Opinião
Razões para a destruição da Síria pelos EUA e seus aliados
A Síria resiste à agressão das potências ocidentais que têm como objetivo sua destruição, para apropriarem-se de suas riquezas e recursos naturais. Após cinco anos de guerra, os Estados Unidos, seus aliados ocidentais e as monarquias árabes, o povo e o governo sírios resistem à perseguição criminosa e lutam pela sua soberania e independência, sendo um exemplo para o resto do mundo.
Há cinco anos, a Síria vive um conflito armado, no qual morreram mais de 250 mil pessoas, que acarretou em mais de 7 milhões de retirantes internos e obrigou mais de 4 milhões de sírios a abandonarem sua pátria. O conflito sírio atual vai muito além da pilhagem dos recursos naturais do país pelas potências ocidentais, o que está em jogo é a destruição do país árabe.
O catedrático espanhol, Jose Antonio Egido, salientou que, entre as razões da guerra síria, está a destruição do pan-arabismo, movimento pela integração do povo, do qual a Síria é o berço.
A ambição ocidental
Os Estados Unidos e as potências europeias almejam o mundo árabe dividido, para liquidar todo o movimento progressista na região. “Pôr fim ao governo de Bashar al Assad seria fulminar os governos progressistas e anti-imperialistas no Oriente Médio”, acrescentou Egido.
O analista explicou que outras das causas do conflito, têm sua raiz no objetivo de fortalecer Israel e as monarquias da Arábia Saudita, Qatar, Kuwait e Bahrein, que são aliadas às potências ocidentais, para manter o controle geopolítico na região e, portanto, neutralizar todo o movimento que vá contra seus interesses.
Com a guerra na Síria, as potências tentam redesenhar o mapa geopolítico
Egido assinalou que o interesse na Síria e seus recursos naturais prolongam-se por décadas. Já em 1957, os EUA e a Grã-Bretanha trataram de controlar o petróleo sírio e, desde então, vêm atuando na região. Naquela época, a Síria contava com um território muito maior do que o de hoje em dia.
“As potências ocidentais fragmentaram aquela Síria e criaram Israel e a Jordânia, estados parceiros dos países imperialistas e que são usados para controlar a região”, afirmou Egido.
A repressão à resistência árabe
Outras das razões da guerra cruel, promovida pelo ocidente é acabar com os focos de resistência no mundo árabe. Para Jose Antonio Egido, deter os movimentos na Síria, Irã, Iraque e no Libano, com o Hezbollah, é essencial para fortalecer as monarquias árabes pró-ocidentais, que se opõem às lutas populares, como à causa palestina e à criação de um estado curdo.
Controlar a totalidade do Mar Mediterrâneo e evitar a expansão da influência da Rússia e da China no Oriente Médio é mais uma razão que poderia levar à eliminação do governo sírio. A participação da força aérea russa na luta contra o terrorismo e os acordos bilaterais colocaram em evidência a proximidade entre ambas as nações, situação que incomoda os Estados Unidos e seus aliados.
Golpes à integração do Oriente Médio
Apesar da guerra, a Síria mantém uma forte presença no Oriente Médio e solidificou sua relação com o Iraque e o Irã, para criar uma frente comum contra as agressões ocidentais, que têm como finalidade golpear o governo sírio e o país persa em seus planos de interação, para deter a possível influência iraniana na Síria.
Jose Antonio Egido explicou que o Ocidente sustenta a ideia de balcanizar o conflito, que nada mais é do que fracionar o território sírio em um estado sunita, um estado curdo e uma província alauita[1], para romper as relações históricas e integracionistas do povo sírio.
[1] Os alauitas formam um grupo étnico-religioso do Oriente Médio, presente sobretudo na Síria, ponde são cerca de 15% da população, ou seja, cerca de 3 milhões de pessoas e dominam as estruturas políticas. (N.T.)
Fonte: Telesur
Tradução: Maria Helena D’Eugênio para o Resistência