Opinião

Parem os ataques criminosos dos EUA. Cuba vencerá!

10/12/2020
Cuba x USA

Por Pedro Monzon (*)

Os Estados Unidos tentaram de tudo para destruir a Revolução Cubana.

Desde o primeiro momento da Revolução, enfrentamos agressões terroristas nas cidades e infiltração de bandidos nas montanhas. Pouco depois, se iniciou a aplicação do bloqueio mais longo que qualquer nação jamais tenha sofrido. Seguiram-se ataques a nossas embarcações de pesca, agressões e assassinatos, desde a base naval estadunidense no território usurpado de Guantánamo; sabotagem a centros comerciais e industriais, invasão da Playa Girón; a promoção de travessias migratórias ilegais e perigosas, bombardeios a hotéis desde o mar e a colocação de explosivos em hotéis cubanos, que puseram fim à vida de um jovem italiano. Fizeram isto e muito mais, com o objetivo de aterrorizar a população, frear o desenvolvimento econômico do país, obrigar-nos a dedicar fundos volumosos à defesa nacional e desestimular o turismo.

Nos últimos anos, com a administração de Trump produziu-se um recrudescimento insólito e inédito do bloqueio e das agressões. Mais de 200 medidas contra Cuba foram empregadas por essa administração com o fim de frear absolutamente a entrada de divisas ao país, bloquear a entrada de petróleo, pôr fim à visita de cruzeiros turísticos a Cuba, limitar seriamente a entrada de voos e linhas aéreas dos EUA e proibir o envio de remessas dos cubanos residentes nos EUA a seus familiares em Cuba, entre outras muitas sanções injustas e extraterritoriais.

Adiciona-se que esta política genocida foi aguçada durante a pandemia, perigosa doença que tem sido criminosamente usada como uma ferramenta contra Cuba.  Tudo o que eles fizeram teve o objetivo explícito de asfixiar definitivamente o país, prejudicar o povo e fazê-los sofrer com a intenção deliberada de provocar sua insubordinação e pôr fim à Revolução.

Os cubanos têm resistido. Nenhuma nação do mundo poderia suportar semelhantes pressões durante tanto tempo. A única explicação são as convicções e os ideais do povo, que sustentam a unidade entre todos os cidadãos em torno do sistema socialista e do governo revolucionário.

Enquanto sofremos tais agressões pela maior e mais agressiva potência imperialista do mundo, Cuba tem cumprido muito com os seus ideais de independência e justiça social, que inclui o desenvolvimento de sistemas universais e gratuitos de educação, saúde, cultura, sistemas de segurança no trabalho e social, e tem erguido uma estrutura sofisticada de pesquisa, desenvolvimento e produção nos setores de biotecnologia e farmacêutico.

Esquivando-se, sempre que possível, dessas interferências onipresentes do bloqueio, o país acelerou o aprofundamento de todas as mudanças econômicas, organizacionais e legais factíveis para alcançar mais eficiência para na economia e ser capaz de sobreviver e progredir. Temos impulsionado processos que proporcionam a participação cada vez maior do povo em todas as decisões do estado e governo que incidem nos destinos do país, que teve um de seus momentos de grande relevância na promulgação da Constituição mais democrática da história, construída, discutida e aprovada em 2019 pela imensa maioria da população. Com essa própria vontade democrática se tem conseguido financiar com volumosos investimentos o controle da pandemia em Cuba, doença que por sua vez tem restringido criticamente os investimentos em divisa.

Tudo tem sido feito sob as condições deste assédio, de país sitiado. A política dos EUA contra Cuba sempre foi agressiva. Embora não seja declarado abertamente, se trata de uma guerra híbrida, cujo propósito tem sido diminuir e destruir nossa Revolução, que é caracterizada por seu profundo sentido de independência, defesa invariável da soberania e da autodeterminação nacional. Somos uma nação em que os princípios de justiça social respaldam a predominância de direitos humanos tangíveis, que não são palavras vãs; trata-se de feitos. Este sentido de justiça social explica também o sustentado apoio de Cuba a outros países em diferentes terrenos, sobretudo na saúde.

Milhares de médicos, enfermeiros e técnicos, apesar de nossas carências econômicas, continuam a fornecer serviços em lugares humildes e remotos do planeta e o contingente médico Henry Reeve tem desempenhado um papel reconhecido no mundo no combate à pandemia de covid-19.

Agora, mais intensamente do que nunca e com os recursos e técnicas dos chamados golpes brandos, concebidas dentro dos manuais estadunidenses de guerras de quarta geração, trabalham incansavelmente para gerar divisões dentro da população e fomentar ações de protesto com a intenção de ter um impacto na mídia, especialmente fora de Cuba. Como parte do plano, com mentiras grotescas, tratam de confundir e manipular as pessoas incautas, referindo-se à necessidade de um suposto diálogo, que não é mais que disfarce para um
verdadeiro monólogo agressivo.

Eles estão tentando construir uma oposição política interna em Cuba, que, apesar de muitos esforços desde os primeiros dias da Revolução, nunca conseguiram. O material humano que estão utilizando, está basicamente constituído por pessoas com antecedentes criminais, sem valores, sem dignidade ,  que em troca de dinheiro obedece às instruções dos Estados Unidos e de grupos terroristas  apoiados e protegidos pelo próprio governo imperialista, que habitam, acima de tudo, em Miami. Todas essas afirmações estão documentadas de forma clara e verdadeira, e muitos dos testemunhos demonstrados provêm das próprias declarações desses indivíduos em mídias sociais.

Hoje, como resultado desta política yankee, um criminoso se converte, por obra e graça de alguns dólares, em adversário político. Será que a única opção que eles têm é organizar um partido de delinquentes? O certo é que um delinquente por ganhar alguns dólares sente que pode agir sem a punição das leis cubanas, devido ao apoio dos EUA. Eles estão absolutamente equivocados. São abundantes as declarações públicas de apoio a essas condutas antissociais de grupelhos por parte de funcionários e políticos do governo estadunidense que inclui o próprio secretário de Estado, Mike Pompeo, e o Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA em Cuba, assim como outros funcionários do governo Trump. Não há uma maneira mais clara de reconhecer a essência desses indivíduos que identifica-los com o apoio das pessoas genocidas e mentirosas como o Sr. Pompeo. Somente este fato deve ser um guia que nos permite tomar posições. A verdade está do lado de Pompeo?

A extrema direita dos cubanos-americanos nos EUA é parte desse mecanismo infernal. São eles que têm apoiado sempre o bloqueio, os que têm organizado e respaldado as agressões criminosas contra Cuba, os que advogam por uma invasão militar dos EUA, os que impedem as relações entre os cubanos emigrados e seus familiares na ilha; são eles que, inclusive, conseguiram uma proibição de remessas.

Cuba tem demonstrado em inúmeros programas de televisão e artigos ilustrativos que o grupo que tem detonado os últimos incidentes e tentou manchar a imagem do bairro de San Isidro em Havana, é composto de pessoas marginais e vulgares, que realizam manifestações públicas ofensivas e obscenas, e diminuem, sujam a bandeira cubana e outros símbolos patrióticos. Várias publicações dos próprios delinquentes e serviçais confirmam essas afirmações. Como eles atuam sob a proteção do governo dos EUA, acreditam que podem continuar a se comportar com absoluta desfaçatez, sem que haja consequências. “Meu presidente é Trump, não Díaz-Canel. Trump 2020″, afirmou um dos líderes”.

A Administração de Trump, no final de seu triste mandato, que deixou os Estados Unidos em franco isolamento, incluindo a proliferação extraordinária da pandemia, segue tentando destruir a Revolução Cubana. Estes incidentes são amostras de chutes no cadáver deste monstruoso governo imperialista.

Os jovens artistas e o povo cubano, em geral, têm feito manifestações públicas que reúnem dezenas de milhares de pessoas contra estas manipulações, porém a mídia oligárquica internacional, seguindo o roteiro da política estadunidense, esconde, silencia, e pelo contrário, amplia e glorifica as ações contrarrevolucionárias destes grupos minoritários que não são, em absoluto, representantes da vontade popular.

Por essa razão, tem sido muito importante o apoio de muitos amigos no mundo contra essas interferências grosseiras dos Estados Unidos em Cuba, incluindo os grupos de solidariedade e a imprensa alternativa brasileira, pelo que nós agradecemos muito.

Cuba vencerá!

(*) Cônsul Geral de Cuba em São Paulo

Traduzido por Maria Ivone Souza, presidente da ACJM e do núcleo do Cebrapaz na Bahia

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