Diplomacia
Rússia assume presidência do Conselho de Segurança da ONU em cenário de tensões
A Rússia assume nesta sexta-feira (1º/7) a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, em meio a um complexo cenário em que o Kuweit apresentou projeto de resolução sobre a necessidade de proteger os palestinos.
Segundo fontes diplomáticas, espera-se que nesta sexta-feira se realize a votação. Os Estados Unidos já anunciaram que vetarão o projeto de resolução.
Por meio de um comunicado, a missão estadunidense assinalou que os países favoráveis demonstrarão sua falta de aptidão para participar de negociações que possam obter o crédito de todas as partes.
Além disso, os Estados Unidos culparam o Hamas pela violência em Gaza e defenderam as ações de Israel como ‘autodefesa’, embora a repressão das forças militares de Tel Aviv tenha causado mais de 100 palestinos mortos.
Os demais membros do Conselho de Segurança criticam o uso excessivo da força por parte de Israel contra manifestantes pacíficos e destacam a necessidade de dar maior proteção aos civis palestinos, como pede o projeto de resolução apesentado pelo Kuweit.
Também apostam na solução de dois Estados (Israel e Palestina), de acordo com as fronteiras estabelecidas em 1967 e com Jerusalém como capital compartilhada.
A decisão unilateral dos Estados Unidos de considerar Jerusalém como a capital de Israel e transferir sua embaixada para essa cidade gerou mais instabilidade na região e desencadeou uma onda de protestas pacíficos dos palestinos na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza.
De acordo como o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Nikolai Mladenov, Israel deve pôr fim à ocupação na Palestina, pois somente assim poderiam ser dados passos para a paz e a estabilidade na região.
Enquanto aumenta a violência contra os palestinos, a infraestrutura em Gaza se deteriora, quase não há serviços de eletricidade nem água, e é necessário melhorar o acesso e a circulação de pessoas, assim como apoiar o processo de reconciliação liderado pelo Egito, apontou.
A situação no Oriente Médio se manteve como um fator de tensão no Conselho de Segurança durante todo o mês de maio, depois de repetidos alertas da Palestina sobre o aumento da violência na Faixa de Gaza, desencadeada em 30 de março contra a Grande Marcha do Retorno.
Desde esse dia, os militares de Israel utilizam de maneira indiscriminada a força letal contra os manifestantes e isto gerou o rechaço quase unânime da comunidade internacional.
Mas Israel conta com o apoio dos Estados Unidos que – como membro permanente do Conselho de Segurança – bloqueia as ações desse organismo contra as autoridades de Tel Aviv.
A ocupação de Israel na Palestina provocou uma das piores crises humanitárias da história, além de privar milhões de pessoas de suas terras e de seus direitos essenciais.
Resistência, com Prensa Latina