Resistência

O presidente da Colômbia, Juan Ma­nuel Santos, entregou nesta quarta-feira (21) ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) o recente Acordo de Paz alcançado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP).

Depois de quatro anos de diálogo para pôr fim a mais de meio século de conflito armado e social na Colômbia, o governo e a guerrilha apresentaram um pacto, que foi catalogado por Santos como “uma contribuição à paz no mundo”.

“Aqui está o resultado deste trabalho no qual todos ajudaram, e que é uma contribuição à paz no mundo”, disse Santos perante o Conselho.

Destacou também que no documento as vítimas, com seus direitos à verdade, à justiça, à reparação e à não repetição foram colocadas pela primeira vez no centro da solução do conflito.

“Terminou o último e mais antigo conflito armado do he­misfério ocidental”, proclamou Santos para logo acrescentar que “a Amé­rica, desde a Patagônia até o Alasca, agora é uma zona de paz”.

A revista colombiana “Semana” afirma que há um ano nesse mesmo cenário, o mandatário disse que esperava voltar como presidente de uma Colômbia em paz e reconciliada, e desde o começo de suas palavras anunciou “com toda a força de minha voz e de meu coração, que a guerra na Colômbia terminou”.

Santos discursou sobre a solução negociada de um conflito armado precisamente em 21 de setembro, o Dia Inter­na­cional da Paz, como ele próprio se encarregou de destacar”.

“Uma Colômbia cheia de esperança, uma Co­lômbia que — sem guerra — está pronta para alcançar seu máximo potencial e para ser um fator positivo dentro do contexto mundial”, anunciou.

Diante dos líderes mundiais, o presidente colombiano exaltou o cessar-fogo e de hostilidades bilateral e definitivo, e fez um resumo dos pontos mais relevantes do Acordo de Paz.

“Um conflito de mais de meio século chegou ao fim. Um conflito que deixou mais de 220 mil mortos e mais de oito milhões de vítimas terminou”, arrematou Santos diante do aplauso da Assembleia Geral. “Soam na Colômbia os sinos da paz, e seu eco chega a todas as nações representadas neste recinto”.

A entrega do documento de 297 páginas foi feita perante a Presidência do Conselho de Segurança e na presença do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, que reiterou que na próxima segunda-feira (26) viajará a Cartagena de Índias (Colômbia) para assistir à assinatura do acordo.

O secretário geral da ONU destacou o esforço feito pelo governo da Colômbia em seu desejo de alcançar a paz. Igualmente, reiterou seu apoio ao processo e para depois do conflito. “Con­tinua­remos com a assistência humanitária”.

Ban Ki-moon elogiou também o trabalho de todas as partes e indivíduos que contribuíram para as negociações. Destacou particularmente o papel de Cuba e No­ruega, os países garantidores do processo, e do Chile e Venezuela, países acompanhantes das conversações.

Do mesmo modo, reafirmou o compromisso da ONU, através de sua missão política, de apoiar a implementação do Acordo de Paz, que qualificou como um exemplo para o mundo.

Granma