Internacionalismo

Lançado no Fórum Social Mundial o Comitê Internacional de Solidariedade a Lula e à democracia

16/03/2018

Lutar contra os ataques à democracia, à perseguição a Lula e as injustiças foi o tom dos discursos que autoridades nacionais e internacionais fizeram nesta quinta-feira (15), durante o lançamento do Comitê Internacional de Solidariedade a Lula e à Democracia, na Tenda da CUT, durante o Fórum Social Mundial.

A legítima presidenta eleita, Dilma Rousseff e o coordenador do Comitê, ex-ministro Celso Amorim

A legítima presidenta eleita, Dilma Rousseff e o coordenador do Comitê, ex-ministro Celso Amorim

Presente à cerimônia, a ex-presidenta Dilma Rousseff defendeu o direito de Lula ser candidato e fez críticas a parte do judiciário. “Todos são iguais perante a lei. Aqui no Brasil, não. E isto está cada vez mais claro com a politização aberta de segmentos do judiciário. A regra no Brasil é quem passa com mala pra lá e pra cá, fica livre. Quem tem conta no exterior, fica livre”, disse.

Dilma defendeu que é preciso lutar para que o golpe não avance ainda mais com a condenação de Lula e a retirada dele do processo eleitoral. Para ela, o PT é uma das forças mais consistentes nesse combate. “Não é a única, mas é a mais forte, temível e consistente”.

Por fim, a ex-presidenta agradeceu o apoio internacional de partidos, sindicatos e movimentos sociais. “Espero que continuem solidários conosco, que é muito importante para nós”.

O representante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), José Reinaldo Carvalho, responsável pela Secretaria de Política e Relações Internacionais do Partido e que integrou a mesa do ato de lançamento, ressaltou que o PCdoB está “desde o primeiro momento engajado na construção do Comitê e empenhado na coleta de assinaturas para o manifesto”. Para o dirigente comunista, “no Brasil estamos vivendo um regime ditatorial com aparência constitucional. Este regime está perpetrando crimes de lesa-pátria, ao entregar riquezas estratégicas da nação ao capital estrangeiro, crimes contra os direitos do povo e, agora, crimes de lesa-humanidade. Nestas condições, a liderança que está capacitada para unir o povo é Lula. Defender Lula e a Democracia no Brasil hoje é a mãe de todas as batalhas, e só venceremos esta batalha com a união de todas as forças democráticas e progressistas”.

A presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP), Socorro Gomes, também se pronunciou destacando a dimensão internacional de Lula e Dilma em defesa da paz mundial e na construção da integração Latino-Americana e Caribenha.

O Comitê será coordenado pelo ex-ministro Celso Amorim e não terá local fixo. A ideia é criar condições para que as diversas iniciativas de defesa do Brasil e de Lula possam se comunicar e conversar em seus respectivos países. A estratégia dos organizadores é fortalecer este manifesto, para que ele seja um documento aglutinador de defesa da democracia brasileira e um alerta ao mundo.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, agradeceu o apoio internacional ao PT e a Lula. Segundo ela, prender Lula seria um ultraje, um acinte à democracia. “Prender o Lula é humilhar o povo brasileiro. O PT vai lutar com todas as suas forças pra resistir à essa situação e o apoio internacional é fundamental”.

Gleise também alertou que é preciso colocar aos olhos do mundo as injustiças, as perseguições e a trágica morte da vereadora Marielle. “Isto demonstra a intolerância por que passa a sociedade brasileira.”

O coordenador do Comitê, ex-ministro Celso Amorim, disse que no ato de defesa à democracia, não poderia deixar de mencionar a execução da Marielle, brutalmente morta em circunstâncias que precisam ser apuradas. “Precisamos saber se essa intervenção no Rio de Janeiro é para realmente defender o povo”, declarou.

Também participam do Comitê e estavam no lançamento as seguintes autoridades internacionais: Éric Coquerel, deputado nacional do Movimento França Insubmissa, do líder Jean Melenchon,  Maite Mola, vice presidenta do Partido da Esquerda Europeia, que representa 39 partidos de toda a Europa e a deputada Argentina do Parlasul (Parlamento do Mercosul) Julia Perié.

Apoios

O Comitê Internacional tem entre seus membros as seguintes entidades: Central Única dos Trabalhadores (CUT); Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CEBRAPAZ); Central de Movimentos Populares (CMP); Conselho Mundial da Paz (CMP); Fundação Mauricio Grabois (FMG); Fundação Perseu Abramo (FPA); Internacional dos Serviços Públicos (ISP); Intersindical; Instituto Lula (IL); Levante Popular da Juventude; Marcha Mundial de Mulheres (MMM); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST); Partido Comunista do Brasil (PCdoB); União Brasileira de Mulheres (UBM); União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES); União da Juventude Socialista (UJS); União Nacional dos Estudantes (UNE); Partido dos Trabalhadores (PT); Confederação Sindical Internacional (CSI); Confederação Sindical das Américas (CSA); além do cientista político Gonzalo Berron e o ex- ministro dos Direitos Humanos do Brasil e membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Paulo Vanuchi.

Apoios internacionais recebidos:

Central de Trabajadores Argentinos – Autônoma (CTA – A); Central de Trabajadores Argentinos (CTA – T); Adolfo Perez Esquivel (Prêmio Nobel da Paz 1980); Victor de Genaro (Presidente do Partido Unidad Popular); Hassan Yusuff (Presidente do CanadianLabourCongress – CLC), Canadá; Leo Gerard (Presidente do United Steel Workers – USW), dos Estados Unidos, Partido Comunista Português (PCP) e Partido Comunista da Venezuela (PCV); da Eurodeputada do PC Francês e do Partido da Esquerda Europeia Marie – Pierre Vieu.

Até agora foram formados os seguintes comitês no exterior: 

Buenos Aires e Missiones, na Argentina, e Bruxelas, na Bélgica. E outros comitês em formação até o momento estão em Washington (EUA), e Genebra, na Suíça.

Da redação do Resistência com informações do Site da CUT

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