Resistência

Delegações de vários países latino-americanos abandonaram nesta terça-feira (20) a sessão de debate da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) quando o presidente golpista do Brasil, Michel Temer, ia começar sua intervenção.

“Equador, Costa Rica, Bolívia, Venezuela, Cuba, Nicarágua se ausentaram da plenária quando Michel Temer tomou a palavra”, anunciou o chanceler equatoriano, Guillaume Long, em sua conta na rede social Twitter. Dentre as delegações ausentes, as de Bolívia e Cuba nem entraram na sala para não acompanhar o discurso do presidente brasileiro.

A ausência das delegações foi mais um sinal da decisão de não reconhecer o governo de Temer, desde que o Senado brasileiro destituiu a chefe de Estado eleita pelo voto popular, Dilma Rousseff.

Presidentes de vários países, instituições internacionais e figuras mundialmente conhecidas condenaram a decisão, qualificada por muitos como um golpe de Estado parlamentar contra a mandatária constitucional.

O secretário de Política e Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil, José Reinaldo Carvalho, disse que é um “repúdio merecido”. Sobre o discurso do presidente golpista na ONU, o dirigente do PCdoB considerou um pronunciamento “recheado de lugares-comuns, em que para não se isolar defendeu o consenso básico da chamada comunidade internacional sobre temas como desarmamento nuclear, fim do ‘embargo’ a Cuba, paz na Colômbia, luta contra o protecionismo, reforma do Conselho de Segurança da ONU, instituição de dois Estados para resolver o conflito palestino-israelense”. Quanto à Síria, a opinião do secretário do PCdoB é que Temer fez uma defesa “pálida” da paz, sem coragem de apontar as causas e os fautores da guerra.

José Reinaldo rechaçou a defesa que o presidente fez do golpe, o que considerou um escárnio ao povo brasileiro.

Redação do Resistência e Prensa Latina