Revolução Cubana
Cuba comemora 58º aniversário da Revolução disposta a seguir legado histórico de Fidel
A Revolução cubana chega hoje a um novo aniversário, pela primeira vez sem a presença física de seu líder histórico, Fidel Castro, mas com o consenso popular majoritário de continuar seu legado e impulsionar o socialismo.
Com a palavra de ordem “Eu sou Fidel”, milhões de pessoas acompanharam recentemente o cortejo fúnebre que levou as cinzas do paradigmático revolucionário de Havana até o cemitério de Santa Ifigênia da cidade oriental de Santiago de Cuba, onde repousam em um sepulcro simples.
Durante nove dias os cubanos expressaram sua dor e assinaram o juramento de continuar consolidando, no ideário nacional e na prática, o conceito de Revolução exposto por Fidel Castro no ano 2000, que constitui o concepção filosófica basilar para construir um socialismo autóctone, autônomo e solidário.
O conceito de Revolução de Fidel é um pensamento profundo: “Revolução é sentido do momento histórico; é mudar tudo o que deve ser mudado; é igualdade e liberdade plenas; é ser tratado e tratar os demais como seres humanos; é emancipar-se por nós mesmos e com nossos próprios esforços; é desafiar poderosas forças dominantes dentro e fora do âmbito social e nacional; é defender valores nos quais se crê ao preço de qualquer sacrifício; é modéstia, desinteresse, altruísmo, solidariedade e heroísmo; é lutar com audácia, inteligência e realismo; é não mentir jamais nem violar princípios éticos; é convicção profunda de que não existe força no mundo capaz de esmagar a força da verdade e as ideias”.
Este novo aniversário chega com interrogações derivadas da chegada de Donald Trump à Casa Branca e a incidência que este fato poderia ter no futuro do processo rumo à normalização das relações iniciado por Cuba e pelos Estados Unidos.
Diante de tal desafio, a ilha persiste na disposição de avançar em um diálogo com essa potência sobre a base do respeito mútuo e a observância dos princípios do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas.
Igualmente, Cuba mantém a exigência do levantamento do bloqueio econômico, comercial e financeiro que os Estados Unidos lhe impõem há mais de meio século, e da devolução do território de Guantánamo, ilegalmente ocupado, entre outras demandas de caráter soberano.
Cuba tampouco renuncia a sua política externa solidária com movimentos populares e processos progressistas, fundamentalmente na região latino-americana, ameaçados pela ofensiva da direita, nem a seu apoio à paz e ao multilateralismo.
Internamente, a ilha adota medidas para dinamizar sua economia e edificar um socialismo próspero e sustentável, e implementa mecanismos de gestão e controle adequados a sua realidade enquanto promove o investimento direto de capital estrangeiro e a produção nacional com o uso eficiente dos recursos disponíveis.
Paralelamente, o país fortalece a unidade nacional, baluarte que lhe permitiu resistir durante seis décadas a fatores econômicos adversos e à hostilidade de uma dezena de administrações estadunidenses.
A resposta à pergunta sobre o que acontecerá em Cuba depois da morte de Fidel, poderia ser resumida na frase do presidente Raúl Castro diante do Parlamento cubano no último dia 27 de dezembro:
“Fidel se foi invicto, mas seu espírito de luta permanecerá na consciêcia de todos os revolucionários cubanos, de hoje, de amanhã, de sempre”.
Na segunda-feira, 2 de janeiro, na Praça da Revolução José Martí, em Havana, será realizada uma parada militar e uma marcha popular que comemorará o 60º aniversário do desembarque do iate Granma nas costas cubanas, ocorrido em 2 de dezembro de 1956, com o núcleo do Exército Rebelde que iniciou a luta armada comandada por Fidel Castro.
Será uma oportunidade para reafirmar a vontade majoritária da população da ilha e de suas Forças Armadas de defender o caminho de desenvolvimento independente traçado por Fidel Castro há 58 anos, e destacar o papel da juventude cubana nesse empenho.
Redação de Resistência, com Prensa Latina