Nicarágua

Daniel Ortega denuncia: ‘Há várias semanas o país é vítima do terrorismo’

01/08/2018

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, denunciou nesta terça-feira (31/7) que há algumas semanas o país estava mergulhado no terror, devido às práticas como o sequestro, a tortura e o assassinato, que eram desconhecidas no país.

Parecia até que a influência do chamado Estado Islâmico tinha chegado através das redes à Nicarágua, disse Ortega durante um ato realizado na noite da terça-feira por ocasião do 39º aniversário da Força Aérea.

Foram terríveis os vários casos de nicaraguenses queimados vivos, entre eles membros da Polícia. Não há outra palavra além de terrorismo para referir-se a esses atos, afirmou o mandatário nicaraguense.

Ortega contou que foi assim que explodiu uma espécie de bola de terrorismo no país, cujos primeiros intentos os inimigos da paz trataram de executar quando ocorreu o incêndio na reserva Índio Maiz.

‘Que faziam os inimigos da paz? Enviar mensagens de que o governo era o responsável pelo incêndio, que o governo tinha provocado o incêndio e eles já vinham potenciando seus planos, que não eram novos’, sublinhou.

O chefe de Estado denunciou que esses planos desestabilizadores são financiados por grupos extremistas dos Estados Unidos e organismos desse país.

Já vinham fazendo isto contra o projeto do Canal Interoceânico, com uma campanha feroz contra essa iniciativa, que contou – indicou – com o apoio da maioria dos nicaraguenses.

Ortega recordou que os inimigos da paz assumiram a tarefa de manipular a população da zona do Canal, fazendo-a crer que suas terras iam ser tomadas, mentindo e organizando marchas, buscando uma forma de provocar levantes armados.

Igualmente, afirmou que desde 2007, quando o sandinismo retomou o governo, começaram a ser criados os agrupamentos armados nas zonas rurais.

‘Recordemos bem, atacando postos da Polícia, atacando o Exército, que combate o narcotráfico e o crime organizado, grupos armados combinados com narcotraficantes provocando mortos do Exército, mortos da Polícia, assassinando camponeses, assassinando crianças, famílias inteiras’, enfatizou.

Diante disso, Ortega afirmou que o governo atuou com cautela para não transformar o tema em um assunto de guerra, mas situando-o como o que era, a formação de bandos delinquentes vinculados ao narcotráfico e aos grupos extremistas de Miami e da Costa Rica.

Ortega também criticou os organismos de direitos humanos que então defendiam esses criminosos como se fossem patriotas.

O mandatário afirmou que este plano golpista não é novo, vinha desenvolvendo-se, acumulando forças e buscando como expandir-se em diferentes direções, até que surgiu a oportunidade de potenciá-lo a partir de 18 de abril último.

‘Simplesmente porque foi aprovada uma reforma da previdência (mais tarde revogada) que é imprescindível, porque de outra forma desaparecerá a seguridade social e os empresários sabem disso, também o sabem os aposentados e pensionistas, os trabalhadores’, disse Ortega.

Contudo, o presidente niucaraguense assinalou que não foram os aposentados e pensionistas, nem os que recebem seguro social que saíram às ruas para protestar, mas os dirigentes de organizações não governamentais que logo se converteram em grandes defensores dos aposentados.

‘Têm uma agenda que está mudando continuamente com a finalidade de desgastar o governo e são pagos para isso, recebem financiamento para isso, para buscar como desgastar o governo diante de qualquer medida que este tome’, denunciou.

Por outro lado, disse que estes grupos desestabilizadores não apareceram num passe de mágica, são forças que estão agrupadas desde há muito tempo e não perdoam o fato de que a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) tenha retornado ao governo pela via eleitoral.

‘Por isso têm tanto ódio, têm ódio acumulado transferem este ódio às novas gerações, isto é terrível’, apontou.

Resistência, com Prensa Latina

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