Resistência

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou neste domingo (19) que o país tem hoje o projeto e as condições – tanto sociais como morais – para seu desenvolvimento definitivo no campo econômico.

“Nos últimos 100 anos de nossa história, o povo venezuelano não tinha um projeto de nação tão claro, as potencialidades e ferramentas necessárias a desenvolver. É o momento da Venezuela para o desenvolvimento da  potencialidade e das forças produtivas”, expressou em seu programa Os domingos com Maduro.

Neste espaço, transmitido a partir da Casa do Artista, em Caracas, o chefe de Estado anunciou a designação do almirante Gilberto Pinto Blanco como novo ministro da Pesca e Aquicultura e de Jorge Arreaza como ministro do Desenvolvimento Mineiro Ecológico.

Pinto Blanco, que presidiu o Comando Geral da Marinha, terá a responsabilidade de impulsionar e desenvolver os projetos pesqueiros no país, enquanto Arreaza dará um novo impulso ao setor mineiro, que – de acordo com Maduro – havia perdido seu ímpeto inicial.

O fortalecimento da Agenda Econômica Bolivariana se conjuga com alianças no setor produtivo. Nesse sentido, o chefe de Estado destacou a forças das relações do país com a República Popular da China, nação com a qual firmou esta semana 22 novos acordos de desenvolvimento econômico e cooperação que abrangem mais de 2 bilhões e 700 mil dólares, e promovem o desenvolvimento econômico e o bem-estar social de ambos os povos.

“São importantes acordos para apoiar a metalurgia, as marcenarias, a indústria têxtil e todo o sistema de lojas dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), para as comunidades do interior, com a melhor tecnologia chinesa”, ressaltou o chefe de Estado.

Desde 2001, após a formação da comissão com a China, foram desenvolvidos 790 projetos concretizados, os quais contaram com o investimento de 62 bilhões de dólares. Desse número, 20 bilhões correspondem ao Fundo Conjunto, criado em 2008, e 42 bilhões ao Fundo Pesado e a Longo Prazo, iniciado em 2010.

Proteção social

A proteção social segue de mãos dadas com a proteção da classe trabalhadora, que desde 1º de março, quando a unidade tributária (UT) passará a 300 bolívares, cobrará 108 mil bolívares mensais pelo valor do ticket alimentação.

“Apesar da guerra econômica e dos planos imperialistas contra nosso povo, não detivemos o fortalecimento dos programas sociais e da proteção dos trabalhadores”, destacou o presidente.

Explicou que como a UT é a principal referência para este bônus de alimentação, decidiu manter o cálculo em 12UT e aumentar seu valor, que representa 42% de aumento no valor do salário mínimo.

O chefe de Estado também anunciou um conjunto de medidas para a proteção de artistas e a atribuição de 19 milhões e 703 mil bolívares para o sistema de orquestras.

Entre as medidas, destaca a inclusão de 1869 novas pensões para os artistas e o início da entrega de 100 casas da Grande Missão Casa Venezuela (GMVV em Espanhol). As primeiras 20 casas foram entregues neste domingo (19).

Também, informou que nos espaços da Casa do Artista será construído o Centro de Diagnóstico Integral (CDI) e uma Sala de Reabilitação Integral (SRI), e da Missão Bairro Adentro, e também estará em funcionamento a Farmapátria a partir desta segunda-feira (20).

Ordenou também a construção de 23 Casas do Artista em igual número de estados e aumentou a atribuição mensal que recebem os ganhadores do Prêmio Nacional de Cultura, que passará de 40 mil bolívares a 121 mil e 904 bolívares.

No programa presidencial, o mais duradouro até a data, com mais de 5 horas de transmissão, foi comunicada a inauguração de uma grama artificial no setor Novo Horizonte de Caracas, e foi ativado um corredor de atividades cidadãs na Avenida Amador Bendayan.

Um processo coletivo

Maduro reiterou a convocatória aos setores produtivos e capitais privados, nacionais e internacionais, a investir nos diversos motores produtivos que integram a Agenda Econômica Bolivariana, impulsionada desde o ano de 2016 pelo Governo nacional com o objetivo de diversificar a economia venezuelana e construir um novo modelo econômico que consiga superar a renda do petróleo.

“Eu convoco toda a força produtiva do país, a todo o capital privado, nacional e internacional, convido-lhes que venham para apertarmos as mãos e impulsionar cada um dos 15 motores que integram a Agenda Econômica Bolivariana (…). No ano passado lançamos estes 15 motores que vão avançando a um bom ritmo, e que todos constroem grandes benefícios comparativos frente ao mercado mundial”, assegurou o presidente Nicolás Maduro.

Além dos setores produtivos, o chefe de Estado reiterou o chamado ao povo venezuelano a manter seu compromisso firme de trabalhar em benefício do crescimento econômico, político e social do país, assim como elevar sua consciência para a construção do socialismo econômico.

Respeito mútuo

Em seu discurso, o chefe de Estado reafirmou o compromisso de manter relações de respeito e diálogo com os Estados Unidos. “A Venezuela quer relações de respeito, no âmbito da igualdade, da comunicação, do diálogo e da paz”, ratificou.

O presidente venezuelano chamou o presidente estadunidense Donald Trump a não continuar com as antigas políticas de agressão contra a Venezuela impulsionadas pelos ex-presidentes George Bush e Barack Obama.

Alertou que estão pagando “milionárias somas de dólares” nos corredores e escritórios da Casa Branca para “emaranhar” Trump e conduzi-lo a “uma política equivocada de agressão contra a Venezuela”.

Acusou deputados da Mesa da Unidade Democrática (MUD) Julio Borges, Freddy Guevara y Luis Florido de promover a política de agressão e de intervenção contra a Venezuela no país norte-americano.

Em tal sentido, o presidente repudiou a união entre as corporações midiáticas para uma campanha de difamação da Venezuela, que é evidenciada pelas sanções contra o vice-presidente do executivo Tareck El Aissami.

Resistência, com AVN, tradução de Luci Nascimento