Colômbia

PC colombiano se solidariza com Santrich e exige sua liberdade

11/04/2018

O Comitê Central do Partido Comunista Colombiano, em comunicado, chama a atenção para o momento que atravessa o processo de paz com a prisão de Jesus Santrich, a interferência dos Estados Unidos, os interesses das elites em não respeitar os acordos de paz e a necessidade de agrupar as forças democráticas em defesa da paz com justiça social. Leia:

Defender o processo de paz, Jesus Santrich livre

A captura de Jesus Santrich lança um novo alarme ao processo de paz assinado entre as FARC-EP e o governo colombiano. A autoridade judicial de um país estrangeiro imputa acusações e o Procurador Geral da nação, sem qualquer esforço de verificação, assume as informações como uma ordem para cumprir. O presidente Santos se junta a este pré-julgamento e anuncia que sua mão não vai tremer para produzir uma extradição. Alega-se que as FARC violam o Acordo de Paz, enquanto o promotor e o presidente fingem ignorar a existência da Justiça Especial para a Paz (JEP).

Os porta-vozes das FARC denunciam isso como o fato mais sério no tortuoso campo de implementação, porque abre as portas para novos e maiores obstáculos ao livre exercício da política, uma conquista essencial do Acordo de Paz. No meio da campanha presidencial, esta ação mostra o propósito de favorecer os candidatos do establishment que planejam ignorar ou desativar o acordo.

O Estado colombiano e suas classes dominantes não conseguiram assimilar e cumprir sua parte no compromisso histórico. Mais de 200 assassinatos, dos quais pelo menos 60 de ex-combatentes, 623 presos políticos, apesar da existência de uma lei de anistia; abandono e negligência na aplicação de planos alternativos de desenvolvimento ou na substituição de culturas, substituídos pela erradicação forçada sem soluções alternativas, enquanto os países doadores pela paz denunciam o manejo irregular do dinheiro da comunidade internacional. As cortinas de fumaça são inaceitáveis para esconder a emergência humanitária, a falta de vontade de cumprir os compromissos assumidos e o acobertamento da corrupção.

O Partido Comunista rejeita a detenção de Jesus Santrich como uma provocação friamente preparada pelos Estados Unidos, com a cumplicidade do governo e da acusação. Exige o devido processo no âmbito da Justiça Especial da Paz. Denuncia mais uma vez o interesse de Washington em usar a extradição como meio de intervencionismo político contra os esforços colombianos para alcançar a coexistência, a autonomia para resolver os assuntos internos e consolidar o caminho da independência e da soberania. O PCC rejeita com especial indignação a servidão neocolonial dos porta-vozes designados do Estado. Apela a que todas as expressões saudáveis da sociedade, que são maioria e estão em paz, manifestem-se publicamente em defesa desta nobre tarefa.

PARTIDO COMUNISTA COLOMBIANO

Comitê Central

Bogotá, 10 de abril de 2018

Fonte: Semanário Voz, tradução da redação do Resistência

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