Geopolítica

Em resposta a Trump, China defende que EUA abandonem mentalidade da Guerra Fria

20/12/2017

Na última terça-feira (19), a China instou os Estados Unidos a pararem de distorcer deliberadamente suas intenções estratégicas e abandonarem a mentalidade da Guerra Fria e o conceito ultrapassado do jogo de soma zero.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, fez estas declarações em uma coletiva de imprensa em resposta ao recém-lançado relatório de estratégia de segurança nacional dos EUA.

Na segunda-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a estratégia de segurança nacional, classificando a China e a Rússia como “concorrentes” e “poderes rivais” de Washington, que tentam prejudicar os interesses nacionais dos EUA em todas as frentes.

De acordo com o relatório, tanto a China quanto a Rússia  corroem a segurança e a prosperidade dos EUA e, eventualmente, derrubarão a ordem global definida por Washington.

“A China continua comprometida com o caminho do desenvolvimento pacífico e aderirá firmemente à estratégia de abertura com benefício mútuo e resultados vantajosos para todos”, disse Hua, salientando que o país sempre foi um construtor da paz mundial e mantenedor de ordem internacional, contribuindo para o desenvolvimento global.

Hua salientou que a China está confiante em seu caminho de desenvolvimento e que as conquistas chinesas são reconhecidas pela comunidade internacional. Enfatizou que as tentativas de qualquer país de distorcer a verdade serão em vão.

“A China nunca procurará o desenvolvimento à custa dos interesses de outros países, e jamais desistirá de seus próprios direitos e interesses legítimos”, declarou Hua.

A China é o maior país em desenvolvimento do mundo, assim como os Estados Unidos são o maior país desenvolvido, disse Hua, acrescentando que, como as duas maiores economias mundiais, ambos os países têm importantes responsabilidades na manutenção da paz e do desenvolvimento mundial e devem compartilhar amplos interesses comuns.

“Quanto às relações entre a China e os EUA, a cooperação é a única escolha correta para ambos os países”, disse Hua, acrescentando que as diferenças entre as duas nações não são surpreendentes, pois ambas são grandes potências.

De acordo com Hua, a China e os Estados Unidos devem lidar adequadamente com suas diferenças, com base no respeito aos principais interesses e preocupações mútuas.

“Esperamos que os EUA conduzam as relações China-EUA de forma objetiva e racional e respeitem seus compromissos”, declarou Hua, enfatizando que a manutenção de laços bilaterais saudáveis ​​e estáveis ​​é a escolha correta para o bem-estar dos dois povos e da comunidade internacional.

 Embaixada em Washington

Por seu turno, ao responder à recente estratégia de segurança nacional dos EUA, o porta-voz da embaixada chinesa em Washington disse  que a China sempre permanecerá comprometida com a paz mundial, o desenvolvimento global e a ordem internacional.

O diplomata chinês disse que paz e o desenvolvimento são temas dos tempos atuais e aspirações comuns de todos. Quaisquer esforços contra isso são inapropriados e acabarão sendo descartados pelos tempos.

Além disso, qualquer tentativa de colocar os interesses nacionais de alguns países acima dos interesses dos outros e da comunidade internacional reflete o egocentrismo que não leva a lugar algum, senão ao auto-isolamento, acrescentou o porta-voz da embaixada chinesa.

Os fundamentos do desenvolvimento da China estão no bem-estar das pessoas, no rejuvenescimento do país e na paz e prosperidade globais.

O fato de os EUA considerarem a China como uma nação rival, contraria sua demanda anterior de desenvolver uma parceria com a China e vai contra a natureza interdependente das relações China-EUA, bem como os esforços de ambos os países de cooperação em assuntos bilaterais e internacionais.

Para Pequim e Washington, a cooperação leva a resultados positivos, enquanto o confronto resulta em perdas mútuas, declarou o porta-voz, acrescentando que o melhor conselho aos Estados Unidos seria acostumarem-se com o desenvolvimento da China e aceitá-lo.

O porta-voz chinês sugeriu que já é hora de os Estados Unidos abandonarem sua mentalidade ultrapassada de soma zero e trabalharem com a China em um objetivo comum de prosperidade e progresso para todos.

Fonte: Xinhua; tradução de Maria Helena de Eugênio para o Resistência

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