Honduras
Prevalecem em Honduras a incerteza e a crise institucional
A incerteza prevalece nesta quinta-feira (7), em Honduras, após o candidato presidencial da Aliança da Oposição contra a Ditadura, Salvador Nasrralla, reiterar que desconhece o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) como um árbitro válido.
Nasralla assinalou que o TSE não é um órgão independente e cada vez mais se descobrem novos ilícitos cometidos por esta entidade, mergulhando o país em uma crise institucional.
De acordo com o candidato da oposição, que afirma ter ganho as eleições realizadas em 26 de novembro, o Tribunal está a serviço do presidente e candidato a reeleição, Juan Orlando Hernández, acusando-os de orquestrar com cumplicidade uma fraude eleitoral contra ele.
Diante disso, Nasralla propôs que um “tribunal internacional” revise todos os registros sem a presença do TSE, que deve fornecer todo o material que tem para coletar os dados, acrescentou.
Tanto a crise gerada no país pelas irregularidades detectadas quanto as denúncias de fraude levaram observadores nacionais e estrangeiros a se absterem de certificar a transparência do processo, e até mesmo, valorizar a recomendação de que as novas eleições sejam chamadas como uma possível solução .
Diante de tantas inconsistências observadas durante quase duas semanas, ninguém se atreve, fora do oficialismo, a validar a credibilidade de um tribunal muito questionado pelo seu desempenho turvo durante o processo eleitoral.
Do mesmo modo, Nasralla apontou que o processo eleitoral não pode ser contestado diante de um TSE que não é neutro, o que o desqualifica totalmente como árbitro.
Desta forma, a oposição considera que uma recontagem de votos realizada por esta entidade não traria credibilidade, transparência e segurança.
É por isso que mesmo a Organização dos Estados Americanos (OEA), com conhecidos vínculos com os setores reacionários, não exclui a possibilidade de recomendar a realização de novas eleições presidenciais com garantias que corrijam as irregularidades denunciadas e que deram origem à atual crise política e social no país.
Enquanto isso, as manifestações e os protestos pelas denúncias de fraude continuam dando a tônica em Honduras, o que levou o governo a decretar, no último dia 1º de dezembro, um toque de recolher.
Fonte: Prensa Latina, com tradução da redação do Resistência