América Latina
FARC-EP agradece esforços da América Latina e do Caribe pela paz
No dia 19 de novembro de 2012 foram iniciadas em Havana as conversações de paz e até o momento foram firmados acordos importantes, como o tratamento às vítimas do conflito, o enfraquecimento da escalada da guerra, o tema agrário e a participação política.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) agradeceram pela colaboração da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) na busca pela paz nessa região sul americana, que vivenciou um conflito armado por mais de meio século.
O comandante Iván Márquez, chefe da delegação guerrilheira nas conversações de paz havidas em Havana, com o governo de Juan Manuel Santos, ressaltou a anuência dos países membros da Celac de integrar uma missão política que efetuará trabalhos de supervisão, uma vez que seja firmado o acordo para o fim do conflito.
“Manifestamos o beneplácito das FARC-EP pela disposição dos países membros da Celac a integrar a missão política criada pela Resolução 2261, do Conselho de Segurança da ONU, que realizará a fiscalização e o monitoramento do eventual cessar fogo e hostilidades, bilateral e definitivo e, da mesma forma, da deposição de armas, uma vez firmado o respectivo acordo”, declarou Márquez, pouco antes da rodada de conversações realizada no Palácio de Convenções da capital, com a contraparte governamental.
“Ao aceitar este serviço altruísta e humanitário que busca propiciar o fim de uma prolongada guerra, os e as chefes de Estado e de Governo da América Latina e do Caribe reafirmaram, por ocasião da IV Reunião de Cúpula da Celac realizada em Quito, que o fim dos conflitos na Colômbia beneficiará toda a região e selará os propósitos acordados na Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz”, acrescentou.
O comandante das FARC declarou que um dos impulsionadores da solidariedade mundial à paz na Colômbia é, sem dúvida, a recente concretização de “acordos decisivos” relacionados com as vítimas do conflito, a desaceleração da guerra e a adoção de um sistema integral de verdade, justiça, reparação e não repetição.
As conversações de paz tiveram início em Havana em 19 de novembro de 2012 e até agora foram alcançados acordos em outros importantes temas, como o agrário, a participação política e o problema das drogas ilícitas.
“Para que o processo de paz alcance novas metas é necessário que o povo da Colômbia continue o impulsionando adiante, com mais paixão, porque é agora ou nunca que teremos paz com dignidade”, disse Márquez.
A guerrilha agradeceu também a um grupo de personalidades pelo apoio no propósito da reconciliação da Colômbia. Entre eles, foi mencionado o ex-diretor da Unesco, Federico Mayor Zaragoza, o sociólogo argentino Atilio Borón, o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica e a senadora Lucía Topolansky.
As conversações de paz transitam agora pelo que deve ser a reta final, e as respectivas delegações trabalham demoradamente para selar o acordo definitivo, que ponha fim a mais de 50 anos de hostilidades.
Fonte: Gramna, Tradução de Maria Helena D´Eugênio para o Blog da Resistência