Diplomacia
Crimes de Israel vão a debate na ONU
O Conselho de Segurança da ONU realiza nesta quarta-feira (16) uma sessão informativa sobre o Oriente Médio, depois de ter feito na véspera um debate sobre a difícil situação na Palestina devido à violência de Israel.
A maioria dos membros desse organismo – o único nas Nações Unidas cujas decisões têm caráter obrigatório – rechaçaram o massacre cometido por Israel na Faixa de Gaza durante as últimas semanas e exigiram o fim das agressões militares contra os manifestantes pacíficos na vedação fronteiriça.
A segunda-feira (14) foi um dos dias mais trágicos para os palestinos. Enquanto os Estados Unidos inauguravam sua embaixada em Jerusalém, as forças de Tel Aviv reprimiram os protestos pacíficos em Gaza e provocaram a morte de umas 60 pessoas.
Foi o que assinalou o coordenador especial para o processo de paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, que disse que não há como justificar tais assassinatos.
As pessoas em Gaza sofrem uma pobreza abjeta e vivem em condições similares às de uma prisão. Em seus protestos, pedem um futuro melhor, recordou o representante da ONU.
Vários integrantes do organismo integrado por 15 membros também denunciaram que o traslado da embaixada estadunidense a Jerusalém viola as normas internacionais e as resoluções do Conselho de Segurança, além de criar maiores tensões na região.
O representante permanente da Palestina perante a ONU, Riad Mansur, questionou a atitude do Conselho que se mantém sem fazer nada, enquanto continua a matança de Israel contra os manifestantes em Gaza.
Já é hora de adotar ações para que os palestinos possam viver em paz e segurança. Este povo já sofreu e esperou durante longo tempo e ainda mantém suas esperanças, espero que a comunidade internacional não defraude essas esperanças, expressou.
Israel deve respeitar nosso direito natural à vida, mas Tel Aviv faz referência apenas ao direito de defender sua segurança. Acaso a Palestina não tem o mesmo direito? – enfatizou Mansur.
Segundo o diplomata palestino, a ocupação de Israel é a fonte principal da violência na região, e qualquer intento de manipular esta situação é contra a realidade.
Por outro lado, a representante dos Estados Unidos perante a ONU, Nikki Haley, o traslado da embaixada estadunidense a Jerusalém é utilizado como pretexto para desencadear os protestos. Na sua opinião, a violência vem de quem rechaça a existência do Estado de Israel.
Durante uma emotiva intervenção, o embaixador da Bolívia perante a ONU, Sacha Llorenti, assegurou que a comunidade internacional e o Conselho de Segurança estão em falta com o povo da Palestina e se mantêm inoperantes diante dos crimes de Israel.
Em nome do Conselho de Segurança da ONU, quero pedir desculpas aos seis milhões de palestinos que perderam seus lares, quero pedir desculpas pelos mais de 70 anos de uma promessa não cumprida – a criação de seu Estado – e pelos mais de 50 anos de ocupação.
Também peço desculpas aos que perderam a vida nas últimas seis semanas na Grande Marcha do Retorno devido à repressão de Israel, com todos eles a comunidade internacional e este Conselho de Segurança estão em falta, ressaltou Llorenti.
Resistência, com Prensa Latina