Homenagem ao Che

Cuba homenageia o Comandante Che e reitera que não fará concessões de princípios ao imperialismo

08/10/2017

O presidente cubano, Raúl Castro, dirigiu neste domingo (8) o Ato Político-Cultural pelo 50º aniversário da queda em combate de Ernesto Che Guevara e 20º do regresso dos seus restos mortais a Cuba, onde jazem junto a seus companheiros.

Antes de se iniciar o ato, o mandatário rendeu homenagem ao Che e a seus companheiros de luta no memorial que guarda seus restos.Homenagem ao Che 2

O primeiro vice-presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, asegurou em seu discurso que o pensamento, valores e o exemplo do comandante argentino-cubano, Ernesto Che Guevara, perdura e se multiplica.

O Che não morreu como queriam os inimigos, sua figura se agiganta no tempo e as novas gerações reconhecem seu paradigma de revolucionário, sublinhou Díaz-Canel ao intervir no Ato Político-Cultural.

O primeiro vice-presidente de Cuba, Díaz-Canel

O primeiro vice-presidente de Cuba, Díaz-Canel

Foi um exemplo na história da luta de libertação dos povos submetidos à dominação do imperialismo, disse o dirigente.

A epopeia que escreveram o Comandante e seu pequeno mas aguerrido exército internacionalista nos 11 meses na Bolívia adquiriu uma transcendência universal e hoje comove homens e mulheres em todo o mundo, destacou Díaz-Canel.

Seu compromisso redentor – argumentou – nos mostra seu altruísmo, a profundidade de suas convicções, sua estirpe, dimensão revolucionária.

Foi vilmente assassinado, mas daqueles que o fizeram a história só recorda sua covardia. Ao contrário, o exemplo colossal do Che perdura e se multiplica a cada dia, assegurou.

Tinha uma forma muito original de enfrentar a vida, e seus companheiros de luta souberam apreciar sua simplicidade, sinceridade, naturalidade, companheirismo, estoicismo, destemida disposição para fazer sempre o mais difícil, seu prestígio como chefe e infatigável entrega, comentou Díaz-Canel.

Seu modelo de homem altruísta e revolucionário consciente se converte em um ideal a seguir, sentenciou o primeiro vice-presidente da ilha caribenha.

Ele buscou incessantemente as verdades e razões para defender e avançar na construção socialista. Além de ser chefe e guerrilheiro, foi um pensador revolucionário, um humanista, um intelectual, comprendeu a necesidade de refletir sobre a revolução, o socialismo, a sociedade e o homem em Cuba, pontuou Díaz-Canel.

O Che – ressaltou – nos ensinou que o presente não pode converter-se no retorno do passado e que para construir o futuro devíamos estar sempre unidos.

Homenagem ao Che 1

Sem concessões de princípios

O povo de Cuba e seu governo não realizarão concessões inerentes a sua soberania e independência, não negociarão seus princípios nem aceitarão condicionamentos, assegurou Miguel Díaz-Canel em outra parte de seu discurso na homenagem ao Che.

Nós próprios decidimos sobre as mudanças necessárias em Cuba, ressaltou o primeiro vice-presidente.

Alguns porta-vozes e meios de comunicação se prestam a divulgar insólitas bobagens, sem qualquer evidência, com o perverso propósito de desacreditar a impecável atuação de Cuba, denunciou o dirigente.

Cuba é universalmente considerada como um destino seguro para visitantes estrangeiros inclusive os dos Estados Unidos, afirmou.

Em conjunto, estes acontecimentos são uma clara mostra do que nos alertava o Che, que não se pode confiar nem um pouco no imperialismo, nada, recordou Díaz-Canel.

Hoje transcorrem tempos difíceis, vivemos em um mundo repleto de contradições e incertezas, uma conjuntura global caracterizada por crescentes ameaças à paz e à segurança, explicou Díaz-Canel.

Predominam poderosos interesses de dominação e conquistas, são frequentes as guerras de intervenção, cresce o perigo de uma conflagração nuclear, atenta-se contra a sobrevivência da espécie humana e a ordem econômica internacional é injusta e excludente, detalhou.

Também se recorre reiteradamente à desestabilização e à política de mudanças de regime contra governos legitimamente constituidos, enfatizou.

O vice-presidente cubano alertou que a mudança climática, o aquecimento da terra e dos mares causado pelos gases de efeito estufa têm origem na mão do homem, e estes elementos são provas irrefutáveis dos desequilíbrios do chamado progresso capitalista.

Neste estado de crise o capitalismo neoliberal trata de expandir-se acumulando e ampliando sua capacidade de enriquecimento e assim destrói o mundo.

Isso requer uma cultura padronizada que facilite aos capitalistas apresentar-se como realidade irrevogável.

Igualmente, recorrem a processos pseudoculturais baseados no manejo de códigos de manipulação para impor uma só visão ou pensamento em escala mundial, convertendo os valores dos povos em algo antigo e desnecessário, assinalou.

Os processos que ocorrem na América Latina são evidente expressão destes planos colonizadores e no caso de nosso país expressam o marcado interessse de uma reconquista política e econômica que abra camino ao capitalismo brutal, disse Díaz-Canel.

Resistência com Prensa Latina

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