Brasil

“Golpe no Brasil e prisão de Lula são inaceitáveis”, afirma manifesto de intelectuais na França

01/05/2018

“O golpe de força político-judiciário que se manifesta no Brasil, com a prisão do ex-presidente Lula, e que dá sequência ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff é inaceitável”, diz um manifesto de intelectuais que circula na França, cujas primeiras assinaturas são de Nils Anderson, responsável do conselho científico da organização não governamental Sair do Colonialismo; Pierre Billaud, da Associação pela Tributação das Transações Financeiras para Ajuda aos Cidadãos (Attac); Martine Baudet, coordenadora da ONG Urgência antirracista e Por uma Democracia Inclusiva; Jean-Marc Delaunay, coordenador do Festival das Solidariedades, Bernard Dréano, presidente do Centro de Estudos e Iniciativas de Solidariedade Internacional e Patrick Farbiaz, da ONG Sair do Colonialismo.

“Exigimos a libertação de Lula e afirmamos com os movimentos sociais brasileiros: ‘Não ao golpe! Fora Temer!’ ” – diz o manifesto.

Por seu turno, o jornal comunista L’ Humanité, publicou matéria assinada pela jornalista Cathy dos Santos denunciando a proibição de visitas ao ex-presidente no cárcere da Polícia Federal em Curitiba e destacando que Lula foi condenado e preso sem provas. “Desde o dia 7 de abril, o ex-presidente do Brasil está preso em Curitiba, em detrimento da Constituição que proíbe a prisão de uma pessoa enquanto todos os recursos jurídicos não são esgotados. Doravante, o líder da esquerda e do Partido dos Trabalhadores está, por assim dizer, confinado em isolamento. Somente seus advogados e sua família têm direito a visitá-lo e, mesmo assim, apenas uma vez por semana”.

O jornal denuncia o episódio em que numa gravação de áudio alguém diz que Lula deveria ser jogado do avião, no momento de sua transferência de São Paulo à capital paranaense. E repercute a decisão da juíza Carolina Lebbos, de proibir que uma comissão da Câmara dos Deputados integrada pelos deputados Paulo Pimenta, Paulo Teixeira e Wadih Damous fizesse uma verificação das condições carcerárias. A reportagem cita a declaração de um dos deputados: “Viemos não para fazer uma visita, mas para realizar uma inspeção”.

L´Humanité denuncia também a proibição das visitas do religioso Leonardo Boff e do Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Perez Esquivel.

A reportagem termina destacando a liderança de Lula nas pesquisas sobre as eleições presidenciais e chamando a atenção para as condições em que se encontra preso: “Lula clama sua inocência numa cela de três metros por cinco. Como um pária”.

Resistência, com L´Humanité

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