Resistência

A República Bolivariana da Venezuela criou os Comitês Locais de Abastecimento e Produção (Clap), como instrumento para superar e vencer a guerra econômica perpetrada pela direita, e que se caracteriza por práticas de atravessamento e boicote na distribuição de gêneros essenciais.

Nesta quarta-feira (27) o presidente venezuelano Nicolás Maduro participou no primeiro encontro dos Clap, na Academia Militar da Venezuela e indicou a disposição do governo para enfrentar a guerra econômica.

De acordo com Maduro, cada um dos 5.937 Clap ativados no país deve constituir um governo econômico dentro de suas comunidades, para defender os direitos do povo em face das ações de especulação orquestadas por setores que atuam para desestabilizar o país.

“A grande revolução econômica que temos que fazer é produtiva. Tem que ser uma revolução para transformar os sistemas de distribuição, comercialização e ajuste de preços”, expressou o presidente.

Deste modo, assinalou que estes comitês atendem mais de 400 mil famílias, e anunciou que a meta da primeira fase é chegar a um milhão de lares para depois atender diretamente dois milhões, através de “um processo de abastecimento, produção e intercâmbio já organizados com cartões”.

O objetivo é fazer com que o povo possa adquirir de forma segura, simples, regular e a preços justos alimentos da cesta básica.

Produção nas comunidades

Durante seu discurso, Maduro chamou o povo trabalhador a impulsionar dentro de suas comunidades a construção de um novo modelo produtivo que consiga frear o modelo rentista petroleiro, imposto no país pelos governos anteriores à Revolução Bolivariana.

Nesse sentido, exortou os ministros da Produção Agrícola e Terras, Wilmar Castro Soteldo, da Agricultura Urbana, Lorena Freitez, e da Pesca e Aquicultura, Ángel Belisário, a trabalhar de forma articulada com os Clap, para reimpulsionar a produção de alimentos no território nacional.

“Vocês devem criar já a articulação, a comunicação e o trabalho conjunto com todos os Clap do país, porque são nossas pernas, nossos braços, nosso corpo”, enfatizou.

Financiamiento produtivo

No encontro, o presidente Maduro aprovou um plano de financiamento produtivo para que os Comitês Locais de Abastecimento e Produção promovam a produção de artigos de higiene pessoal e limpeza.

Disse que este plano prevê a destinação de recursos da ordem de 240 milhões de bolívares que serão aportados pelo Banco Bicentenário do Povo, enquanto que a estatal Petroquímica da Venezuela (Pequiven) será a empresa encarregada de fornecer a matéria prima requerida para a produção destes artigos.

Adicionalmente, pediu a sua equipe de governo para identificar as máfias de atravessadores e cambistas que há em todo o país e que prejudicam o poder aquisitivo das famílias e do povo em geral.

Revolução x golpe de Estado

O chefe de Estado repudiou que algumas das grandes empresas distribuidoras de alimentos se encontram a serviço da direita para fazer parte de suas ações desestabilizadoras.

“Tenho as provas de que essa gente está em um golpe de Estado e aqui não vai haver golpe, aqui vai haver revolução, prosperidade, trabalho e independência democrática, o que vai haver aqui é socialismo”, expressou, ao tempo em que reiterou que a Revolução Bolivariana está trabalhando para garantir o abastecimento, a saúde, a habitação, a educação e vida do povo e que seu mandato irá até 2018, tal como o povo decidiu em 14 de abril de 2013.

Com Agência Venezuelana de Notícias