Palestina

Embaixador palestino na ONU faz chamamento por um 2017 sem ocupação israelense

04/01/2017
O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour

A ocupação israelense da Palestina completa neste ano meio século. Nesse contexto o embaixador desse povo árabe na ONU, Riyad Mansour, fez nesta terça-feira (3) um chamamento à comunidade internacional a redobrar os esforços para pôr fim a essa ocupação.

Por Waldo Mendiluza

Em declarações à Prensa Latina, o observador permanente assinalou que urge um maior apoio mundial para que os palestinos vejam materializadas suas aspirações de independência e autodeterminação.

A ocupação completa meio século, um cenário que nos mantém firmes e com expectativas de que no mundo aumentem as ações para garantir a solução dos dois Estados, detalhou Mansour.

Israel arrebatou à Palestina como resultado da Guerra dos Seis Dias (entre 5 e 10 de junho de 1967), a Cisjordania, incluindo Jerusalém Oriental, e a Faixa de Gaza, território do qual se retirou em 2005.

O ano de 2016 terminou com mais colonização – mediante a construção de assentamentos na Cisjordânia -, com assassinatos, feridos, desalojamentos forçados, demolições de casas de viviendas, ataques-relâmpago, instalação de pontos de controle e prisões administrativas pelos ocupantes.

Tudo isto atenta contra uma solução duradoura do conflito, afirmou Mansour.

De acordo com o embaixador, a comunidade mundial não deve desperdiçar a oportunidade que o ano de 2017 representa para fazer justiça, o que passa pelo direito inalienável dos palestinos a viver sem ocupação estrangeira e a contar com um Estado independente membro da ONU, organização da qual são na atualidade um Estado observador.

Confiamos em nossos amigos, disse o diplomata, que insistiu na importância de que o Conselho de Segurança cumpra suas funções e detenha os atropelos israelenses.

No final de 2016, o Conselho adotou a histórica resolução 2334, uma iniciativa apresentada por Venezuela, Malásia, Nova Zelândia e Senegal que condena os assentamentos israelenses na Cisjordânia e exige que Israel pare sua construção.

Apesar do bom sinal que esta resolução representa, facilitada por uma inédita abstenção dos Estados Unidos, aliado e protetor de Israel, a chegada à Casa Branca de uma nova administração, em 20 de janeiro, desperta muita preocupação, sobretudo pelas posturas que o predidente eleito, Donald Trump, assumiu.

Trump declarou em sua campanha para chegar à Sala Oval um compromisso com alcançar a paz entre palestinos e israelenses, porém suas atuações no encerramemnto do ano a respeito do tema parecem não deixar dúvidas sobre sua posição.

O magnata imobiliário, que desde o partido republicano derrotou em novembro a aspirante democrata Hillary Clinton, pressionou até onde pôde para evitar a aprovação da resolução 2334 no Conselho de Segurança e criticou a ONU, que qualificou de “clube de pessoas que se reúnem para passar bem”.

Se isso fosse pouco, escreveu em sua conta do Twitter: “Resiste, Israel, o 20 de janeiro se aproxima rapidamente”.

A ocupação dos territórios palestinos conta com uma clara condenação global, assim como a colonização dos mesmos, considerada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ilegal e contrária ao Direito Internacional.

Fonte: Prensa Latina

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