecipada: não podemos esquecer que na base disto tudo está a disputa dos recursos mundiais. Traçando um quadro do surgimento de novas potências, entre as quais destacava a China, mas também a Rússia, e mesmo a possibilidade de, no mundo islâmico, haver países que tenham uma certa capacidade e funcionem como ‘Estados-núcleo’ (numa provável referência ao Irã), concluía: “E os Estados Unidos precisarão de atuar”. Isso não será para já, mas dentro de 15, 20 anos, é praticamente inevitável. A visão de que as contradições entre potências econômicas se resolvem pela guerra é uma característica permanente do sistema capitalista, que no século XX conduziu a duas guerras mundiais, enormes tragédias para os trabalhadores e os povos do mundo. Como Lênin afirmou, no capitalismo é impossível outra base, outro princípio de partilha que não seja a força (1). Há quem pense que na era nuclear um tal desenlace seria impossível. Mas Loureiro dos Santos, exprimindo perigosíssimas ilusões, que quase seguramente importou das altas esferas militares da Otan, deu voz à ideia de que é possível, nos nossos dias, travar e vencer uma guerra mundial: Começam, contudo, a aparecer tecnologias, nomeadamente nos EUA, que vão permitir tornar os teatros de operações invulneráveis a ataques de mísseis adversários. O que altera completamente os raciocínios estratégicos. (…) Tem de haver novas formas de fazer a guerra. Possivelmente as outras armas de destruição maciça vão passar a ter um papel muito mais importante, nomeadamente a arma biológica. A arma atômica continuará a ser uma arma muito importante (…) mas para as grandes potências deixará de ser um obstáculo. Sublinhe-se a reveladora expressão “deixará de ser um obstáculo”.
Estamos no prazo previsto por Loureiro dos Santos para a guerra mundial inevitável. O ciclo de grandes guerras iniciado com a Guerra do Golfo (fez agora 25 anos) impôs a “ordem” imperialista, destruindo e fragmentando o Iraque, a Síria, a Líbia, o Afeganistão, o Iêmen, a Iugoslávia, eternizando a ocupação da Palestina, agredindo Gaza e o Líbano, entregando a Ucrânia aos bandos nazis, provocando centenas de milhares de mortos, milhões de feridos e desalojados e vagas de refugiados. As causas de fundo das guerras e agressões imperialistas não residem em ‘choques de civilizações’ ou rivalidades sunitas-xiitas, mas sim na vontade recolonizadora dum sistema socioeconômico assente no lucro, cujas classes dirigentes (como comprova a História) consideram todos os crimes legítimos, desde que sirvam para afirmar o seu poder e dominação. Na mesma entrevista (2) em que o General Wesley Clark, comandante da guerra da Otan contra os povos da Iugoslávia, afirmou que ao visitar o Pentágono no rescaldo dos atentados de 11 de Setembro, foi informado da decisão já tomada pelos EUA de eliminar sete países em cinco anos: Iraque, Síria, Líbano, Líbia, Somália, Sudão e Irã, o General declarou também: ao que parece, estamos a apoiar grupos terroristas (sic!) que se infiltram e fazem explodir alvos no interior (…) do Irã. Esta confissão de que os EUA usam o terrorismo (com nome e tudo) para desestabilizar países que pretendem eliminar não é surpresa, nem novidade. Explica fatos aparentemente contraditórios, como as guerras desencadeadas por potências imperialistas invocando a ameaça de grupos terroristas promovidos por anteriores agressões dessas mesmas potências. Foi assim com a invasão do Afeganistão pelos EUA em 2001. Está de novo a ser assim na Líbia. Em editorial, o New York Times (26.1.2016) refere os planos do governo Obama para uma nova guerra, invocando o combate aos fundamentalistas islâmicos a quem a guerra da Otan em 2011 entregou aquele país. E agora que as forças terroristas patrocinadas pela infame aliança EUA-UE-Israel-Turquia-Arábia Saudita estão em franco recuo na Síria, graças à resistência síria e ao apoio do Irã, Hezbolá e Rússia, os EUA invocam o pretexto do Estado Islâmico para regressar ao Iraque e intervir diretamente na Síria. O verdadeiro objetivo são os alvos de que falava Loureiro dos Santos. As recentes manobras militares britânicas na Jordânia visam uma confrontação russa com a Otan e segundo fontes do exército (inglês), apesar de se realizarem na Jordânia, na fronteira com a Síria (…) não foram um ensaio para o envio de tropas britânicas contra militantes do E.I. (…) “Não se trata dum exercício anti-E.I. (…). Trata-se muito mais de estarmos preparados para nos juntarmos aos EUA na Ucrânia (Telegraph, 7.2.2016). Segundo a agência noticiosa Associated Press (7.11.2015) o Ministro da Defesa dos EUA, Carter, diz que Rússia e China são ameaças potenciais à ordem global. Afirmou Ashton Carter: Elementos terroristas como o E.I. são, naturalmente, totalmente contrários aos nossos valores. Mas outras ameaças são mais complicadas, e dada a sua dimensão e potencialidades, potencialmente mais prejudiciais. O Ministro da Defesa de Israel, Moshe Ya’alon, declarou que “se na Síria a escolha é entre o Estado Islâmico ou o Irã, eu escolho o Estado Islâmico. (…) O nosso maior inimigo é o Irã (Times of Israel, 19.1.2016). Nas mesmas declarações foi peremptório ao descartar a ideia que o Estado Islâmico seja uma ameaça direta a Israel. (…) Não é uma ameaça para nós (Washington Post, 19.1.2016). Tais declarações reforçam a suspeita de que, mais do que um bando terrorista fora de controle, o E.I., tal como o fascismo, é uma arma ao serviço dos planos de guerra e dominação do imperialismo (3).
A existência dum “partido da guerra” nos centros dirigentes dos EUA/UE/Otan é evidente. Contradições e desacordos mais ou menos públicos (como no caso do chamado acordo nuclear iraniano) parecem ter mais a ver com questões táticas, rivalidades secundárias ou a identificação dos alvos prioritários do que com a opção de fundo por soluções militares.
O partido da guerra imperialista, impulsionado pelos multimilionários interesses do ‘complexo militar-industrial’, prepara novas guerras e, tal como para financiar banqueiros, o dinheiro público não faltará. A Ministra da Defesa alemã pediu ao Parlamento um aumento das despesas militares de 130 bilhões de euros até 2030, ou seja, um aumento de 23,7 milhões de euros por dia, ao longo dos próximos 15 anos (Handelsblatt, 5.2.2016).
O Primeiro-Ministro inglês Cameron anunciou o aumento das despesas militares do seu país em 12 bilhões de libras, como parte dum pacote de mais de 230 bilhões de euros em despesas militares na próxima década (AFP, 23.11.2015). O Ministro da Defesa dos EUA anunciou que irá quadruplicar as despesas militares na Europa, no âmbito dum orçamento militar de 582,7 bilhões de dólares em 2017, e apontou cinco ameaças principais (registe-se a ordem): a ascensão de grandes potências na Rússia e China; a ameaça da Coreia do Norte para os EUA e os seus aliados do Pacífico; a ‘influência maligna’ do Irã contra os aliados no Golfo; e a luta em curso contra o Estado Islâmico (Defense News, 2.2.2016).
A crise econômica do capitalismo
Vinte anos após recuperar a hegemonia planetária, o capitalismo entrou em 2007-2008 numa nova grande crise econômica, que agudizou todas as contradições do sistema. Ameaçados pela derrocada do seu sistema financeiro internacional, o grande capital financeiro e os Estados ao seu serviço lançaram mão de políticas com uma clara marca de classe. Por um lado, criaram subsídios e programas multimilionários de apoio à banca e ao grande capital. Colossais e impagáveis dívidas de gigantes financeiros foram transferidas para o erário público (como, em Portugal, no BPN ou BANIF) – ou seja, para os trabalhadores e os povos, uma vez que o grande capital foge ao pagamento de impostos, através de múltiplos esquemas, como os paraísos fiscais. Por outro lado, a crise foi usada como pretexto para impor aos povos políticas de empobrecimento e pilhagem que, no caso da União Europeia, foram acompanhadas de novas limitações à soberania dos povos.
Oito anos mais tarde, o resultado está à vista: o grande capital está mais rico, os povos mais pobres (4). As dívidas públicas dispararam. Mas o sistema capitalista continua incapaz de assegurar crescimento. O sistema financeiro tornou-se dependente dos subsídios estatais e do dinheiro a custo zero. As tentativas de desmame destes programas geram novas crises bolsistas, como a que sacode as bolsas mundiais desde o início de 2016. Multiplicam-se os sinais de deflação e a turbulência na banca europeia. Alastram as taxas de juros negativas. William White, ex-economista chefe do Bank for International Settlements (BIS, o chamado «banco dos banqueiros») e presidente duma importante comissão da OCDE afirmou que a situação é hoje pior do que em 2007. “Foram no essencial já gastas as nossas munições macroeconômicas para combater as contrações. (…) As dívidas continuaram a crescer nos últimos oito anos e alcançaram níveis tais em todo o mundo que se tornaram uma poderosa fonte de problemas. Tornar-se-á óbvio durante a próxima recessão que muitas destas dívidas nunca serão (pagas)” (Telegraph19.1.2016). Novas explosões de crise afiguram-se inevitáveis.
O terrorismo, o autoritarismo e o ascenso da extrema-direita
Largos setores da Humanidade ganham consciência, embora de forma ainda confusa e contraditória, da natureza insaciável do capitalismo, do fato de os seus sistemas políticos servirem os interesses duma ínfima minoria de grandes capitalistas. Está hoje em crise a base de apoio às democracias burguesas, que nos centros imperialistas se robustecera com o crescimento econômico e, paradoxalmente, com a melhoria de níveis de vida e o alargamento de direitos para largos setores populares, resultantes das revoluções sociais do século XX (na esteira da grande Revolução de Outubro) e da derrota do nazi-fascismo. Em boa parte do planeta, e em particular nos grandes centros do capitalismo mundial, cresce o descontentamento com as políticas de empobrecimento e restrição de direitos. Martin Wolf, destacado porta-voz do grande capital financeiro, escreve no Financial Times (26.1.2016) que os prejudicados no plano econômico estão em revolta contra as elites, adverte que as consequências potenciais são assustadoras e previne que os que, à direita, cultivam a fúria popular, estão a correr grandes riscos. As classes dominantes têm consciência da força e do potencial transformador dos povos, mesmos quando estes ainda estão descrentes do seu poder.
Para um sistema capitalista em profunda crise, que só tem para oferecer aos trabalhadores e aos povos o desemprego em massa, o empobrecimento, maior exploração e guerra, é grande a tentação de recorrer, tal como no passado, às soluções de força e de violência para impor a sua dominação de classe. O recurso ao autoritarismo não exclui, antes exige, uma base de sustentação, que não pode ser encontrada na proclamação aberta da dominação de classe de ínfimas minorias. A história do século XX ensina que, perante o medo da derrocada social, grandes setores intermediários da sociedade tornam-se permeáveis à linguagem da força e da violência reacionária. A ruína da pequena e média burguesia desencadeada pela I Guerra Mundial e impulsionada pela Grande Depressão dos anos 30, abriu caminho ao fascismo, que foi a forma ditatorial de imposição dos interesses do grande capital e latifundiários. O fascismo serviu para destruir violentamente o movimento operário e as suas conquistas sociais e políticas. O ascenso do fascismo combinou a violência e a demagogia, e recorreu a bodes expiatórios (como a tese da “conspiração judaico-bolchevique” que foi moeda corrente nas classes dominantes europeias) para canalizar o descontentamento de largas massas, não contra os responsáveis da sua miséria e ruína, mas contra aqueles que mais coerentemente se opunham aos senhores da guerra e da finança.
Hoje, assiste-se de novo à promoção do medo, da irracionalidade e da violência, com o ascenso da extrema-direita que, sob uma ou outra forma, alastra pela Europa. Um medo que tem por base quebras por vezes dramáticas de níveis de vida de camadas populares duramente atingidas pelas políticas de direita, que apenas servem o grande capital financeiro.
Esse medo é canalizado contra o trabalhador que ainda não perdeu o seu emprego ou direitos (apresentado como privilegiado que vive à custa da miséria alheia), contra o imigrante ou refugiado (lançando as vítimas do grande capital umas contra as outras, para melhor dominar todas), contra o preto ou o muçulmano (que desempenha hoje o papel que há oito décadas coube ao judeu). Este medo e estes bodes expiatórios são desde há muito promovidos, de forma mais ou menos sutil, pela comunicação social dos grandes grupos capitalistas (recorde-se o inexistente ‘arrastão’ no nosso país – Portugal, nota da edição). E também pela obscura ameaça do terrorismo – obscura, porque quanto mais se cava, mais se descobrem as ligações entre terroristas e serviços secretos, entre jihadistas e operacionais das grandes potências imperialistas. Também foi assim quando do ascenso do fascismo nos anos 30, ou nas campanhas desestabilizadoras do imperialismo (5).
Assistimos ao triste espetáculo dum governo “socialista” em França que, em nome do combate ao terrorismo, impõe o estado de emergência (suspendendo direitos de manifestação e greve), que o Primeiro-Ministro Valls admitiu em entrevista à BBC em Davos vir a durar pelo tempo que for necessário, podendo mesmo afetar toda uma geração, já que estamos em guerra (…) uma guerra total, global, sem piedade. A linguagem recorda George W. Bush. E as medidas especiais também. O fato de serem provenientes de alguém que se afirma socialista não devem fazer esquecer o essencial. Estamos perante a preparação das classes dominantes francesas para o embate que sabem ser a consequência natural da ofensiva antissocial que planejam contra o seu povo, tal como outras classes dominantes do continente.
A luta pela paz, indissociável da luta anti-imperialista
A identificação das velhas potências imperialistas como principal fonte de guerra e agressão no mundo é essencial para acertar na caracterização do inimigo principal dos povos e dos trabalhadores. Quem não compreende de onde vêm hoje os perigos principais para a paz está condenado a errar no alvo, a deixar-se levar (independentemente das intenções) pelas permanentes campanhas que visam condenar, não o inimigo primeiro dos povos, mas as suas próximas vítimas. Foi assim, num passado recente com os ‘apoios de esquerda’ às guerras ditas ‘humanitárias’ na Iugoslávia, na Líbia ou na Síria. É assim hoje, com o periódico reavivar das campanhas contra Angola, a Coreia do Norte ou o Irã (sejam quais forem os problemas desses países), mas que deixam incólumes os aliados dos EUA/UE.
Quem pode negar que os EUA e as potências imperialistas da União Europeia e seus aliados (como Israel) são os principais instigadores de guerra no mundo? Ou que as potências imperialistas violam sistematicamente o direito internacional, desencadeando guerras de agressão na base de grosseiras mentiras? Quem pode negar que os EUA torturam, gerem um arquipélago de campos de concentração onde desaparecem durante anos pessoas raptadas na rua, à margem de qualquer sistema jurídico digno desse nome? Ou que os EUA são a única potência que já usou armas nucleares (contra civis), além de outras armas não convencionais?
Não tendo invadido o Iraque em 1991, após a primeira Guerra do Golfo, os EUA esperaram que a ONU destruísse as armas não convencionais e mísseis de Saddam Hussein (capazes de atingir Israel, como se viu então), para depois atacar aquele país em 2003. Em finais de 2003 Kadafi assinou um acordo com os EUA e a Inglaterra para parar os planos do seu país de desenvolvimento de armas nucleares e químicas e de mísseis de longo alcance para as lançar (CBS, 21.12.2003). Pouco tempo o seu país foi destruído e ele próprio selváticamente assassinado pelas potências com quem assinara o acordo de desarmamento. Quando da assinatura desse acordo, o então Presidente Bush afirmou: espero que outros dirigentes vejam nisto um exemplo (CBS, 21.12.2003). E assim o terão feito, ao ver o desenrolar dos acontecimentos. Como criticar agora países que aprenderam a lição de que quem se desarma torna-se presa mais fácil, de que não existe respeito pela legalidade internacional, de que a palavra das potências imperialistas vale menos do que os títulos do BES? Cabe perguntar aos incondicionais das campanhas contra países como a Coreia do Norte ou o Irã: quantas guerras e invasões de países terceiros foram desencadeadas por esses países? E quantas pelas “democracias ocidentais” ou a “única democracia do Médio Oriente”?
Os EUA, a Otan e o seu “pilar europeu”, a União Europeia, Israel, e os aliados regionais do imperialismo (como a Turquia ou a Arábia Saudita e outras petro-monarquias do Golfo) são a grande máquina de guerra do mundo contemporâneo e a principal ameaça à paz. O imperialismo é, pela sua própria natureza, incapaz de ter outro modo de vida, que não a agressão, a pilhagem e a guerra. Uma luta coerente pela paz e por um mundo que respeite os direitos e a soberania dos povos é indissociável da luta contra o imperialismo. E nunca, no último meio século, foi tão urgente a luta pela paz. Que tem de saber unir todos quantos são vítimas da política de rapina e violência do imperialismo, ou seja, a grande maioria da Humanidade.
Notas
(1) V. I. Lênin, 1915, «A Palavra de ordem dos Estados Unidos da Europa», Obras Escolhidas em Seis Tomos, Edições «Avante!», 1984, Tomo 2, p. 270.↲
(2) Entrevista ao programa Democracy Now! em 2.3.2007, transcrição integral emwww.globalresearch.ca, 23.3.2007.
(3) Recorde-se o patrocínio de bandos terroristas pelo imperialismo na Nicarágua, Angola, Moçambique, Afeganistão, entre outros países.
(4) O relatório da Oxfam, An economy for the 1% (Janeiro de 2016), afirma que 1% da Humanidade detém mais riqueza que os 99% restantes. Sessenta e dois indivíduos são mais ricos do que a metade mais pobre da Humanidade, e a riqueza desses sessenta e dois indivíduos cresceu 44% nos últimos cinco anos, enquanto a riqueza da metade mais pobre caiu 41%.
(5) O documento das mais altas chefias militares dos EUA em 1962 de título “Justificações para uma intervenção militar dos EUA” em Cuba, conhecido pelo nome de código Operation Northwoods, propunha abertamente organizar atos provocatórios nos EUA, como atentados terroristas vitimando opositores do regime cubano, para depois responsabilizar a jovem Cuba socialista.
Fonte: Revista O Militante – Partido Comunista Português