Opinião
Há quatro anos os EUA assassinaram o general iraniano Qassem Soleimani, um grave atentado terrorista
Foi um crime injustificável autorizado por Donald Trump, escreve o dirigente comunista José Reinaldo Carvalho
Por José Reinaldo Carvalho (*) – Há exatos quatro anos, o mundo testemunhava um dos eventos mais impactantes da geopolítica contemporânea: o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, perpetrado por forças dos Estados Unidos, sob a administração do então presidente Donald Trump. O crime abriu uma ferida profunda nas relações internacionais e gerou enérgica condenação por parte de vários setores da comunidade internacional.
Recordemos os fatos. Em 3 de janeiro de 2020, o governo dos Estados Unidos, então chefiado por Donald Trump, cometeu um covarde atentado terrorista. Drones dos EUA, por ordem do chefete da Casa Branca, assassinaram em território iraquiano o comandante da Força Quds dos Guardiões Iranianos do Corpo da Revolução Islâmica, General Qasem Soleimani, e o subcomandante das Unidades de Mobilização Popular do Iraque, Abu Mahdi al-Muhandis.
O crime também teve repercussões negativas no cenário global. Países aliados dos Estados Unidos expressaram preocupações sobre a estabilidade na região do Oriente Médio, enquanto a comunidade internacional condenou veementemente a ação, instando a busca por soluções pacíficas e o respeito ao direito internacional. O atentado violou o Direito Internacional Humanitário e o próprio Direito Internacional, agredindo a soberania territorial iraquiana. Especialistas em direito internacional apontaram que o ataque violou as normas estabelecidas pelo direito internacional, especialmente no que diz respeito à autodefesa. Não se tratava de autodefesa. Foi uma ação unilateral dos Estados Unidos em solo de outro país, o Iraque, que no caso era anfitrião de um oficial graduado de outro país amigo em missão de solidariedade e paz. Foi um ato de terrorismo, uma provocação, que atendia aos objetivos imperialistas dos Estados Unidos em face do Irã e da região do Oriente Médio. Um ato típico de um Estado bandido, contra a paz mundial e a segurança internacional.
O assassinato de Soleimani exacerbou as tensões já existentes entre os Estados Unidos e o Irã, contribuindo para agravar um clima de hostilidade que persiste até os dias de hoje.
Quatro anos após esse acontecimento, as consequências do assassinato de Qassem Soleimani são sentidas de maneira duradoura.
O general Qassem Soleimani foi um dos líderes da Resistência na região do Oriente Médio, razão pela qual entrou no índex do imperialismo estadunidense e foi assassinado. Ele não só dirigiu a luta do seu povo contra as ameaças imperialistas e sionistas, mas também apoiou a Resistência no Líbano, no Iraque e na Síria contra os grupos terroristas criados com o estímulo dos Estados Unidos e seus aliados na região. Soleimani não foi apenas um comandante militar, mas também um importante líder de um arco de forças da Resistência no Oriente Médio, contra o imperialismo estadunidense e os sionistas israelenses. Por isso era popular não só entre os iranianos, mas também libaneses, iraquianos, sírios e palestinos.
Através das criminosas ações contra o Irã, a agressão contra a Síria e a Palestina, a guerra contra o Iraque e o Afeganistão, o patrocínio da guerra contra o Iêmen, a criação dos grupos mercenários e terroristas, que causam imenso sofrimento aos povos do Oriente Médio, e agora a cumplicidade dos Estados Unidos com o genocídio israelense na Palestina, a superpotência imperialista comete impunemente gravíssimas violações do direito internacional. Com o assassinato do general Soleimani, estivemos diante de um ato de agressão à soberania nacional e de um atentado terrorista praticado por um governo que se pretende dono do mundo.
Crimes como o assassinato do general Soleimani nos fazem reafirmar como é importante a luta anti-imperialista e a solidariedade internacional, reforçar a mobilização pela paz em todo o mundo para exigir a retirada das tropas e a eliminação das bases militares estadunidenses, e o fim das suas provocações, agressões, ingerência, atentados de terrorismo de Estado e violação da soberania das nações.
(*) José Reinaldo Cavalho é jornalista e escritor, editor do sítio Resistência, presidente do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz -, membro do Comitê Central e da Comissão Política Nacional do PCdoB, responsável pelo setor de Solidariedade e Paz