OEA

Grupo de países intervencionistas é derrotado na OEA em reunião sobre a Venezuela

01/06/2017

A reunião de chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA) realizada em Washington nesta quarta-feira (31) não conseguiu consenso e teve de ser suspensa.

A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que nessa reunião se impôs a voz da moral dos países da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) e da Comunidade do Caribe (Caricom).

“O único consenso que resultou dessa reunião é que não há consenso, porque frente a este grupo de intervenção, de desrespeito ao direito internacional, se impôs a voz moral e de respeito estrito às normas internacionais do grupo Países da Alba e do Caricom. Foi uma batalha política que evidenciou a luta entre dois modelos. O modelo hegemônico e o modelo que propugna o respeito à soberania e à independência dos países”, afirmou a diplomata na noite desta quarta-feira.

Mais cedo, a reunião de chanceleres da OEA para discutir a situação da Venezuela foi suspensa – por solicitação dos países do Caricom –, diante da falta de consenso entre as 34 delegações presentes na reunião.

Nesse sentido, a ministra venezuelana manifestou que na reunião estava em curso “um plano de intervenção, nela o grupo de países, o G15, chegou com sua carta de intervenção e tutela sobre a Venezuela para buscar um consenso”, que foi derrotado “pelas posições dignas do Caricom e da Alba”.

Delcy Rodríguez detalhou que na reunião, esse grupo de chanceleres pretendia frear o processo constituinte, convocado no 1º de maio último pelo Executivo Nacional, que tem como objetivo consolidar a paz e a estabilidade da República.

“Eles trouxeram uma receita de intervenção, atendendo aos desejos intervencionistas por parte de Júlio Borges (presidente do Parlamento venezuelano) e da oposição violenta”, denunciou a ministra.

“Este grupo intervencionista chegou com suas mentiras lendo a lista de desejos de Júlio Borges, que deve sentir-se hoje profundamente frustrado (…) porque a OEA não lhe deu o respaldo que buscavam e pretendiam. A lista de desejos de Almagro (secretário geral da OEA), a lista de desejos de Borges e da oposição violenta foram derrotadas”, acrescentou.

O governo golpista brasileiro foi um dos derrotados. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, defendendo uma posição indigna de governo subordinado às forças mais intervencionistas e reacionárias das Américas, se pronunciou contra a Venezuela. Em total desrespeito às tradições da diplomacia brasileira de não intervenção nos assuntos internos de outro país, e em franca contradição com as normas do direito internacional, o chanceler do governo ilegítimo brasileiro exigiu a suspensão da Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo governo soberano de Nicolás Maduro.

Por outro lado, a ministra Rodríguez informou que, por instruções do presidente da República, Nicolás Maduro, a Venezuela participará da próxima reunião que a OEA realizará em Cancun, México, entre os dias 19 e 21 de junho.

“[O presidente] me instruiu a participar pessoalmente, como chanceler da Venezuela, na próxima Assembleia Geral que se realizará em Cancun, México. Chegaremos lá com os povos da América Central, com os povos da América Latina e do Caribe para defender a Venezuela”, indicou.

“Chegaremos lá pelas mãos dos povos, como deve ser, para defender a Venezuela. Hoje foi um grande fracasso para este grande grupo intervencionista. Nós chegaremos a Cancun para defender os direitos legítimos da Venezuela”, acrescentou a ministra.

Ela assinalou que nesta reunião se confirmará a disposição da Venezuela de retirar-se do organismo internacional — processo que se iniciou em 28 de abril último e que tem uma duração de 24 meses — a partir do qual se gestou um plano de arremetida e de quebra da soberania e independência da pátria bolivariana.

Resistência, com Agência Venezuelana de Notícias

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