Terrorismo
Síria aponta: Arábia Saudita, Turquia e Qatar financiam terrorismo, EUA, Inglaterra, França e Ucrânia acobertam
O número de mortos registrados nos atentados dos últimos dois dias nas localidades de Yabla e Tartús, na costa mediterrânea síria, chega perto de uma centena. O grupo terrorista “Exército Livre da Síria” assumiu a autoria dos crimes. Em carta encaminhada ao presidente do Conselho de Segurança e ao Secretário Geral da ONU, a República Árabe da Síria diz que as explosões “provocaram a morte de dezenas de civis, em sua maioria mulheres e crianças, além de causar grandes danos materiais nas propriedades, infraestrutura e nas residências vizinhas”. Na mensagem, a Síria desnuda a hipocrisia das potências imperialistas: “a recusa dos representantes dos Estados Unidos da América, da França, da Grã Bretanha e da Ucrânia no Conselho de Segurança em aprovar a inserção das organizações ‘Exército do Islã’ e ‘Exército Livre da Síria’ nas listas do Conselho de Segurança de organizações, grupos, instituições e entidades terroristas e sua insistência em continuar a denomina-los como ‘oposição moderada armada’, confirmam a continuação destes países e outros com a política de fazer vista grossa aos crimes perpetrados por estes grupos terroristas e a falta de seriedade destes países em combater o terrorismo”. Leia a íntegra da carta.
Carta, em duas vias de igual teor, encaminhada ao Presidente do Conselho de Segurança e ao Secretário Geral da ONU, em 23/05/2016
Conforme instruções do Governo da República Árabe da Síria, gostaria de transmitir informações relacionadas às sangrentas explosões terroristas contra as cidades de Tartous e Jablah, ocorridas na segunda feira, 23 de maio de 2016.
Grupos terroristas armados atacaram as duas cidades de Tartous e Jablah, com quatro carros-bomba e três ataques suicidas. Os terroristas alvejaram, com um dos carros-bomba, a estação rodoviária principal da cidade de Tartous, imediatamente após a ocorrência de outros dois ataques suicidas, um deles dentro de um ônibus e o segundo contra um bairro residencial vizinho ao local do primeiro atentado. A organização terrorista ‘Exército Livre da Síria’ assumiu a autoria destes terríveis atentados.
Os grupos terroristas armados explodiram, ainda, outros três carros-bomba na cidade da Jablah, dois deles explodiram, simultaneamente, na estação rodoviária principal da cidade e o terceiro teve como alvo a sede do Departamento de Eletricidade. Logo em seguida, um terrorista suicida acionou um dispositivo explosivo na entrada do setor de emergência do Hospital Nacional de Jablah, aproveitando-se do momento de maior movimentação no local. Estas sete explosões provocaram a morte de dezenas de civis, em sua maioria mulheres e crianças, além de causar grandes danos materiais nas propriedades, infraestrutura e nas residências vizinhas.
Estas explosões ocorrem no âmbito das ações terroristas sistemáticas perpetradas pelos grupos terroristas armados contra os vilarejos e as cidades sírias e representam um aumento da escalada de ações dos regimes do ódio e do extremismo de Riad, Ancara e Doha, com o objetivo de sabotar os esforços que tem por objetivo dar um basta ao derramamento de sangue imaculado do povo sírio, o fracasso das conversações de Genebra, das medidas que visam acalmar a situação e do acordo de cessação das ações de agressão. Assim como têm por objetivo desviar as atenções das vitórias consecutivas alcançadas pelo Exército Árabe Sírio, em sua guerra contra o terrorismo transfronteiriço do ISIS e da Frente Al Nusra.
A continuidade de alguns países em impor, insistentemente, o silêncio ao Conselho de Segurança frente a estas ações terroristas perpetradas pelos grupos terroristas armados, nas mais diferentes áreas da República Árabe da Síria, em rejeitar a adoção, por parte do Conselho de Segurança, de medidas dissuasivas, imediatas e punitivas contra os países e regimes apoiadores e financiadores do terrorismo, especialmente os regimes de Riad, Ancara e Doha, dá a estes regimes a inspiração para dar continuidade às orientações de seus instrumentos terroristas na Síria, para persistir em seu terrorismo e para perpetrar massacres contra o povo sírio. Assim como levam estes regimes a continuarem com a desestabilização da paz e da segurança na região e no mundo, através do uso do terrorismo e dos mais diferentes grupos terroristas como instrumento de pressão e provocação política, com o objetivo de alcançar interesses desprezíveis e um reconhecimento de seu papel político regional.
Neste mesmo contexto, a recusa dos representantes dos Estados Unidos da América, da França, da Grã Bretanha e da Ucrânia no Conselho de Segurança em aprovar a inserção das organizações ‘Exército do Islã’ e ‘Exército Livre da Síria’ nas listas do Conselho de Segurança de organizações, grupos, instituições e entidades terroristas e sua insistência em continuar a denomina-los como ‘oposição moderada armada’, confirmam a continuação destes países e outros com a política de fazer vista grossa aos crimes perpetrados por estes grupos terroristas e a falta de seriedade destes países em combater o terrorismo.
O Governo da República Árabe da Síria afirma que estes massacres e crimes terroristas não a impedirão de continuar cumprindo com as suas obrigações de lutar contra o terrorismo e atuar para alcançar uma solução política para a crise, através do diálogo entre os sírios, sob uma liderança síria, que resulte no fim do terrorismo, na reconstrução do que foi destruído pelo terrorismo e seus parceiros, financiadores e apoiadores e o restabelecimento da segurança e da estabilidade para o povo sírio.
O Governo da República Árabe da Síria exige do Conselho de Segurança e do Secretário Geral das Nações Unidas uma condenação imediata e veemente a estes crimes terroristas e exige do Conselho de Segurança que assuma suas responsabilidades na manutenção da paz e da segurança internacionais através da adoção de medidas dissuasivas, imediatas e punitivas contra os países e regimes apoiadores e financiadores do terrorismo, especialmente a Arábia Saudita, a Turquia e o Qatar, proibindo-os de continuar com este apoio ao terrorismo e com a sua ingerência na paz e na segurança internacionais, comprometendo-os com o cumprimento total dos dispositivos e resoluções do Conselho de Segurança relativas ao tema, especialmente as resoluções Nºs. 2170(2014), 2178(2014), 2199(2015) e 2253(2015).
Tradução: Embaixada da República Árabe da Síria no Brasil