Opinião
P’ra frente pessoal!
Enquanto os chimpanzés no Uganda aprendem, com outros exemplares da sua cultura, a molhar uma esponja de algas para beber água de um poço em lugar de recolher com uma folha o líquido que vai derramando, os “inteligentes” humanos que comandam o sistema capitalista seguem as ideias de idiotas como Temer, Trump et catærva, que pretendem fazer girar a roda da história cultural da humanidade para trás. Qualquer dia a mídia subalterna divulga as vantagens em beber água nas folhas e os chimpanzés darão gargalhadas geniais.
Por Zillah Branco *
Quando 35 milhões de trabalhadores no Brasil fazem greve acompanhados nas ruas por desempregados, trabalhadores rurais, professores e estudantes, representantes de todos os credos religiosos, negros, índios, imigrantes europeus, asiáticos, africanos, militantes de esquerda e democratas honrados, tem-se a prova de que o programa de Lula para alimentar os cinquenta milhões de brasileiros famélicos e levá-los a descobrir os direitos de cidadania com a ajuda dos professores das escolas primárias, dos estudantes e professores das universidades, das equipes médicas e dos servidores públicos que se dispuseram a integrar aqueles conterrâneos (que nem a certidão de nascimento tinham) nas estatísticas nacionais para alcançarem os direitos sociais mínimos, este gesto histórico e coletivo abriu caminho para que o Brasil se tornasse uma nação soberana. Os brasileiros descobriram que a dignidade lhes pertence.
Agora, é caminhar para a frente varrendo a poeira deixada por séculos de atraso oligárquico e de reformas fundiárias e bancárias que só interessam a uma elite apátrida. Chega de discussões estéreis, de mesuras vexatórias a um patronato estrangeiro, de submissão a comandos que desconhecem as leis nacionais e os princípios éticos em que se baseiam, dessa dissolução dos costumes em que se atolam os mandatários, esta pouca vergonha de mentiras e corrupções que mancha a história pátria e destrói o Estado brasileiro.
Este troca-troca de discursos e de consciências já demonstra que nunca vão aprender a tomar água pela esponja porque estão sempre olhando os parceiros vestidos de luxo que a televisão apresenta como os donos do mundo tomando whisky em copos de cristal. Não nos servem, não sabem pensar por si nem como pensam e fazem os brasileiros, não sabem trabalhar pelo coletivo, não sabem sambar, nunca amaram, não pertencem a este povo valoroso que há 500 anos constrói uma nação apesar dos invasores que se multiplicam.
A luta dos brasileiros não está isolada. Em todo o mundo, apesar do boicote midiático e das elites, os povos de todo o mundo em manifestações do Primeiro de Maio, saudaram a grandiosidade de um povo, o brasileiro, que se une como classe trabalhadora diante de um governo espúrio que foi assaltado por crápulas, para ditar o seu Plano de Desenvolvimento Social e Econômico. O povo não aceita as exigências da elite mesquinha que só pensa em crescimento e lucro dos poderosos.
A Europa está diante de uma crise que se arrasta sangrando os trabalhadores e os setores mais desprotegidos das sociedades. A perversidade do sistema imposto pela Troika imperial abriu caminho para que a Inglaterra saltasse para fora do barco enquanto os grupos fascistas dominam os eleitorados em desespero. A Rússia encontra apoio na China para não se subordinar à União Europeia casada com os Estados Unidos. O cheiro à pólvora, que traz a memória da Segunda Guerra, polui a humanidade. São os trabalhadores organizados nos seus Sindicatos que se unem nas ruas de todas as capitais mundiais como um exército internacional que abre caminho com idênticas palavras de ordem atraindo uma juventude que não vislumbra um futuro no presente.
A “crise econômica” badalada pela elite financeira não cortou os orçamentos da indústria de armamentos, dos salários dos banqueiros, dos criadores de modas e de uma cultura predadora e violenta que forma robôs imbecilizados. Os pobres ficaram mais pobres, os doentes tornaram-se cobaias das indústrias farmacêutica e química que poluem e aniquilam a natureza. Os jovens perderam a esperança de construírem a própria vida. Os países mais pobres exportam produtos primários e mão-de-obra para desenvolverem as nações mais ricas. Aprendem a receber com desvelo os turistas que querem respirar ar puro e relembrar a humanidade que vai sendo extinta nas megalópoles. Dinheiro não falta para manter a injustiça social que sustenta o capitalismo.
P’ra frente Brasil! Viva a América Latina livre do imperialismo!
Com a consciência de classe e as bênçãos religiosas dos que acompanham a luta dos povos!