Mídia

Jornalista revela farsa da Record envolvendo repórteres presos na Venezuela

17/02/2017
O jornalista Leandro Stoliar / Foto: Divulgação

Os repórteres Leandro Stoliar e Gilson Fred Oliveira foram detidos na Venezuela recentemente. Mas, ao contrário do que a Record prega, a prisão dos repórteres não foi “arbitrária” e de “censura”, como o canal divulgou em seus telejornais.

Por João Almeida, para o TVFoco

De acordo com o site “Notícias da TV”, os repórteres trabalhavam no país de forma ilegal, sem visto. Sendo assim, eles podiam apenas visitar o país como turistas, não como jornalistas profissionais. Informação essa que a Record faz questão de omitir.

A informação da ilegalidade dos funcionários da TV da Barra Funda foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores. De acordo com o Itamaraty, Stoliar e Oliveira entraram na Venezuela na quarta (8) sem nenhum visto.

Vale dizer que o país comandado por Nicolás Maduro não exige o documento para turistas brasileiros, mas é necessária uma autorização especial para trabalho, inclusive temporariamente, como a produção de reportagens, mesmo que elas sejam feitas em poucos dias ou poucas horas.

O “NTV” apurou que os repórteres foram mandados às pressas para a Venezuela porque os seus superiores queriam que a matéria ficasse pronta o quanto antes.

Sendo assim, Leandro e Gilson Fred receberam a ordem da direção da Record de ir como turistas para ganhar tempo. Pouco depois, eles acabaram detidos e tiveram todo o material produzido no país confiscado pelas autoridades venezuelanas, assim como os equipamentos (câmeras, microfones…).

Vale dizer que a emissão de permissão para trabalho na Venezuela leva, no máximo, quatro dias úteis. Mas, apressada, a equipe da Record preferiu não esperar, pondo em risco seus equipamentos e até mesmo a segurança de seus repórteres.

A reportagem exibida na segunda-feira no, Jornal da Record, afirmou que seus profissionais sofreram “prisão arbitrária” e “violência que atenta contra a liberdade de expressão”. Mas em nenhum momento citou que eles não tinham visto para trabalhar no país.

Presos no sábado (11) por integrantes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) fortemente armados, Stoliar declarou depois, no Jornal da Record, que eles ficaram detidos durante mais de 30 horas e sofreram tortura psicológica: “Um policial entrava, mandava assinar um documento para que a gente fosse liberado, saía, aí entrava outro policial com outro documento para assinar e outra ordem”.

Fonte: TV Foco

 

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