França

Governo francês mantém a reforma trabalhista apesar da manifestação popular

14/09/2017
Uma manifestante denuncia as fórmulas neoliberais: "As receitas matam", diz o cartaz / Foto: ROMUALD MEIGNEUX/SIPA

O governo francês reiterou nesta quarta-feira (13) a sua intenção de implementar a reforma trabalhista apesar da rejeição generalizada dos cidadão durante as manifestações que ocorreram em todo o país.

Em declarações na TV francesa France 2, o primeiro-ministro Edouard Philippe declarou que a nova Legislação Trabalhista deverá entrar em vigor no final de setembro, de acordo com o cronograma estabelecido pelo Executivo.

Para justificar a decisão, o governante defendeu que a a aprovação a reforma corresponde “ao mandato que nos deu o povo francês”, referindo-se à vitória do presidente Emmanuel Macron nas eleições.

A este respeito, lembrou que a legislação trabalhista era pauta incluída no programa de Macron desde a campanha eleitoral.

“Aqueles que estão inquietos e se opõem a este texto têm todo o direito de fazê-lo, mas gostaria de salientar que os franceses expressaram seu voto e também têm o direito de se fazerem respeitar”, afirmou.

Philippe ratificou que a vontade do governo não mudará, apesar da rejeição generalizada de uma parte da população, o que ficou evidente na terça-feira (12), durante as manifestações.

De acordo com a Confederação Geral do Trabalho (CGT), cerca de 400 mil cidadãos participaram dos 200 protestos realizados em todo o país, “uma forte demonstração de descontentamento”, disse o secretário-geral da organização, Philippe Martinez.

Para os próximos dias estão previstas novas mobilizações: uma em 21 de setembro organizada pela CGT, e outra no dia 23, convocada pelo movimento de esquerda França Insubmissa.

Da mesma forma, as seções de transporte dos sindicatos CGT e FO hoje convocaram seus membros para realizar uma greve nacional a partir de 25 de setembro.

Em uma entrevista coletiva, representantes de ambos os grupos indicaram que seu objetivo é conseguir ações vigorosas, com impacto específico sobre a economia nacional, para fazer com que o Executivo recue de sua intenção de mudar a Legislação Trabalhista.

 

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