Venezuela
No 5º aniversário da morte de Chávez, Nicolás Maduro faz apelo à unidade dos venezuelanos
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, destacou neste domingo (4), que ao cumprir-se cinco anos do falecimento do comandante Hugo Chávez neste 5 de março, o povo venezuelano tem sido fiel a seu legado na construção de uma pátria soberana.
Chávez “moldou o futuro desta pátria com suas mãos e nos deixou o legado de uma pátria por construir”, disse Maduro, que ressaltou que ele merece “todas as homenagens”. “Sempre fomos, somos e seremos leais até o fim destes tempos”, afirmou durante a transmissão de uma mensagem à nação em rede de rádio e televisão.
O chefe de Estado convocou os venezuelanos a participar nas atividades programadas para reafirmar a lealdade e o amor ao legado do líder socialista, e assinalar a passagem dos cinco anos do seu falecimento.
“Convido-os a participar em todos os atos em homenagem àquele que nos deu sua vida e a quem devemos eterna gratidão”, disse.
O presidente destacou a luta do comandante da Revolução Bolivariana por resgatar o amor à pátria e defender a soberania da nação frente aos ataques de setores imperialistas.
Indicou que cinco anos depois de seu falecimento “são muitas as perguntas que ficaram por fazer-lhe e muitas as orientações por receber. A este homem, Hugo Chávez, devemos o ingresso da Venezuela no século 21 e o resgate de nosso ser nacional”.
“Ele nos convidou com uma frase do pensador Augusto Mijares a cuidar de nossa pátria e a sentí-la nas vísceras. Recordo o 8 de dezembro de 2012, em que o comandante Chávez, velando por nós, e prevendo e conjurando as tempestades que estavam por vir, nos pediu para sentir a pátria em nossas vísceras e é assim que sentimos”, disse Maduro ao referir-se à alocução do líder socialista em que chamou à união do povo diante das circunstâncias que pudessem afetar o desenvolvimento da Revolução Bolivariana.
“Esta lealdade, junto aos ensinamentos de Chávez, nos dará a força para enfrentar o infortúnio, a dor e as dificuldades e para seguir lutando”, sublinhou Maduro.
Também no domingo, foi publicado no jornal “Últimas Notícias”, artigo assinado pelo presidente Nicolás Maduro em que destaca:
Se alguém tivesse que resumir em poucas palavras o legado dos sonhos de Chávez, uma destas seria, sem dúvida, a unidade. Quando o Comandante recordava a batalha de Carabobo, sempre dizia que foram os granadinos colombianos e venezuelanos que, lutando juntos, triunfaram contra o império, e que juntos “conseguiram acabar 300 anos de colonialismo nestas terras”.
A figura de proa da história bolivariana sempre foi a busca da unidade. Hoje, a urgência dessa busca está entre nós, venezuelanos e venezuelanas. Porque de nossa unidade depende, ao mesmo tempo que a paz, a prosperidade. A paz, porque é fácil estar unidos quando somos todos iguais. O esforço pela unidade, sua magia, seu sentido, é quando os diferentes estamos juntos. Os diferentes. Essa é a unidade que vale. A maravilhosa unidade do diverso. Se os que pensamos diferente nos unimos, pensando na Venezuela como nosso horizonte e nosso destino, alcançaremos a paz. É na diferença e somente nela, onde nasce a democracia, que não é mais que um permanente e árduo trabalho pela paz.
E com a paz, a prosperidade. Há uma fábula que minha mãe me contava e que eu sempre conto aos meus filhos. É a história de um camponês, cujos filhos tinham se descuidado do campo porque viviam brigando. O camponês então decide dar uma lição a seus filhos. Pede que cada um lhe traga uma vareta. Ata-as e pede que as quebrem. Não conseguem. Depois, as desata, separa-as e as quebra facilmente uma a uma. Unidos somos inquebrantáveis, mas divididos nos vencerão.
Nós, venezuelanos, devemos unir-nos, Devemos deixar para trás esta forma tribal de fazer política, e conversar como irmãos que somos. Como venezuelanos. Os venezuelanos somos gente de paz. Nós, bolivarianos, promovemos a diferença, e nessa diferença, a paz, e nessa paz a prosperidade. Uma não existe sem a outra.
Porque a Venezuela é o outro. Porque a Venezuela somos todas as varetas unidas. Abraçadas. Poderosas. Porque esse foi o segredo que Bolívar usou para libertar a América Latina, o mesmo que Chávez usou para fazer esse outro império retroceder, e deixar a Venezuela como destino e consequência de seu próprio povo. Porque amar o outro é amar a Venezuela, porque, como disse Benedetti, quiçá minha única noção de pátria seja esta urgência de dizer Nós.
Resistência, com informações da Agência Venezuelana de Notícias e da conta de Twitter do presidente Nicolás Maduro