Geopolítica

Cuba rejeita ingerência na Venezuela e sua exclusão da Cúpula das Américas

15/02/2018
Mesmo quando os Estados Unidos incidem historicamente na cultura do ódio e da hostilidade na América Latina e Caribe, Cuba e a Venezuela apelam por uma região de paz e unidade

Leia, abaixo, nota do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, divulgada nesta quarta-feira (14) sobre a declaração do chamado Grupo de Lima, que reúne um conjunto de países, entre eles o Brasil, cujos governos são subservientes à política hostil dos EUA contra a República Bolivariana da Venezuela.

O Ministério das Relações Exteriores da República de Cuba condena energicamente o pronunciamento de um grupo de países do hemisfério, emitido em Lima, no dia 13 de fevereiro, constituindo uma intromissão inaceitável nos assuntos internos da República Bolivariana da Venezuela, ao passo que rejeita categoricamente a decisão de reconsiderar a participação do governo venezuelano na 8ª Cúpula das Américas, que terá lugar no mês de abril no Peru.

Há poucos dias, o secretário de Estado estadunidense, em uma turnê realizada por vários países da região, declarou a plena vigência da Doutrina Monroe, o instrumento mais notório do intervencionismo imperialista norte-americano na nossa região; apelou a um golpe militar contra o Governo constitucional da Venezuela e advogou por acirrar as sanções contra esse país. A decisão tomada não resulta alheia a estas declarações e gestões.

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba lembra, neste contexto, a arbitrária e agressiva Ordem Executiva dos Estados Unidos, renovada em janeiro de 2017, que qualifica a Venezuela como uma ameaça inusitada e extraordinária para a segurança nacional e a política exterior da superpotência, e a mais recente advertência do Presidente Donald Trump de utilizar contra ela “uma possível opção militar, caso seja necessário”.

É insólito e incrível que agora seja utilizada como pretexto uma suposta ruptura inconstitucional da ordem democrática, precisamente em um país que realizou, há poucos meses, eleições municipais, regionais, com vista a uma Assembleia Constituinte e que recentemente convocou eleições presidenciais, tal como foi reclamado anteriormente, inclusive através da ingerência externa ou por métodos inconstitucionais e violentos.

Cuba denuncia que este pronunciamento e a exclusão da Venezuela da 8ª Cúpula das Américas contradizem os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e a Proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz, assinada pelos chefes de Estado e de Governo dos países membros da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos.

O Ministério das Relações Exteriores ratifica a invariável solidariedade de Cuba com a República Bolivariana da Venezuela e com a união cívico-militar de seu povo que encabeça o presidente constitucional Nicolás Maduro Moros.

Têm total vigência as palavras do presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros Raúl Castro Ruz, proferidas em 14 de julho de 2017, quando disse “a agressão e a violência golpista contra a Venezuela prejudicam Nossa América toda e só beneficiam os interesses daqueles que se empenham em dividir-nos, para exercer sua dominação aos nossos povos, sem importar-lhes gerar conflitos de consequências inestimáveis nesta região, como os que estamos presenciando em diferentes recantos do mundo. Alertamos hoje, que aqueles que pretendem derrocar com formas inconstitucionais, violentas e golpistas a Revolução Bolivariana e Chavista, assumirão uma séria responsabilidade perante a história”.

Havana, 14 de fevereiro de 2018

Fonte: Granma

Compartilhe: