Internacionalismo

Ministro saarauí conclama ONU a decidir sobre referendo

29/02/2016

O ministro da República Árabe Saarauí Democrática (RASD) para a América Latina e o Caribe, Omar Mansur, fez na última sexta-feira um chamamento à ONU para que realize o referendo sobre a autonomia saarauí.

Queremos conclamar desde Cuba o secretário geral a utilizar todas as suas forças e o Conselho de Segurança a que em abril próximo promovam o consenso na ONU para que se cumpra a realização dessa consulta popular porque “a paciência do povo chega ao limite”, expressou.

Mansur, em visita amistosa a Cuba, aludiu nesse sentido ao informe sobre o tema que o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, apresentará em abril, depois que, em 6 e 7 de março, percorrer territórios do Saara Ocidental ocupados pelo Marrocos, segundo confirmou em declarações à Prensa Latina.

O ministro advertiu que o povo de seu país, ainda sem o reconhecimento da ONU apesar de sua luta, primeiro como colônia da Espanha, até 1975, e depois do Marrocos desde 1976, dá passos e provas que demonstram sua vontade e capacidade de criar um Estado que cumpra os requisitos da comunidade internacional.

O esforço da Frente Popular de Libertação de Saguía el Hamra e Rio do Oro (Frente Polisário) desde o cessar-fogo em 1991 na guerra contra o Marrocos com a promessa de um referendo com mediação da ONU, “deve ser levado em conta”, indicou na comemoração do 40º aniversário do início da luta contra o Marrocos, realizada no Instituto Cubano de Amizade com os Povos (Icap).

Esse movimento de resistência, advertiu, está agora em uma encruzilhada: ou segue esperando que a ONU cumpra a decisão de realizar o referendo, ou tira a conclusão de continuar a luta de libertação com os meios a seu alcance, advertiu o ministro, que é também fundador da Frente Polisário e membro de seu secretariado nacional.

“Essa é a nossa disjuntiva, sobre a qual constatamos respostas no último congresso da Frente Polisário”, vanguarda política e militar da RASD, fundada em 10 de maio de 1973.

Mansur exortou também a comunidade internacional a ser testemunha dessa demanda e “a que todos os nossos amigos possam trabalhar para ajudar a RASD e seu povo”.

Estes 40 anos de luta, destacou, são suficientes para que se compreenda o que quer o povo saarauí, que sofre na própria carne o colonialismo, bombardeios, feroz repressão, privação de liberdades, napalm, bombas de fragmentação “e outras crueldades desapiedadas que nos obrigaram a enfrentarmos o Marrocos”.

Durante o ato realizado na sede do Icap, a presidenta dessa organização, Kenia Serrano, expressou que o apoio e a solidariedade à RASD e à  Frente Polisário constituem um princípio da Revolução cubana e recordou a ajuda educacional a esse país, que já totaliza quatro mil saarauís graduados na Ilha.

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