América Latina

FARC-EP agradece esforços da América Latina e do Caribe pela paz

04/02/2016

No dia 19 de novembro de 2012 foram iniciadas em Havana as conversações de paz e até o momento foram firmados acordos im­portantes, como o tratamento às vítimas do conflito, o enfraquecimento da escalada da guerra, o tema agrário e a participação política.

As Forças Armadas Revo­lucio­nárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) agradeceram pela colaboração da Co­mu­nidade de Estados Latino-americanos e Cari­benhos (Celac) na busca pela paz nessa região sul americana, que vivenciou um conflito armado por mais de meio século.

O comandante Iván Márquez, che­fe da delegação guerrilheira nas conversações de paz havidas em Havana, com o governo de Juan Manuel San­tos, ressaltou a anuência dos países membros da Celac de integrar uma missão política que efetuará trabalhos de supervisão, uma vez que seja firmado o acordo para o fim do conflito.

“Manifestamos o beneplácito das FARC-EP pela disposição dos países membros da Celac a in­tegrar a missão política criada pela Resolução 2261, do Conselho de Segurança da ONU, que realizará a fiscalização e o monitoramento do eventual cessar fogo e hostilidades, bilateral e definitivo e, da mesma forma, da deposição de armas, uma vez firmado o respectivo acordo”, declarou Márquez, pouco antes da rodada de conversações realizada no Palácio de Convenções da capital, com a contraparte governamental.

“Ao aceitar este serviço altruísta e humanitário que busca propiciar o fim de uma prolongada guerra, os e as chefes de Estado e de Governo da América Latina e do Ca­ri­be reafirmaram, por ocasião da IV Reunião de Cúpula da Celac realizada em Qui­to, que o fim dos conflitos na Co­lômbia beneficiará toda a região e selará os propósitos acordados na Proclamação da Amé­rica Latina e do Caribe como Zona de Paz”, acrescentou.

O comandante das FARC declarou que um dos impulsionadores da solidariedade mundial à paz na Co­lômbia é, sem dúvida, a recente concretização de “acordos decisivos” relacionados com as vítimas do con­flito, a desaceleração da guerra e a adoção de um sistema integral de verdade, justiça, reparação e não repetição.

As conversações de paz tiveram início em Havana em 19 de novembro de 2012 e até agora foram alcançados acordos em outros importantes temas, como o agrário, a participação política e o problema das drogas ilícitas.

“Para que o processo de paz al­cance novas metas é necessário que o povo da Colômbia continue o impulsionando adiante, com mais paixão, porque é agora ou nunca que teremos paz com dignidade”, disse Márquez.

A guerrilha agradeceu também a um grupo de personalidades pelo apoio no propósito da reconciliação da Colômbia. Entre eles, foi mencionado o ex-diretor da Unesco, Fe­derico Mayor Zaragoza, o sociólogo argentino Atilio Borón, o ex-­pre­si­dente do Uruguai, Pepe Mujica e a senadora Lucía Topolansky.

As conversações de paz transitam agora pelo que deve ser a reta final, e as respectivas delegações trabalham demoradamente para selar o acordo definitivo, que ponha fim a mais de 50 anos de hostili­dades.

Fonte: Gramna, Tradução de Maria Helena D´Eugênio para o Blog da Resistência

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