Solidariedade
Em Roma, brasileiros fazem manifestação contra golpe e governo interino deTemer
Brasileiros de várias regiões da Itália e italianos solidários ao Brasil se reuniram na tarde da quinta-feira (19) em Roma para se manifestar em defesa da democracia e contra o processo de impeachment contra a presidenta brasileira, Dilma Rousseff.
O protesto, que reuniu cerca de 50 pessoas, começou às 17h30 (12h30 em Brasília) e agitou as ruas do centro da capital italiana. Por mais de duas horas, a manifestação foi o centro da atenção de quem passava pela Piazza Vidoni, local do protesto.
Os brasileiros entoaram palavras de ordem contra o presidente interino do Brasil, Michel Temer, e ergueram cartazes com frases como “Não vai ter golpe” e “Fora Temer”. Eles também cantaram músicas brasileiras como “Isso aqui o que é”, de Ary Barroso.
“Devido à situação política em que o Brasil se encontra, me uni a outros brasileiros em solidariedade ao nosso país. Não é porque moro no exterior que vou deixar de me manifestar, de ser contra o golpe, porque é um golpe o que está acontecendo no Brasil”, disse Elisiane Filipetto, que trabalha como secretária e mora em Roma há 11 anos.
Já a manifestante Helga Almeida, que faz doutorado sanduíche na universidade La Sapienza, em Roma, diz que seus estudos na capital italiana se devem a uma “oportunidade” proporcionada pelo governo Dilma, já que estuda com bolsa dada pela Fundação Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), do Ministério da Educação. “Eu quero o fim desse governo ilegítimo, que expulsou a primeira presidenta mulher democraticamente eleita”, afirmou.
A jornalista brasileira Marcia Villanova veio de Arezzo, cidade a 250 quilômetros de Roma, para a manifestação na capital italiana. Ela diz ser “muito importante” que os brasileiros que moram fora do país, mesmo estando longe, revindiquem seus direitos. “A atual conjuntura é perigosa. Temos um governo não eleito, que montou um executivo formado por homens, sem nenhuma representação feminina e nem das minorias e que a cada dia apresenta uma violação aos direitos conquistados”, diz Márcia.
Janaina Cesar, de Roma, para Opera Mundi