Palestina

Supremo israelense dá sinal verde a franco-atiradores e uso de armas letais contra manifestantes palestinos

27/05/2018

Os três juízes que integram o alto tribunal israelense rejeitaram por unanimidade, na quinta-feira (24), duas petições apresentadas por grupos de defesa dos direitos humanos exigindo que deixasse de ser possível ao Exército israelense recorrer a franco-atiradores e a fogo real para dispersar protestos de palestinos na Faixa de Gaza.

De acordo com a informação veiculada pelo Adalah (Centro Jurídico para os Direitos da Minoria Árabe em Israel), o tribunal argumentou que os participantes nos protestos da Grande Marcha do Retorno constituíam “um perigo real para os soldados e os cidadãos israelenses”.

Para o tribunal, o uso de fogo real pelos militares israelenses não viola a lei porque as manifestações se inseriram no conflito que Israel mantém com o Hamas.

Na sexta-feira (25), o Adalah e o Centro para os Direitos Humanos Al-Mezan, que apresentaram em conjunto uma das petições, emitiram um comunicado sublinhando que Israel deu “sinal verde à utilização de franco-atiradores e fogo real contra manifestantes palestinos”.

Ambas as organizações acusaram o Supremo Tribunal israelense de ter ignorado por completo as “provas” por elas apresentadas, que incluem “múltiplos testemunhos de feridos e relatos de organizações internacionais envolvidas na documentação” do massacre recente de Gaza, de que resultaram mais de 100 mortos e mais de 13 mil feridos.

Os grupos afirmam que o tribunal “se recusou a ver os vídeos que documentavam os disparos [das forças israelenses] contra os manifestantes e, em vez de examinar o caso, aceitou por inteiro as alegações apresentedas pelo Estado [israelense]”.

A outra petição foi apresentada por quatro grupos israelenses de defesa dos direitos humanos. Um deles, Yesh Din, afirmou no Twitter que os “juízes perderam uma oportunidade de impedir a continuação das mortes e ferimentos”.

Resistência, com AbrilAbril

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