América Latina
Países da Alba defendem participação da Venezuela na 8ª Cúpula das Américas e condenam ingerência dos EUA
A Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América -Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) respaldou nesta segunda-feira (5) o direito da Venezuela de participar na 8ª Cúpula das Américas, prevista para abril próximo em Lima, Perú.
A declaração final da 15ª Cúpula da ALBA-TCP, realizada no Palácio de Miraflores (sede do governo venezuelano), em Caracas, rechaçou a exclusão desta nação sul-americana e de seu presidente, Nicolás Maduro, da reunião de alto nível a realizar-se na capital peruana.
O secretário geral da ALBA-TCP, David Choquehuanca, expressou durante a leitura da declaração que a Cúpula das Américas deve ser um ponto de encontro para os países do continente, onde todos possam debater e alcançar consensos com respeito à diversidade de ideias políticas.
Nesse sentido, disse que a ALBA-TCP empreenderá as gestões diplomáticas e políticas necessárias para garantir a participação da Venezuela no evento.
O organismo multilateral de integração expressou também seu desacordo com a declaração do denominado Grupo de Lima, integrado por países latino-americanos que apoiam as ações de ingerência dos Estados Unidos contra Caracas, por representar uma intromissão nos assuntos internos de un país soberano.
Exortou a comunidade internacional a abster-se de exercer coerção de qualquer tipo contra a independência política e a integridade territorial da Venezuela, por considerar tais ações incompatíveis com os princípios do direito internacional e com a Proclamação da América Latina e Caribe como zona de paz.
Denunciou os intentos de Washington de retomar o mecanismo de dominação regional que representa a Doutrina Monroe, assim como a ameaça militar e os chamados a um golpe de Estado contra o governo legítimo da Venezuela.
A declaração final da 15ª Cúpula da ALBA-TCP reconheceu o direito dos venezuelanos de realizar e participar das eleições presidenciais e para os legislativos estaduais e municipais, previstas para 20 de maio.
A declaração respaldou a demanda da comunidade internacional para o levantamento definitivo do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos Estados Unidos durante mais de meio século contra Cuba.
Igualmente, reafirmou os postulados da proclamação da América Latina e Caribe como zona de paz, defendeu a solução pacífica das controvérsias e o respeito à livre determinação e à soberania dos povos.
Reiterou a necessidade de avançar na construção de uma nova ordem internacional, justa e inclusiva, em contraposição às tendências hegemônicas promovidas pelos eixos imperiais de poder.
Gratidão venezuelana
Durante a 15ª Cúpula da ALBA-TCP, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, agradeceu a solidariedade da ALBA-TCP diante das sanções econômicas e ameaças militares promovidas contra seu país.
Maduro qualificou de ilegal a intenção do governo peruano de discriminar a Venezuela, e precisou que a ALBA-TCP decidiu estabelecer um plano de ação para contribuir com a participação da Venezuela na Cúpula das Américas.
Igualmente, assinalou que os líderes da ALBA-TCP decidiram ativar uma agenda de trabalho a fim de retomar a dinâmica integradora na região.
Nesse sentido, Maduro indicou que a instância deve desenvolver mecanismos de encontros periódicos, com agendas claras nas áreas política, econômica, social, cultural e diplomática que permitam o desenvolvimento geopolítico regional.
O presidente da Venezuela assinalou também que os países membros do bloco de integração decidiram elaborar um plano econômico conjunto voltado para impulsionar o sistema financeiro na nova etapa de impulso da ALBA-TCP.
Destacou ainda que o governo venezuelano propôs a implantação da criptomoeda Petro, ativo digital respaldado pelas riquezas naturais da nação, para que faça parte da agenda de trabalho comercial do organismo multilateral.
Lealdade cubana
O presidente de Cuba, Raúl Castro, manifestou o rechaço de seu país à vil agressão econômica que o governo dos Estados Unidos exerce contra o povo da Venezuela.
“Que cesse a agressão econômica para que seu povo possa desfrutar os direitos conquistados por sua revolução”, disse Raúl Castro em sua intervenção na 15ª Cúpula da ALBA-TCP.
O presidente cubano condenou “as medidas coercitivas, unilaterais e a ingerência externa contra o processo bolivariano e chavista, que ameaçam a paz e o diálogo entre venezuelanos com propósitos desestabilizadores que geram penúrias a sua população”.
Raúl Castro rechaçou a exclusão da Venezuela da 8ª Cúpula das Américas a realizar-se em Lima, Peru, e considerou que diante deste cenário de agressões contra a Venezuela, a ALBA-TCP deve promover a defesa da nação sul-americana e dos demais países progressistas.
Acrescentou que nesta hora decisiva que vive a região da América Latina e Caribe, a unidade das nações deve prevalecer para forjar a independência definitiva.
“Bolívar e Martí, Fidel e Chávez nos deixaram ensinamentos inestimáveis. Entre eles a lealdade aos princípios. Suas lições nos mostram o rumo a seguir nesta hora decisiva da Pátria Grande, que nos reclama unidos, para forjar juntos nossa segunda e definitiva independência”, enfatizou o presidente cubano em uma transmissão da Venezuelana de Televisão.
Raúl Castro confirmou a lealdade do povo cubano ao legado do líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez, na passagem neste 5 de março dos cinco anos do seu falecimento.
Resistência, com Prensa Latina e Agência Venezuelana de Notícias