Resistência

O vice-presidente boliviano, Álvaro Garcia Linera, qualificou de golpe suave o afastamento da mandatária brasileira, Dilma Rousseff, sujeita a um julgamento político, informou neste sábado (28) a imprensa boliviana.

Querem “sujá-la” com supostos atos de corrupção que não cometeu, afirmou Linera durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira (27) na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Nacional de Buenos Aires, onde realiza uma visita.

Veículos da mídia digital destacam a afirmação do vice-presidente de que “não foi um ato legal o que afastou a mandatária brasileira de seu cargo, mas um golpe suave que se enquadra nos intentos autoritários para fazer avançar uma restauração conservadora na América Latina”.

Perguntado sobre se existe a possibilidade de um segundo referendo na Bolívia para permitir a reapresentação da candidatura do presidente Evo Morales, como propõem algumas organizações sociais, Garcia Linera afirmou que esse aspecto será tratado no futuro.

Constitucionalmente é possível, mas isso terá que ser debatido nos próximos anos, afirmou.

Dias atrás, o presidente boliviano expressou sua solidariedade com o povo brasileiro e a mandatária Dilma Rousseff, afastada temporariamente de seu cargo mediante um golpe parlamentar, como demonstram gravações de áudio reveladas nos últimos dias.

Em um comunicado, La Paz afirmou que o processo de destituição contra Rousseff, com base em uma “farsa jurídica e política”, pretende desestabilizar a democracia e desconhecer a vontade manifestada pelo voto popular.

Garcia Linera se encontra na capital argentina para participar no evento “Restauração conservadora e novas resistências na América Latina”, organizado pela Fundação German Abdala.
Prensa Latina